Capítulo 2 - Somos fortes para aguentar o que vem pela frente

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Meu coração martelava no peito e em meio a toda confusão que aquela ligação criou em mim. Eu não conseguia raciocinar direito. O que acontecera com Jenna? E por que Phoebe estava com ela?

Não demorou muito para que a resposta das minhas perguntas me achasse e me fizesse cair na real.

Quando atinei a tentar retornar a ligação já era tarde de mais, o numero que havia ligado já encontrava-se desligado. Uma onda de pavor e angustia me tomou por completo e quando dei por mim eu estava correndo entre as pessoas na rua. Era como se eu tivesse que buscá-la em algum lugar, como se tivesse que fazer a minha magica de aparecer no lugar errado na hora certa. Talvez se eu corresse o máximo que minhas pernas conseguissem eu fosse encontrá-la e ainda poderia salvá-la.

Mas não havia ninguém, nem tempo, ou lugar para onde eu pudesse correr, nada que pudesse fazer. Se fosse como eu imaginava ser, era tarde de mais, mais uma vez.

Parei de correr assim que esbarrei em um homem baixo, que me advertiu por ter deixado cair suas sacolas devido ao meu encontrão. O pequeno homem gritava comigo, mas era como se eu não pudesse ouvir nada. Todos os meus pesadelos pareciam de volta a minha realidade.

Peguei o telefone e fiz uma discagem rápida, apesar de todas as coisas que a Jenna fez, ela ainda era a minha mãe, e eu tinha seu numero gravado no meu celular. Não que eu pretendesse ligar para ela, mas de alguma forma ela sempre estaria lá.

O telefone tocou varias vezes até que caiu na caixa de mensagem, mas não me dei por vencida. Liguei , novamente, varias vezes, assim que cheguei na estação de trem. Mas nada aconteceu. Ela não atendia.

Na décima tentativa fracassada eu desisti. O medo que antes percorria minhas veias e faziam meus olhos arderem tinha voltado a mil. Não era só o pavor de que alguma coisa tivesse mesmo acontecido, era uma mistura de medo com algo maior. Além do desespero que aquela ligação tinha me causado, podia sentir a mesma sensação que havia sentido no cemitério.

Quando o trem chegou nem pensei direito, embarquei com pressa e sentei no banco mais reservado. Cuidando para ficar longe das outras pessoas que estavam no vagão, me concentrei em dizer a mim mesma que não tinha ninguém me observando. Não havia ninguém atrás de mim.

Depois do que havia acontecido eu nunca mais fui à mesma. Acho que a noite em que Phoebe marcou a minha memoria a ferro, nunca sairia da minha cabeça. Ela tinha me transformado completamente. E viver um dia de cada vez não mudava o fato de que naquele momento tinha me tronado alguém inseguro e aterrorizado.

Não foi fácil ver Josh se recuperar aos poucos, assim como não foi ver meu irmão se tornar parte do meu mundo secreto. Eu estava sempre esperando que algo acontecesse, sempre em alerta para novas ameaças. Nunca estava tranquila, e aquilo que estava acontecendo era à prova viva de que eu nunca estaria segura.

Fechei os olhos esperando que a tormenta passasse, mas não funcionou. Eu ainda sentia a mesma sensação, ainda queria correr para longe, mesmo que não soubesse do que.

O telefone tocou e eu atendi as pressas, sem nem me dar ao trabalho de ver quem era.

-Alô?

-Sarah? .- disse meu irmão antes de ficar em silencio outra vez.- Esta tudo bem? Onde você esta?

Não era Jenna, não haveria respostas. Meu peito afundou e minha esperança acabou ali.

-Oi, eu já estou chegando.- não queria falar para ele da ligação. Não queria preocupa-lo mais uma vez. Só queria que as coisas parassem de ser tão esquisitas na nossa vida, e que nem sempre tudo virasse um caos.

2- A Telepata_ IrreversívelOnde histórias criam vida. Descubra agora