Capítulo 25 - Eu achei você

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-Eu simplesmente não consigo parar de pensar em você, quanto mais eu tento ficar longe, mais você me atrai.- ele olhou brevemente para mim.- Nunca me senti assim em relação a alguém.

Tentei me manter impassível, mas foi quase impossível conter o suspiro que aquilo me arrancou. Assim como foi difícil não ser sugada para mais uma lembrança nossa.

Valentin estava parado em frente a um portão de ferro, enquanto eu o espiava da janela da sala. As luzes estavam apagadas para que ele não me visse espiando, mas nem aquilo diminuía a minha adrenalina.

-Não adianta fingir que não esta em casa!- ele gritou, para que todos os meus vizinhos pudessem ouvir.- Eu vou gritar até você sair!

Ele sabia que eu odiava aquilo, que não gostava de chamar a atenção das pessoas, e fazia aquilo só para me irritar. Revirei os olhos, e bufei.
Odiava aquele garoto.

Então sai do meu esconderijo e caminhei até a porta, girando a maçaneta lentamente, enquanto meu coração martelava no peito. Eu odiava o que estava sentindo, mas não conseguia evitar.
Valentin sempre me causava aquilo, independente do que eu quisesse sentir por ele.

-Até que enfim.- disse ele, assim que eu apareci na porta.

-Já estou aqui, fique em silencio agora.- disse mandando ele baixar a voz, com um gesto de mão.

Ele ficou sério de repente, assim como meu ar pareceu fugir, a medida que eu caminhava o pequeno trajeto que nos separava. Ele estava com o moletom de bolinhas pretas que eu tanto zoava, assim como a calça de um só joelho rasgado. Aquele garoto amava preto, com a mesma intensidade que eu me atraia por ele sempre que se vestia com a cor.

-O que é tão importante, que você não pode esperar até amanhã Valentin?- perguntei irritada, deixando meus olhos caírem até a abertura do portão.

Ele respirou fundo, e depois disse sério;

-Acho que eu amo você, Jenny Wood.- disse ele, fazendo meus olhos subirem na sua direção de repente.

Fui arremessada para fora daquela lembrança, e uma ruga entre minhas sobrancelhas surgiu. Mais aquela, quem diabos era Jenny Wood? E por que eu podia ver as coisas pelos olhos dela? Outra vez, nada fazia sentido.

Milhares de teorias vieram mais uma vez. E se naquelas voltas ao passado, Valentin tivesse mudado tanto as coisas, ao ponto de mudar completamente quem eu era?
Então como em um passe de magica, a garota ruiva, com quem eu já tinha sonhado veio a minha cabeça. Aquela garota, em algum momento do passado, tinha sido eu.
Imediatamente meus olhos se arregalaram quando eu percebi o que aquilo implicava. Se eu tinha sido outra pessoa, com outro nome e outras características, era porque meus pais não eram os mesmos. E com aquele pensamento, algo simplesmente se revelou na minha cabeça.
Jenna, ela nunca foi a minha mãe.
Mas então, quem poderia ser?

Eu queria correr, queria desesperadamente fugir, tinha medo que aquilo pudesse ser real. Minha vida tinha sido seriamente afetada se aquela minha dedução estivesse certa.

Quando percebeu minhas intenções Valentin me segurou pelo braço, completamente confuso com a minha mudança de humor.

-O que houve?- perguntou ele.

-Nada. Eu só preciso ir embora.- disse com urgência, desesperada para ter ainda mais respostas. Na verdade estava completamente assustada com aquela hipótese.

Ele me puxou para mais perto de si.

-Por que você sempre faz isso?- disse irritado.

-Isso o que?

2- A Telepata_ IrreversívelOnde histórias criam vida. Descubra agora