O dinheiro no meu bolso, parecia uma bola amassada de papeis, assim como os bêbados carregam nos filmes. Nem contei o valor, apenas entreguei na mão do taxista, que tinha feito à corrida mais silenciosa da sua vida.
Minha cabeça estava em outro lugar, apesar de cansada, não conseguia parar de pensar se tudo aquilo tinha mesmo acontecido. Mas o rasgo no meu ombro, assim como os arranhões embaixo dele, eram a prova viva de que tinha sido bem mais real do que eu gostaria.
Minha mão alisava meu ombro, quando encontrei Madson sentado nas escadas da porta, da minha casa.
Meus olhos ficaram presos nele, quando o mesmo se levantou, assim como os meus dedos se afastaram da ferida no meu ombro.
-Esta tudo bem com você?- perguntou ele, vindo na minha direção, com uma ruga entre as sobrancelhas, que demonstrava mais preocupação do que eu queria que ele sentisse.- O que houve com o seu ombro?
Os olhos de Madson voaram para o rasgo na minha camisa, quando eu afastei a mão.
-É uma longa história.- suspirei, ao mesmo tempo em que meus olhos caíram.
Eu não queria admitir que a minha cabeça andava fora do lugar, muito menos queria falar sobre aquelas sombras, mas tudo tinha fugido do meu controle aquela noite. Eu não poderia tentar entender sozinha, minha cabeça já não conseguia pensar direito e só por isso decidi que contaria a alguém.
Quando Madson finalmente chegou perto de mim, eu o envolvi com meus braços. Escorei a minha cabeça no seu peito, quando ele correspondeu ao meu abraço. Sentia que poderia dormir ali a qualquer momento, estava exausta no ultimo, e precisava carregar o mais rápido possível. Meu corpo fraquejou nos braços de Madson, e quando isso aconteceu ele ergueu meu rosto na direção do dele, me obrigando a olhar para si.
-O que houve? Você esta bem?
Engoli em seco, como se as palavras estivesse emboladas na minha garganta, da mesma forma que aquele dinheiro esteve no meu bolço.
-Acho que estou enlouquecendo.- sussurrei para ele.
-Por que você diz isso?- ele estava cada vez mais preocupado.
Meus olhos piscaram lentamente, quase não conseguia me manter em pé. Madson me surpreendeu ao me pegar no colo e me levar para dentro de casa, depois me deixou sobre o sofá, e se sentou ao meu lado. Eu mal conseguia me mover, sentindo o peso tomar conta do meu corpo, assim como em todas às vezes em que eu perdia o controle.
-Não tem ninguém em casa, você quer que eu fique quando você apagar?- perguntou ele com educação.
Não, eu não queria ficar sozinha aquela noite, mas não via diferença naquilo. Por algum motivo eu achava que nada mais iria aparecer naquele dia, e mesmo que aparecesse eu não veria. Estaria bem longe.
-Eu vou ficar bem.- sussurrei, depois fechei os olhos, enquanto tentava me manter consciente.- Tem algo muito errado acontecendo comigo, preciso da sua ajuda.
Ele segurou a minha mão e apertou com força.
-Você sabe que eu estou aqui, mas não posso ler mentes como você, precisa me contar o que esta acontecendo.
Pressionei a mão dele, decidia a falar.
-Faz algum tempo, que eu tenho visto sombras me perseguindo aonde quer que eu vá. Elas não tem forma, mas me assustam, e não consigo evitar vê-las, elas simplesmente aparecem.- disse cansada.
-Sombras? Você quer dizer tipo fantasmas?- disse Madson incrédulo.
-Não sei dizer, mas elas aparecerem no escuro e sussurram...- ele me interrompeu.
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2- A Telepata_ Irreversível
ParanormalQuem disse que podemos mudar o destino? Como sempre ele dá um jeito de acontecer exatamente como tem que ser. Nesse segundo volume da série A Telepata_ , Sarah tenta seguir sua vida, deixando de lado tudo que enfrentou no ano anterior, mas o...