Me desculpem se houver erros.CLARY
A primeira coisa que notei ao abrir os olhos foi a luz intensa vinda do ambiente em que eu estava. Pisquei diversas vezes incomodada com a iluminação até os meus sentidos se acostumarem. A cabeça latejava e a região das costelas doía um pouco, vagarosamente fui recobrando a memória e os acontecimentos de mais cedo voltaram a rodar na minha mente. Quase dei um pulo na cadeira, o que não aconteceu porque o meu corpo estava mole demais para entender os meus comandos, senti um aperto em ambas as mãos e me virei para enxergar o que as segurava. Eram Ian e Luke, um de cada lado da maca do hospital. Os dois dormiam e tinham a cabeça depositada sobre o colchão duro, as mãos apertadas nas minhas. Tentei falar com eles, mas a garganta seca me impedia de emitir qualquer som.
Então Peter veio na minha cabeça. A imagem dele no chão frio, ensanguentado. Olhei para o teto em busca de forças é comecei a chorar em silêncio. Aquilo não podia acontecer. Não com ele, uma criança inocente que por acaso estava naquele local na hora errada. Os meus soluços silenciosos acordaram Ian, que imediatamente levantou a cabeça para conferir se eu estava bem.
- Clary? - Ele resmungou. Os olhos possuíam olheiras escuras e os cabelos escuros estavam uma bagunça. Ao escutar o movimento ao seu redor Luke também acordou, exatamente na mesma situação que o irmão.
- Você está bem? - Luke beijou a mão que segurava e me encarou atento.
- Peter, ele... - Solucei e voltei a chorar, não conseguindo concluir a frase. - Ele morreu.
- Como? - Ian fez uma careta e olhou para Luke, sem entender do que eu estava falando.
- Ele não morreu, Clary. Está na UTI em observação. Peter passou por uma cirurgia ontem assim que chegou no hospital.
- Ele não morreu? - Levei as mãos ao rosto e chorei mais ainda ao ver o aceno positivo de Ian, sem conseguir explicar o alívio que tomou conta de mim.
- Não, ele está estável até o momento. - Ian beijou o meu rosto de uma forma carinhosa que eu poucas vezes havia visto e me abraçou. - Peter vai ficar bem.
- Quem mais se machucou? - Limpei as lágrimas e tentei me sentar, mas parei de mexer assim que senti novamente o incomodo nas costelas.
- Bem... - Luke começou um pouco relutante. - Três seguranças foram baleados, Rick quebrou o nariz e Thomas fraturou o braço.
- Meu Deus. - Sussurrei e apertei as mãos no lençol. - Eles estão bem?
- Sim, não foi tão grave quanto parece. - Ian se levantou e foi até a janela, quando ele passou por mim pude ver a arma no coldre da sua perna.
- E vocês estão aqui para...?
- Para ver você! - Luke respondeu indignado. - Para sabermos se está segura. Para garantir isso.
- Então ainda não acabou.
- Não. Alguns fugiram, estamos atrás deles. - Ian espiava pela janela do quarto, atento caso visse alguém suspeito do lado de fora.
- Eu posso ir embora?
- Não também. Você quase fraturou uma costela. Está em observação até receber alta da médica.
- Tudo bem. - Eu estava inquieta. Queria ver Peter e Thomas, mas pelo visto eu teria que ficar deitada por mais algumas horas ou talvez dias. Talvez aquilo fosse uma desculpa dos dois para que eu ficasse em um lugar que eles pudessem me proteger, pois eu não havia fraturado a costela e não tinha motivos para continuar ali.
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Amor à Três
RomanceCONCLUÍDA • Plágio é crime. • Qualquer cópia integral ou parcial, tradução, postagem ou afins sem a minha autorização será denunciado sem piedade Não recomendado para menores de 18 anos. • Dezembro 2016 - 40° lugar na categoria romance • Maio 2017...