Erik achava que sabia muito bem o que era medo. Depois de constatar que não mais o misericordioso Conde sentava na cadeira do líder de Skiringuissal, mas sim sua filha, ele entendeu que estava errado.
Até aquele momento, não sabia o que era medo — o medo real, que paralisa os ossos e rouba o seu fôlego. Sentia-se exatamente assim naquele momento, enfraquecido e exposto, humilhado. Conseguia ver a sua morte muita próxima, feito um grande pássaro negro sobre sua cabeça, enquanto milhares de olhos o assistia.
Rollo o pegou pela camisa e o fez andar para frente. O homem ruivo tropeçou e foi levado até os pés da cadeira de Brynja. Ela o olhou de cima e sorriu. O sabor da vingança era delicioso, Erik pensou, e a Condessa estava fazendo um banquete com ele.
Rollo chutou os joelhos já fracos de Erik e ele despencou no chão com um grunhido de dor. Seu cabelo sujo e pesado caiu sobre o rosto, enquanto ele permanecia de cabeça baixa, acumulando dentro de si uma raiva sólida e profunda daquele viking. Se antes Rollo era insignificante para ele, agora Erik tinha certeza que, se tivesse a oportunidade de se vingar um dia, o guerreiro seria um dos primeiros por quem ele iria atrás.
— Finalmente, o assassino — anunciou Brynja, descendo os degraus até estar no nível da terra. Ela circulou Erik lentamente, os braços atrás das costas e um sorriso pequeno de satisfação pregado no rosto. A Condessa se inclinou e falou em seu ouvido: — Você parece péssimo.
— Obrigada — Erik murmurou. Ergueu a cabeça e sorriu: —Como vai a Anneke?
Brynja desferiu um tapa no rosto do homem que o fez cair de vez no chão, sua bochecha vermelha achatando-se na lama. A Condessa ajoelhou-se ao lado dele e puxou-o pelos cabelos, virando o rosto cadavérico do homem para si.
— Não me faça tornar sua punição mais grave do que ela já é— sibilou a guerreira. —Comporte-se.
Erik sorriu debilmente, sentindo o rosto arder onde a mulher o batera.
— De qualquer maneira, eu morrerei.
Brynja balançou a cabeça, ainda segurando os cabelos vermelhos dele entre os seus dedos. Ela recostou a boca em seu ouvido, destilando raiva enquanto sibilava:
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Imortais - O segredo dos deuses
FantasyPLÁGIO É CRIME - Todos os direitos reservados a Maria Augusta Andrade © Não autorizo qualquer reprodução ou uso do conteúdo desse livro. Tentativas de plágio serão denunciadas, como já foram antes. ❝ A tragédia e a morte são duas amigas que andam j...