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Me desculpem se houver erros.

CLARY

Eu estava realmente no espaço.

Como assim ele me beija e depois vai embora?

Suspirei e balancei a cabeça tentando espantar as lembranças de poucos minutos. Os alunos ainda me observavam, curiosos.

Abaixei a cabeça e começei a andar pelos imensos corredores cheios de armários vermelhos.

Passei por várias salas com portas de madeira e finalmente encontrei a que eu procurava. Bati na mesma e entrei fechando-a em seguida.

As paredes do ambiente eram brancas, havia um balcão um pouco a frente aonde estava uma senhorinha de cabelos grisalhos presos a um coque elegante. Ela mexia em alguns papéis e atendia a telefonemas incessantes. Levantou o olhar para mim e parou tudo o que estava fazendo.

- Posso ajudar?

Me aproximei do balcão, meio sem jeito.

- Sim, eu gostaria de receber meus horários de aulas.

- Ah sim, seu nome? - Ela murmurou pegando uma caixinha preta que estava no canto da mesa.

- Clarissa Lancaster.

Ela me olhou e olhou para os papéis da minha matrícula escolar. Repetiu os gestos mais uma vez, parecendo chocada.

- Pensei que eu te reconhecia de algum lugar, tinha certeza que já te vi antes.

Será que não era em alguma revista ou na internet?

Ela balançou a cabeça e me entregou os papéis com os horários e alguns livros, provavelmente eram apostilas.

- Aqui estão. Boa sorte, Clarissa, entrar no meio do terceiro bimestre não é para qualquer uma. Sua primeira aula é Biologia. Sugiro que corra, está atrasada.

Arregalei os olhos. Atrasada? No primeiro dia? Agradeci a senhora, ou Ana, como estava escrito em seu crachá e corri em direção a ala das salas.

- Droga. - praguejei baixinho enquanto olhava ao redor. No mínimo umas vinte portas, todas iguais separadas somente pelas letras que estavam acima delas.

Olhei para o horário, que não mostrava qual era a minha sala. Resolvi pedir ajuda a alguém e levantei a cabeça a procura, mas não vi uma alma viva naqueles corredores. Eu estava atrasada e nem sabia qual era a minha sala. Ótimo.

Ouvi um barulho de rodinhas deslizando pelo chão e me virei. Um senhor de pele negra pegava o esfregão e limpava o chão. Vestia um macacão azul e um boné da mesma cor, os fones de ouvido provavelmente estavam no volume máximo, pois ele dançava de um lado para o outro nos corredores. Fui até ele e o chamei.

Ele levantou o rosto e sorriu amigável, mostrando os dentes brancos.

- Posso ajudar?

- Sim, eu estou perdida. Não sei onde é a minha sala, o senhor pode me ajudar?

- Claro...Aluna nova?

Apenas assenti e lhe entregei o papel já meio amassado. Ele passou os olhos brevemente pelas escritas e me devolveu.

- A última sala do corredor, lado esquerdo.

- Muito obrigada. - Balbuciei aliviada.

- De nada, agora corra antes que não te deixem entrar.

Corri até o fim do corredor e me recompus, ajeitando a saia. Bati duas vezes na porta e uma voz masculina me mandou entrar. Coloquei a cabeça para dentro, espiando o local.

Amor à TrêsOnde histórias criam vida. Descubra agora