Capítulo 15 - Eu sabia, que logo eu lembraria das respostas

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Acordei no outro dia, me sentindo completamente esgotada. De alguma forma eu tinha ido parar na minha cama, mesmo que ainda usasse as mesmas roupas, sentia que dias haviam se passado.
Caminhei a passos lentos para o banheiro, e quando vi meu reflexo no espelho, fiquei surpresa com o fato da minha aparência não ter preocupado quem quer que tenha me levado para o quarto. Meu corpo inteiro doía, enquanto eu tirava as roupas e entrava em baixo da água. Parecia que eu tinha entrado em uma luta, tanto pelas dores musculares, como por aquele arranhão fundo no meu ombro.
Alisei a ferida, como se aquele simples ato fosse me explicar como ela foi parar ali.
Eu esperava que Madson pudesse me ajudar, caso contrário, estaria enfrentando algo que nem sabia o que era.

Depois de tomar o café e me esquivar de qualquer pergunta, comprometedora, que minha avó fazia, mandei uma mensagem para que Madson me encontrasse nos fundos da minha casa, no limite entre o meu terreno e o inicio da mata, que havia atrás das nossas casas.

-Você descobriu alguma coisa?- perguntei assim que Madson chegou, logo depois que trocamos beijos de comprimento no rosto.

Madson suspirou, depois me convidou para sentar no balanço ao lado dele, o mesmo que meu pai tinha feito para mim e meu irmão quando éramos pequenos.

-Eu e seu pai, chegamos à conclusão de que você anda  cada vez mais fraca. Sim, ele já tinha percebido, que você andava sem energia, parece que isso anda impossibilitando cada vez mais ele de te acompanhar.- Madson olhou para as próprias mãos, que estavam unidas em frente ao seu corpo, suspensas no ar.- Ele pensou que isso estava acontecendo porque você anda treinando muito, mas o fato é, que chegamos a conclusão que toda vez que isso acontece,  que você vê e ouve essas sombras, você esta tão fraca que ele some no buraco negro, ou então usa a minha força vital para não sumir. Como se você vivesse carregando, ou algo do tipo.

Olhei para Madson no mesmo instante.

-Então isso é real.- disse mais para mim, do que para ele.

Ele segurou a minha mão, criando aquela conexão entre nós.

-Você lembra de ontem?- meu pai estava ao meu lado, me olhando com preocupação, e um semblante sério de quem sabe que algo muito errado esta acontecendo.

Olhei para a imagem, tão viva do meu pai, ao meu lado.

-Sim, eu estava correndo...- comecei a dizer, mas ele me interrompeu com um toque no meu ombro. Pela primeira vez pude sentir o calor da pele do meu pai, na minha, e não pude evitar olhara para onde seus dedos encontravam a minha pele.

-Não estou falando disso querida, quero saber se você se lembra onde nós estivemos ontem.- disse ele.

Olhei para meu pai, com uma ruga entre as sobrancelhas, tentando entender a que ele se referia. E no segundo que me concentrei no azul do seu olhar, fui sugada para dentro das minhas próprias memórias.

"- Só prometa para mim, que não vai cometer nenhum erro dessa vez."

Levantei, no mesmo segundo em que aquele sonho voltou, com tudo a minha cabeça. Nós tínhamos ido parar naquele lugar outra vez.

-Do que vocês estão falando?- perguntou Madson, pela primeira vez entrando no assunto novo. Ele não parecia saber, sobre o assunto em questão.

-Ontem, enquanto ela carregava, fomos parar naquele lugar outra vez.- disse meu pai, olhando para o garoto, que parecia surpreso quando entendeu.

-Estão me dizendo que vocês foram parar, naquele lugar, outra vez?- perguntou ele, com espanto na voz.

-Exatamente.- disse meu pai.

2- A Telepata_ IrreversívelOnde histórias criam vida. Descubra agora