Me desculpem se houver erros.Ps: Penúltimo capítulo!!
CLARY
Abri os olhos, sentindo aquela claridade intensa quase me cegar. O local era desconhecido por mim. O ar não era quente nem frio, uma temperatura agradável predominava no ambiente.
Me sentei, levando uma das mãos até cabeça que doía. Eu estava deitada nas raízes de uma árvore em um campo florido que parecia não ter fim. A grama era verde e fofa e o céu era limpo e azul. Levantei atordoada, mas ao mesmo tempo sem fôlego devido a bela paisagem diante dos meus olhos. O vestido branco que eu vestia esvoaçou com o vento, bagunçando os meus cabelos.
Onde eu estava?
Vi de longe uma garotinha se aproximar. Não devia ter mais que oito anos e vestia um vestido semelhante ao meu. Por mais estranho que aquilo fosse, ela transmitia confiança e um certo sentimento de conforto.
- Quem é você? - Perguntei quando ela parou na minha frente. Os seus olhos não tinham cor, mas refletiam um brilho intenso que me assustou por alguns minutos.
- Ninguém. - Ela pegou nas minhas mãos e me guiou. Sem escolha a segui pelo caminho de pedras douradas até chegarmos na beira de um lago. - Me diga Clarissa, o que você vê?
Olhei apara o meu corpo através do reflexo das águas claras. Ele me mostrava todas as cicatrizes e marcas que eu adquiri. A facada na perna, os pequenos cortes dos cacos de vidro nas minhas mãos, o arroxeado no pescoço, costelas e olhos, e o que mais me marcou, os cortes nos pulsos que eu fiz no dia em que o meu pai morreu.
Eu entendia. Aquilo era eu, a minha essência e a minha vida. Me mostrava as coisas por qual eu havia passado, e acima de tudo, superado.
- Eu estou morta? - Perguntei para a garotinha ao meu lado, que olhava para o lago de forma curiosa. Eu temia pela resposta.
- Sim, está.
- E você? O que está fazendo aqui?
- Cabe a mim te levar até os portões. Estou aqui para te mostrar a sua vida. Os momentos bons e ruins antes de partir para o outro lado.
Quando ela terminou de falar, a minha mente foi preenchida por flashs de toda a minha vida. Quando eu era criança e brincava com o meu pai em seus tempos livres, quando eu o perdi, mas ao mesmo tempo conheci Ian e Luke. Vi também as nossas discussões, momentos difíceis e os momentos de carinho. A sensação do primeiro amor, a sensação da perda e finalmente a sensação indescritível ao ver os meus filhos pela primeira eram tão reais que eu sentia como se tudo estivesse acontecendo novamente, e foi impossível não chorar diante das memórias.
Eu nunca os teria de volta. Nunca mais ouviria a voz sarcástica de Ian ou as declarações de Luke, muito menos os meus filhos me chamarem de mamãe pela primeira vez.
- Eu posso te mostrar como poderia ter sido a sua vida. Apenas se você quiser. - A garotinha tocou no meu cotovelo, abrindo um sorriso triste.
Acenei com a cabeça, e no instante seguinte estava em um outro lugar, necessariamente em uma casa moderna e grande. Olhei ao redor, a procurando, mas ela não de encontrava mais ali.
Haviam brinquedos diversos espalhados por todo o lugar, e o som de risadas e gritos histéricos preencheu o local. Não demorou e duas crianças apareceram no meu campo de visão, o rosto e as roupas cobertos de tinta e tinham a expressão de que tinham aprontado algo.
- Vocês não vão nos alcançar! Bobões! - A menina gritou, se escondendo atrás das minhas pernas enquanto o outro se escondeu atrás da irmã. Imediatamente os reconheci. Eram Theo e Lea mais velhos. Deviam ter cinco anos, no máximo.
- Ah, aí estão vocês! - Ian entrou na sala, ofegante e sem camisa. Uma parte do seu rosto estava pintada de rosa e o resto de seu peitoral possuía desenhos feitos pelas crianças. - A mãe de vocês não vai me impedir de fazer cócegas.
- Não mesmo. - Luke apareceu logo depois, da mesma forma que o irmão, só que o que estava pintado eram os seus cabelos.
- Mamãe! - Theo gritou ao vê-los se aproximar, temendo o ataque de cócegas.
- Eu te protejo Theozinho! Os papais não irão te fazer cócegas. - Lea gritou e avançou sobre Ian com determinação, mas foi facilmente detida.
- Você está muito levada. - Ian riu, puxando-a para o seu colo enquanto ela se debatia devido
às cócegas.- O Theo que é morto demais.
- Lea! - Luke repreendeu, sentando-se no chão. Ele me olhou e lançou uma piscadela na minha direção, me puxando para sentar em seu colo. Lea era igualzinha a Ian, até mesmo o jeito de ser, a mesma coisa era com Theo, que era a cara de Luke.
Eu ainda estava estática demais. Aquilo era um sonho, o meu sonho. Sempre idealizei uma família feliz, mas aquilo era muito mais do que eu havia pedido.
Fui atacada pelos dois, que se jogaram na minha direção e me abraçaram com força, sujando o meu vestido com as tintas coloridas.
- Nós te amamos, mamãe.
- Eu também amo vocês. - Sussurrei de olhos fechados, os apertando contra mim, desejando ficar presa naquele momento para sempre.
Ao abrir os olhos me deparei novamente com os campos floridos, e tudo aquilo que eu presenciei desapareceu. Continuei abraçando o meu corpo, imaginando que nos meus braços estavam os meus filhos enquanto eu chorava em silêncio.
- Temos que prosseguir. - A garota reapareceu, parando na minha frente.
- Para onde? - Perguntei e limpei o meu rosto, me colocando de pé.
- Para os portões.
- E o que são os portões? - Indaguei, mas ela me ignorou e voltou a caminhar. Comecei a segui-la, ainda atordoada com o que eu presenciei a pouco.
Após caminhar por alguns minutos, paramos em frente a grandes portões de ferro com desenhos de rosas. Eles estavam abertos e além deles eu podia ver apenas um clarão.
- O que há além? - Perguntei, sem ter medo do meu destino.
- Apenas você poderá descobrir, Clarissa.
Dei um passo para frente, indecisa do que fazer. Eu não queria ir, mas não sei tinha volta. Não dependia de mim, eu estava morta e por mais que o meu coração doesse a cada passo, eu sabia que era necessário.
- Eu não posso ir. - Sussurrei, levantando os olhos para o céu.
- Você sabe que se pudesse ficar apenas sofreria com o julgamento de todos.
- Isso não me importa, contanto que eu estivesse com as pessoas que eu amo.
De repente fui puxada para dentro das dimensões do portão, e por mais estranho que tudo aquilo fosse, eu não tinha medo.
- O que está acontecendo?! - Perguntei, vendo agora nada além de uma luminosidade intensa quase me cegar.
Antes que tudo se tornasse branco, vi o sorriso no canto dos lábios da menininha.
- Há pessoas que não desistiram de você, Clary.
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Amor à Três
RomanceCONCLUÍDA • Plágio é crime. • Qualquer cópia integral ou parcial, tradução, postagem ou afins sem a minha autorização será denunciado sem piedade Não recomendado para menores de 18 anos. • Dezembro 2016 - 40° lugar na categoria romance • Maio 2017...