Capítulo 43 - Só uma sairia viva

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-Você decorou tudo que precisava?- Perguntou Zac a Josh, quando descemos dos carros e paramos um pouco mais afastado da fila de visitas, que crescia em frente ao presídio.

-Sim. Vou ser o melhor amigo que a...- ele conferiu um nome que estava escrito por mensagem no seu celular.-... Juliet Reddor, já teve.

Madson conferiu o nome que Josh lia no celular, e depois voltou a olhar para o primo.

-Tome cuidado, se os seguranças descobrirem que você esta mentindo, vão levar você para a sala de inspeção, e ela fica a mais de dez metros da Sarah. Você precisa estar perto dela, para que ela ganhe mais tempo.- disse Madson, o que tinha ficado de responsável pelo reconhecimento da área.

Madson tinha estudado a planta da prisão com cuidado, procurado pela cela de Phoebe, e uma que fosse próxima o suficiente para que Josh pudesse me ajudar. Com a ajuda de Zac os dois tinham entrado na prisão sem que ninguém visse, e tinha roubado a planta do lugar, bem como a lista de prisioneiros.
Já Scarlet, que não poderia ajudar muito, se responsabilizou por conhecer melhor a garota que Josh iria visitar. Tudo estava arrumado, mesmo depois da noite de despedida que tínhamos nos dado.
Tínhamos uma vidente, alguém capaz de neutralizar qualquer um que tivesse um dom e um teletransportado caso algo desse errado, para nos tirar dali.
Vovó era quem regia a orquestra, e juntos, nosso plano se tornava infalível.

-Sarah.- Josh me chamou para um canto, para onde prontamente o segui. Nos distanciamos um pouco dos outros, mas estavam todos tão concentrados em cumprir seu papel, que ninguém nos viu sair. Josh parou na minha frente, bloqueando meu corpo, impedindo que alguém pudesse ver o que ele tinha para me entregar.- Tenha cuidado, estarei por perto, caso você precise de alguma coisa.- ele puxou de dentro do casaco um objeto metálico, e o entregou na minha direção. Era um revolver pequeno, e pesado, que cabia perfeitamente na palma da minha mão.- Esta carregado com apenas uma bala, cuide para que ela seja usada com perfeição.

Nunca tinha lidado com um revolver antes, então deixei que Josh me ensinasse, depois que eu concordei com um gesto de cabeça, para que ele prosseguisse com as explicações. Não quis perguntar como ele conseguiu a arma, nem como ele faria para se livrar dela depois. Assim como cada um de nós, ele tinha se preparado para aquele momento.
E eu já me sentia agradecida apenas por ele ter ficado do meu lado.

Voltamos para o pequeno grupo, que nos encarou assim que eu acomodei a arma em um lugar onde ela não ficaria visível. Discretamente prendi o objeto frio e rígido dentro do bolso interno do meu casaco.
Então olhei para cada um ali e balancei a cabeça concordando, os olhares estavam todos sérios e de alguma maneira amedrontados. Éramos corajosos, mas ainda sim existia aquela ponta de medo de que algo desse errado.
Vovó se aproximou de mim discretamente, assim que me viu encarar todos ali, e colocou algo no meu bolso traseiro da calça. Olhei para ela rapidamente, que apenas sorriu, e depois voltou a olhar para frente, como se nada tivesse acontecido. Estava tão ansiosa, que resolvi ignorar o ocorrido, assim que meus olhos encontraram Louise, que mesmo tentado disfarçar, demonstrou ter tido uma visão.

-O que você viu Louise?- perguntei, chamando a atenção de todos para a garota.

Ela balançou a cabeça, colocando as ideias no lugar e depois me encarou determinada.

-Vai dar tudo certo.- ela concordava enquanto dizia, a medida que todos soltavam suspiros contidos.- A gente se vê no passado.

Naquele momento eu deveria ter visto os sinais, ter percebido a expressão que ela usou para falar. Mas não percebi, estava tão focada, tão determinada, que não notei o olhar dela em mim, quando nos separamos e cada um seguiu seu caminho.

Eu e Madson aguardamos na fila, sérios. As pessoas davam pequenos passos para frente, encurtando o caminho até a entrada. Na porta havia dois policiais armados até os dentes, segurando rifles, que apontavam para as pessoas que passavam pelo detector de metal.
Conforme nos aproximávamos Madson olhava para o detector e para mim, preocupado com o fato de que eu teria que manipular a mente de muitas pessoas para conseguir entrar com uma arma ali.
Quando faltava seis pessoas para chegar a nossa vez, eu flexionei os dedos, e fechei os olhos. Me concentrando na imagem que formava na minha cabeça.
Mentalmente imaginei que eu e Madson estávamos passando pelos guardas, assim como a porta, sem que nenhum som soasse, detectando a arma que eu carregava no meu casaco.
Depois idealizei o fato de que ninguém iria me revistar, e quando enfim a nossa vez chegou abri meus olhos e projetei as palmas das minhas mãos para cima.
Os guardas pareceram perder a vida em seus olhares, assim como os movimentos que faziam. As pessoas a nossa frente, e atrás de nós, não estavam muito diferentes.
Eu caminhava cegamente olhando para frente, e quando cruzei o detector de metais e o som disparou, me concentrei ainda mais. Madson estava bem ao meu lado, dando passos lentos comigo. Ele segurava a respiração, e mal conseguia parar de tremer.
Foi rápido de mais, tanto que mal percebi quando os guardas nos deixaram passar sem nenhum tipo de revista. Estávamos dentro.

2- A Telepata_ IrreversívelOnde histórias criam vida. Descubra agora