Capítulo 12 - Misterioso desconhecido

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Duas semanas se passaram, e eu não conseguia ver muita mudança nos meus dias. Tudo parecia tão normal, que chegava a assustar. Eu não tinha tido mais noticias de Zac, ele havia desaparecido mesmo. Fiquei sabendo que ele foi para a faculdade depois de passar alguns dias fora de casa, o que preocupou a família dele, que não estava acostumada a vê-lo agir daquela maneira. Mas cada um tem seu jeito de seguir em frente, e sabe-se lá onde ele esteve naqueles dias, enquanto precisava por seus próprios sentimentos em ordem, para começar outra vez. E sinceramente, eu não fazia muita questão de saber naquele momento.

Na maioria das noites eu corria algumas quadras, em uma tentativa de me manter equilibrada. Descobri que correr me dava à sensação de liberdade que eu precisava, e assim que comecei a senti-la, viciei, na sensação. Enquanto as férias ainda se estendiam, eu trabalhava mais horas que o normal, na lanchonete, o que fazia bem para o meu salário, mas não para a minha vida social.

Madson estava cada vez mais forte, proporcionando momentos maravilhosos para todos nós. Ele e Josh ficavam até altas horas da noite treinando, aperfeiçoando da mesma forma que um dia eu fiz. Sem duvidas Josh era o melhor professor naquele quesito, em pouco tempo já tinha tornado Madson muito melhor do que eu podia imaginar, e até conseguir sozinha.

Nosso grupo seleto estava cada vez mais focado, procurando pelas explicações que só se acumulavam, à medida que entrávamos em contato com os mortos. As perguntas nunca paravam, e o mistério aumentava cada vez mais, nem os mortos sabiam o motivo de tudo aquilo.

-Você acha que a gente vai descobrir tudo?- perguntou Madson, enquanto cobria o rosto com as mãos, se protegendo do sol, para conseguir olhar em minha direção.

Olhei para ele, com os olhos exprimidos.

-Espero que sim.

Estávamos caminhando na rua, depois de um dia cansativo de treinos e tentativas, bem sucedidas, de ampliar nossos dons. Eu tinha que trabalhar e Madson se negou a me deixar ir sozinha. Estava me sentindo inquieta, mal conseguia prestar atenção no que ele dizia, minha cabeça estava cansada de focar em uma coisa só. Passamos a tarde conversando com os mortos, mas sempre que Madson tentava materializar qualquer parte do corpo do meu pai, ele quase apagava. Ainda não tínhamos chego aquele nível, mas a cada dia estávamos mais perto.

Paramos em frente à livraria, que ficava do outro lado da rua, da lanchonete onde eu trabalhava. Madson olhou para mim, depois colocou a mão no meu ombro.

-Esta tudo bem?- perguntou ele.

Mesmo que tentasse agir normalmente não conseguia, e até ele já parecia perceber o quanto eu andava perturbada ultimamente. A verdade é que meus dias não andavam tão calmos, como eu me obrigava a dizer. Aquela sombra continuava a me seguir, e cada vez mais eu me sentia cansada, como se alguma coisa estivesse sugando as minhas forças. Eu tinha medo do escuro outra vez, e por muitas vezes temi que estivesse ficando louca, já que ninguém parecia ver o que estava acontecendo.

Com o fato de estar falando com o meu pai, que teoricamente deveria enxergar tudo do outro lado, achei que descobriria o que tinha de errado comigo, mas ninguém falou nada, ninguém viu a sombra que me seguiu por tantos dias, nem mesmo aquele que deveria me seguir aonde quer que eu fosse.

Onde meu pai se enfiava, sempre que aquela sombra aparecia? Onde ele estava, sempre que eu acordava no meio da noite, ouvindo a voz me chamar? Eu não sabia, e aquilo era apavorante. Não queria me preocupar com mais aquilo, mas parecia que era tudo em que eu conseguia pensar.

-Claro, só estou um pouco cansada. Nada de mais.- dei de ombros, tentando não preocupa-lo.

Eu já tinha tentado falar com ele sobre aquilo, mas quando mencionei a sombra negra, pareceu loucura até para os meus ouvidos, tanto que não insisti no assunto depois de perceber que ninguém, além de mim, estava vendo aquilo. Eu me sentia estranha o dia todo, como se estivesse sendo observada, sem a chance de saber se estava louca ou sentindo algo real.

2- A Telepata_ IrreversívelOnde histórias criam vida. Descubra agora