Capítulo 35 - Faça o que tiver que fazer

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"Papai estava segurando a câmera, enquanto seguia Jenna pela casa. Eles atravessaram o corredor da cozinha, passaram pela porta que levava ao porão, até que chegaram finalmente à sala, onde pararam por um momento com aquela perseguição. Jenna vestia um suéter azul turquesa, que contrastavam tão bem com a sua pele jovem e seu sorriso brilhante. Seus cabelos longos caiam sobre suas costas, de um jeito que ela só usava naquele tempo.

Já meu pai, não poderia ser visto, uma vez que ele segurava a câmera. Me permitindo apenas, ter a doce sensação, de ouvir sua voz.

-Então meu bem, o que o médico disse?- perguntou meu pai. A câmera em suas mãos sacolejava, como se ele fosse incapaz de permanecer quieto.- Estou curioso.

Jenna sorria, enquanto escondia algo atrás do próprio corpo. Era um tipo de envelope pequeno, que continha as informações sobre o sexo do bebe. Exame esse que meu pai esperou o dia inteiro para saber.

-Por que você esta gravando, Mike?- Jenna quis saber.

O som da risada dele pode ser ouvida.

-Ué, porque quero que nosso filho, ou filha, sei lá...- ele parecia realmente nervoso.- Só quero que, ele ou ela, saibam como ficamos felizes com a sua chegada.

Então Jenna revelou o papel que até então estava escondido, e para a surpresa de meu pai o envelope já estava aberto. O que queria dizer que Jenna já sabia o que estava escrito nele. Nesse momento meu pai não foi capaz de se conter mais, ele largou a câmera em cima de uma superfície rígida, de onde só era possível ver parte do seu corpo, assim como o de Jenna.
A câmera filmava mais o teto do que eles, mas ainda sim era lindo de ver o momento que ele finalmente conseguiu arrancar o papel das mãos da mulher.

Ele encarou o papel com certa incredulidade, enquanto Jenna continha um sorriso encantador.

-Gêmeos?- disse ele depois de um tempo, olhando do papel para Jenna, lentamente.

Jenna apenas balançou a cabeça concordando, ao mesmo tempo que ele a agarrou pela cintura, a tirando do chão em um abraço apertado. Meu pai vestia seu casaco de inverno marrom, e seus cabelos estavam arrumados em um corte de cabelo ultrapassado, mas nem assim a cena deixou de ser tão bela. Era lindo ver a emoção nos olhos dos dois, que mesmo sabendo que estariam prestes a entrar em uma aventura perigosa duplamente, se sentiam completos. Eles não precisavam de muito, mal tinham para si, mas se estivessem um ao lado do outro nada faltaria para aquelas crianças. Era o que se imaginava, ao ver eles tão felizes.

Ele largou Jenna no chão, depois caminhou até onde tinha deixado à câmera pousada. A imagem tremeu um pouco, por conta de suas mãos que tentavam focar o próprio rosto. Era engraçado como ele estava tão novo, diferente de como eu costumava lembrar.

- Viu como o papai ficou feliz de saber que vocês estão chegando?- ele perguntou a câmera com os olhos marejados.

Era típico dele fazer esses tipos de coisa. Meu pai sempre foi o homem que todos sempre vão querer ser, daqueles que não tem medo de amar até o fim, mesmo que isso o fizesse parecer bobo aos olhos dos outros.

-Mike?- chamou Jenna.

Imediatamente ele virou a câmera para ela, demorando um pouco a focar a imagem que tinha mudado tão rapidamente. Jenna estava sorridente, de uma forma que jamais poderia prever o futuro que sua vida levaria.

- O que foi minha pançudinha?- a voz do meu pai era contagiante. O jeito que ele sorria, só podia ser descrito como a maior demonstração de felicidade.

2- A Telepata_ IrreversívelOnde histórias criam vida. Descubra agora