Capítulo 27 - A garota de quem eu tanto falava

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V.

Ethan me ajudou na tentativa de encontrar algo sobre a garota, mais foi mais difícil do que nós pensávamos que seria. Eu sabia apenas seu nome, por causa do seu aniversário, e mais nada.
Era como procurar por uma agulha em um palheiro.

Alguns dias se passaram, mas minha cabeça não descansou um minuto sequer da busca por pistas daquela garota. Então eu tive uma brilhante ideia, que acabou dando muito certo.
Resolvi procurar onde eu a vi pela primeira vez.

A principio fiquei parado lá na livraria, pensando em como ela poderia aparecer para comprar um livro e de repente e evitar meu trabalho de esperar. E quase como em um passe de magica, lá estava ela, entrando na cafeteria do outro lado da rua. Era muita sorte ou simplesmente força do destino que alguém aparecesse assim.

Sabia que aquela era minha oportunidade e fiz dela minha carta de apresentação. Entrei na cafeteria procurando por ela, mas ela parecia simplesmente ter sumido. Parecia loucura, que minha cabeça estava completamente insana, mas quando estava prestes a ir embora, achando que eu tinha me enganado e a confundido com outra pessoa, o rosto dela apareceu no corredor de funcionários.
Pela festa que ela tinha ganho não imaginei que alguém, como ela, precisasse trabalhar, ainda mais servindo mesas. Mais uma vez ela me surpreendia.

Dei um jeito de me sentar logo e esperar que ela me percebesse, enquanto fazia cara de pura casualidade. Ela não demorou muito a me atender e quando finalmente olhou para mim, seus olhos fixaram em mim daquele jeito estranho, que só ela sabia existir. Fiquei encantado com o jeito que ela se mexia e como seu cabelo caia em volta do seu rosto.

Pela primeira vez eu não prestava atenção nos peitos de uma garota. Eu só olhava para seus olhos e esperava que de alguma maneira ela me reconhecesse, e dissesse algo que fizesse sentido. Eu quase podia ter certeza, que ela era "a garota" dos olhos azuis. Como nunca antes eu me sentia estranho, e quando ela tocou a minha mão em um comprimento educado, eu senti como se uma corrente elétrica passasse por nós. E como se aquilo não fosse estranho suficiente, o olhar dela mudou depois de me tocar, como se como se pudesse ver muito mais do que eu queria mostrar.

Naquela tarde eu conheci a melodia da sua voz. Eu havia perguntado a ela se ela era aniversariante naquela festa, sem demonstrar interesse, e depois sai dali adorando a voz dela em meus pensamentos.

Quando cheguei em casa não tive coragem de contar aos caras sobre ela, só disse que a tinha visto, mas que ela não tinha falado comigo. Não queria parecer o bobo do ano anterior, mas depois daquele dia, a cada dia mais eu pensava nela.

Dia após dia eu ia até a lanchonete só com a intenção de vê-la, até que acabei contando a Adam, que quis ir ver pelos próprios olhos a garota de quem eu tanto falava. Ele também achou ela linda, mas eu sabia que ele nunca tentaria nada, já que sabia da importância que ela tinha para mim, caso ela fosse quem eu esperava estar procurando.
Todas as vezes eu pedia a mesma coisa, queria deixar bem claro que estava ali só para vê-la. Já que ninguém normal se desloca para beber uma garrafa de água. As vezes eu mal conseguia me controlar, sempre queria ouvir sua voz, em outras a observava descaradamente, gostando do quanto ela parecia desconsertada com a minha presença.
A atitude dela só me enchia ainda mais de esperanças, de que ela fosse os meus olhos azuis.

Fizemos um show naquela semana, em um clube bem legal. Tocamos muitas musicas e eu estava inspirado como nunca. Foi um dos melhores shows que já fizemos e um cara ficou bastante interessado na gente. Bebemos um pouco com o tal empresário, enquanto ele contava um pouco sobre sua carreira como descobridor de sucessos. Trocamos algumas ideias e depois números de telefone. Podia apostar que as coisas iam ser boas se aquele cara gostasse do nosso som, e Adam e Ethan não paravam de fazer planos.

2- A Telepata_ IrreversívelOnde histórias criam vida. Descubra agora