Weird - E foi assim (COMPLETA)

6 - O primeiro dia é sempre o mais longo!

Como combinado, no dia seguinte o pessoal da MTV estava lá em casa para vermos o contrato e assinarmos tudo. Nunca vi tanta papelada em toda a minha vida! A mesa está cheia delas e pelo menos 4 pessoas da emissora explicando, lendo e relendo os pontos importantes pra mim e para minha mãe. Eu nem posso acreditar que é real. Mas foi tudo tão rápido! E tinha que ser. Eu embarco no dia seguinte logo cedo, caso contrário eu não conseguiria acompanhar os meninos em todos os locais que eles tinham de ir.
Contrato assinado, malas prontas, frio na barriga, noite mal dormida e lá estava eu, acordada às 5 da manhã me arrumando para sair as 6:00. 6:15 e uns fios de cabelo a menos, o táxi parou na minha porta e buzinou. Aquilo tudo é mesmo real ou eu vou acordar assim, com a buzina de um carro qualquer na rua?

Não acordei... é real! Tremedeira novamente. Será que eu vou conseguir falar inglês sem parecer uma idiota? Terá um interprete nos momentos importantes, mas como eu estou no Brasil, o interprete estará disponível para os meninos e não pra mim. E o pior: será que eu vou conseguir não gritar quando encontrar com eles? Qual será a reação do Zac ao me ver a primeira vez? Com certeza ele já tinha encontrado meninas mais bonitas e mais desinibidas do que eu. Isso é um problema que eu preciso resolver sozinha... eu só não tenho ideia de por onde começar.

Primeira vez em um avião. Não sei se é nervoso, se é o fato de eu estar em um avião ou o fato de que eu ia encontrar o amor da minha vida, mas acontece que eu não fiz nada além de vomitar até o que não tinha no estômago por toda a viagem. Não é a melhor lembrança, mas eu também não vou esquecer isso. E quanto mais eu pensava: "Ah não! Vou encontrar com eles de maquiagem borrada e cheirando azedo!", mais eu ficava ansiosa e mais meu estômago se contorcia. É um ciclo demoníaco, não tem outra explicação. Chegando ao aeroporto da capital, o pessoal da produção se propôs a me levar até um posto de saúde, mas essa é a última coisa que eu quero, então fui até o banheiro, me olhei no espelho e vi o quanto eu estava pálida! *Preciso resolver isso!* Escovei os dentes, lavei o rosto e refiz a maquiagem. "É isso aí, Lola! Arrasa!" e foi com esse pensamento que eu sai, toda sorridente, do banheiro do aeroporto, direto para o táxi que me levaria para o hotel.
Chegando ao hotel, um monte de meninas já estavam amontoadas na porta, gritando "I love you" com cartazes. E a nota mental voltou: jamais grite "I love you!", pois você será ignorada e classificada como fã doida e não é isso que eu quero. Eu quero ser classificada como "real pretendente não louca do Zac".

Foi fácil entrar, já que fui ignorada por toda a multidão com a minha malinha discreta, que nem rodinha tem! Tive que carregar no braço mesmo, até um moço do hotel se oferecer para colocar minha mala num carrinho. O hotel é lindo! Eu olhava pra tudo e tinha vontade de tirar foto de tudo, registrar cada momento! Pena que naquela época, não existia câmera digital e tão pouco celulares com câmera! Eu tinha que economizar meus filmes! (sim, a gente precisava comprar rolos de filmes para fotografar e depois era preciso pagar e torcer para as fotos terem ficado boas na hora de revelar). Minha tia me emprestou a filmadora dela, mas ela também não era digital, então eu também precisaria pensar muito bem antes de gastar a fita gravando bobagens.
Check in feito! Fui conduzida pelo moço das bagagens até o meu quarto. Confesso que fiquei triste, mas eu já esperava por isso: meu quarto não é no mesmo andar dos meninos. Eles estão no andar de cima, em quartos melhores, com uma vista melhor e mais privacidade. Mas fiquei satisfeita. É a minha primeira vez em um quarto de hotel só pra mim! Sempre que eu viajo, eu fico no mesmo quarto da minha mãe e irmã e não era fácil dividir tudo, especialmente quando alguém quer dormir enquanto outro não.
Arrumar as coisas não é fácil, pq mesmo sabendo que os meninos provavelmente estão descansando e as chances de encontrar com eles antes da parte da tarde serem quase nulas, eu estou ansiosa para que alguém batesse na porta e ao abrir, a pessoa na porta fosse nada menos que Zac Hanson e sorrindo com esse pensamento, alguém bateu à porta. Meu coração batendo na boca, as mãos suando e eu tentando organizar minhas frases em inglês. Quando eu abri a porta, era um sr, com a camiseta de Staff, dizendo que o almoço estaria servido às 11:00 e eu poderia me dirigir ao restaurante do hotel. Só nesse momento eu percebi o quanto eu estava com fome! Não tinha comido nada desde o fatídico desconforto estomacal durante o voo. Agradeci ao sr e me preparei para descer. Quem sabe eu não me encontro com os meninos no refeitório?!

Me arrumei o melhor que eu pude sem parecer que estava indo pra um casamento. Eu preciso de um look "naturalmente bela", mas nunca fui muito boa em maquiagens, então só passei um lápis no olho e um hidratante labial. Pq o que eu sei fazer além disso é passar máscara nos cílios e blush e eu não vou desperdiçar isso no almoço, não é mesmo?

Fui até a pista para montar o meu prato. Enrolei na esperança de que eles fossem descer, mas não. Os hospedes do hotel entraram e saíram, os staffs fizeram o mesmo e quando eu cansei de esperar, pensei: "quem sabe não encontro eles saindo, no elevador?". Passei pela recepção como quem não quer nada e então perguntei ao moço das malas se ele sabia que horas os meninos iam descer e ele me explicou que eles não desceriam, pq pediram serviço de quarto. Droga!
Subi de volta pro quarto e fiquei terminando de arrumar as coisas quando outra vez alguém bateu na porta. Será que é agora?!