EPÍLOGO

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Os dias se passaram e eles continuavam tendo problemas com a gravadora, mas mantiveram o bom ritmo e continuaram dando o melhor de si sempre. Tinham o apoio dos fãs de todo mundo e, no fim, após a gravadora insistir que eles deveriam agendar novos shows, mesmo com o Taylor doente,  mesmo sem nova previsão de lançamentos, eles contrataram um advogado e cancelaram o contrato.

Fiquei feliz, mas ao mesmo tempo preocupada. Eles não virão mais para o Brasil num show no ano que vem Não tinha nada agendado, mas a gravadora queria outro tour pela América antes. Eles tb ficarão sem fazer grandes shows, visto que não tilem o apoio, os contatos e nem o dinheiro da gravadora.

Claro que eles têm a renda de todas as composições e de algumas casas de aluguel. Walker tinha administrado bem as finanças e a vida deles é estável. Eles vinham se programando para isso... só aconteceu um pouco antes do previsto.

Eles descansaram uns dias e enquanto isso, Taylor se recuperava e eu corria atrás para conseguir os documentos para viajar. Se tudo der certo, eu embarco para Tulsa e passarei três meses com eles.

São muitos documentos e, enquanto isso, Taylor ia me atualizando:

Eles participavam de festivais menores, serviços beneficentes e feiras em Tulsa e nos arredores de Oklahoma. Gravavam demos e compunham no estúdio de casa e tinham feito consultoria com alguns músicos, amigos deles.

Finalmente meus documentos ficaram prontos, meu visto e passaporte foram aprovados e Taylor comprou as passagens. Eu não posso acreditar que depois de um ano eu estou indo pra Tulsa!

É um misto de ansiedade e tristeza por deixar minha família. 3 meses é muito tempo e não é uma coisa que eu posso simplesmente voltar no dia seguinte se algo desse errado.

Eu tranquei a matrícula da escola e fiquei registrada como aluna de intercâmbio.

Suspirei na hora de dizer adeus ao Brasil.

Minha mãe e eu tivemos uma longa, longa conversa, muito parecida com as de sempre, porém então eu percebi: ela está falando comigo como uma adulta. Não me lembro de uma conversa assim entre nós antes, sem o tom de sermão e conhecimento absoluto. Ela ainda é minha mãe, e eu ainda sou sua filha, mas nós tínhamos cruzado algum limite misterioso. Agora somos iguais: mulheres fortes que escolheram o caminho a trilhar:
- Bom... - disse ela num suspiro - Eu acho que agora eu só posso esperar ter criado você bem o suficiente para que vc possa tomar boas decisões, mesmo longe... A gente cria filhos para o mundo, afinal... - ela deu de ombros.
- Oh, mãe! - Foi tudo que consegui dizer antes da voz falhar e eu me aninhar num abraço que só mães sabem dar.
Quem a vê falando assim, talvez ache que ela não se importa em me deixar ir, mas minha mãe sempre foi assim: me criou para ser livre e perseguir meus sonhos. Ela sempre me apoiou em tudo - depois de me passar um sermão e ter certeza de que eu conhecia os riscos e consequências, claro. Minha mãe é dessas que te ajudam a construir um castelo feito de caixa de papelão no quintal,  mesmo sabendo que vai chover e estragar tudo, desde que seja isso que você realmente quer e eu não tinha me dado conta do quanto eu sou sortuda, até esse momento.
Abracei minha irmã, minha tia e minha avó. Essa é toda a minha família e eu estou deixando todos para conhecer minha outra família: a família Hanson.

OBS: CONTINUA EM "Lost Without You ~ Nós" :
https://www.wattpad.com/story/98712527-lost-without-you-~-n%C3%B3s ;

Música de fundo para o momento:

Weird - E foi assim (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora