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Me desculpem se houver erros.

CLARY

Desci as escadas e começei a caminhar para o campo da casa, como sempre naquele horário da tarde o sistema de irrigação estava ligado, molhando a grama verde fofinha e as outras plantas.

Segui em direção ao lugar que ficavam os equipamentos para o arco e flecha, uma pequena casinha com o telhado triangular de tijolos vermelhos e a porta de madeira marrom. Provavelmente o lugar que eles jogavam as coisas velhas.

Entrei no local e procurei pelos objetos. Por dentro era simples; uns quadros velhos com algumas teias de aranhas num canto, sofás rasgados e muita poeira. Os arcos estavam todos enfileirados de cima para baixo em um suporte de metal no canto da casa, todos emporeirados. As flexas estavam dentro de um baú velho e mofado. Pelo visto já faz tempo que a última pessoa entrou aqui.

Peguei um arco qualquer e o assoprei para tirar um pouco do pó. Péssima idéia. Começei a espirrar sem parar.

Depois da minha crise, peguei as flechas que eram feitas inteirinhas de metal, e minha nossa, eram tão afiadas quanto um facão de carne. Me arrepiei toda e torci para que eu não me fizesse o favor de arrancar um dedo.

Joguei-às na aljava, umas vinte, e prendi o arco em meu braço para que eu não o derrubasse enquanto treinava.

Abri a porta e segui em direção aos alvos. Essa parte do campo era um pouco mais distante do restante, era mais calma e não havia ninguém por perto.

Caminhei até chegar na frente de um alvo redondo. Me manti a alguns metros longe, não muito distante e nem muito perto e me posicionei. Virei o corpo de lado e ergui o braço com o arco, peguei uma flecha de metal da bolsa de couro que pendia em minha costa e me preparei para atirar.

Só pratiquei arco e flecha uma vez na minha vida na casa de uma amiga, eu sabia como pegar o arco e me posicionar para atirar, mas nunca treinei de verdade para atirar como o Legolas.

Soltei a flecha, que por sua vez saiu zumbindo e acertou a grama, um pouco abaixo do alvo. Ótimo, nem o alvo eu acertei.

Revirei os olhos e bufei feito uma criancinha.

Me posicionei de novo e mirei, soltei a flecha e ela acertou novamente a grama, agora um pouco mais ao lado da última flecha que atirei. Ok, eu sou péssima, mas com o tempo eu melhoro, assim espero.

Continuei atirando sem sucesso, até que quando me restava somente duas flechas acertei uma na beirada do alvo. Pulei de alegria e fui recolher as flechas espalhadas pela grama.

Meu celular começou a tocar no meu bolso, retirei o aparelho e atendi sem ao menos olhar para a tela.

- Alô?

- Clary? Oi, é a Sophie, tudo bem? - A voz afobada de Sophie soou do outro lado da linha, antes que eu pudesse responder ela me cortou. - O Luke está ai? Ele não atende a porcaria do celular!

- Não, por que? Quer deixar algum recado?

- Ah, quero, quando ele chegar da faculdade avisa ele que a turma vai aí mais tarde pra festa na piscina, tá? Umas cinco mais ou menos.

- H-hum, pode deixar... Mas ele sabe?

- Sabe sim, relaxa.

- Tudo bem então.

- Até mais tarde Clary! Esteja ai, viu?

- Ok.

Desliguei o celular e recolhi meus pertences, voltando para a casa. Não encontrei com Jane, ela deve estar em algum lugar por aí, procurando algo para limpar.

Subi para o meu quarto e me joguei na cama, nem percebi quando peguei no sono. Na verdade percebi assim que o meu celular começou a tocar. Ignorei a primeira vez, mas então ele voltou a tocar incessantemente.

- Droga! - Murmurei quando deixei meu celular cair da cômoda. Rolei até ele e o peguei. - Hum?

- Clary, é a Meggy, tudo bem? Você estava dormindo?

- Tudo sim, não, claro que não, não estou dormindo. - Murmurei com a voz rouca devido ao sono.

- Ah, tudo bem. Só queria avisar bem antecipadamente que semana que vem Thomas e eu iremos a um evento da minha empresa, mas Iz não vai poder ir, crianças não são permitidas. Eu gostaria de saber se você vai querer ir, mas se quiser ficar em casa você pode dar uma olhadinha em Isabelle por nós?

Pensei um pouco. Faziam dias que eu queria passar um tempo com Isabelle, e acho que essa seria a oportunidade perfeita para conseguir conhecer melhor a garotinha.

- Eu prefiro ficar, tudo bem para vocês?

- Tudo! Irei marcar presença somente para mim e para Thomas então... Obrigada.

- De nada. - Falei ainda com a face no travesseiro e desliguei.

Despertei de vez assim que ouvi ruídos vindos do meu quarto. Pulei na cama e peguei qualquer coisa que estivesse por perto, no caso, um vaso de vidro que estava na cabeceira da cama e o levantei em minhas mãos, quase jogando-o na pessoa que eu idiotamente julguei ser um ladrão. Assim que o reconheci abaixei o vaso com o coração na mão enquanto Luke ria de mim.

- Luke! Seu idiota! - Falei rindo e me jogando de costas na cama, atirando um ursinho que estava em minha cama na sua cara.

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Amor à TrêsOnde histórias criam vida. Descubra agora