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Me desculpem se houver erros.

CLARY

O percurso até o aéroporto se seguiu em silêncio, Thomas passou quase todo o caminho em uma ligação que parecia importante, as vezes me olhava e sorria, tentando transmitir confiança.

Chegamos ao aéroporto e logo fomos levados a uma área de pouso particular, aonde um jato com o letreiro WILLIANS, em azul, se destacava.

Entrei e me acomodei em um assento de couro confortável, uma aeromoça veio até nós e repassou as regras básicas de vôo que eu já havia decorado.

A viagem seria de Atlanta para Nova Iorque. Não havia passado nem meia hora após a decolagem e o tédio já me consumia, então procurei Thomas com o olhar para que pudéssemos conversar sobre qualquer coisa que fosse, mas este dormia tranquilamente em seu assento do meu outro lado, não quis acorda-lo, pois ele deveria estar cansado.

Resolvi pegar uma revista que estava escondida no fundo do bolsão da cadeira, começando a folheá-la na tentava de me distrair ao ler fatos sobre certas celebridades. Uma das fotos que me chamou a atenção foi a de dois garotos, provavelmente tinham vinte e poucos anos; um era alto, tinha o físico forte, com os cabelos negros e tatuagens nos braços. Tinha no enlaço uma mulher agarrada no seu corpo, as roupas curtíssimas e cintilantes. O outro era loiro e forte também, os olhos intesos e um rosto amável, mas este estava sozinho. Olhei a legenda e confirmei minhas suspeitas:

"Irmãos Willians assumiram a grande empresa de advocacia Jon Lancaster, que faleceu nesta Quinta-feira (13) por motivos ainda desconhecidos. Eles se encontram em uma reunião importante com os líderes da empresa, já que seu pai não poderá estar presente, Thomas Willians e sua esposa Meggy W. irão ficar com a guarda da garota Lancaster."

Ian e Luke Willians, meus futuros "irmãos", como ressaltou Thomas. Ian era o típico mulherengo, sempre aparecendo nas fotos e entrevistas com alguma mulher diferente. Luke parecia ser totalmente o oposto do irmão.

Suspirei e fechei a revista quando senti uma leve tontura, colocando-a no bolsão novamente. Esperava conseguir ter uma boa relação com eles. Eu queria uma família, queria algo que eu nunca havia tido.

Me encostei no banco e fiquei por algum tempo observando o céu negro e quando dei por mim, adormeci. Fui despertada pela aeromoça, que avisava que dentro de vinte minutos iriamos aterrissar em Nova Iorque.

Me levantei sentindo os meus músculos doerem devido a posição na qual dormi, rumei até o banheiro e me olhei no espelho. As olheiras de ter passado noites ao lado de meu pai no hospital eram visíveis.

Sem vontade alguma peguei a minha bolsa e começei a retocá-la, tinha que estar no mínimo apresentável para minha nova família, soltei meu cabelo que caiu em minhas costas, todo embaraçado. Mesmo sem muita vontade, peguei um pente e o escovei. Parei quando ouvi batidas na porta.

- É, hm... Está ocupado! - Falei jogando tudo dentro da bolsa para dar lugar a uma nova pessoa.

Ouvi Thomas rir de mim do outro lado.

- Não quero usar o banheiro, querida, só quero avisar que estamos nos preparando para a aterrisagem e que seria melhor você ir até o seu assento.

- Ah, claro. - Fechei a porta do banheiro envergonhada e me dirigi ao meu lugar, passando por ele.

Peguei o meu celular da bolsa e entrei no álbum de fotos com o meu pai. Eram poucas fotos, mas cada uma delas tinha a sua devida importância e carregavam histórias que eu jamais iria esquecer. Não pude conter as lágrimas que se formaram em meus olhos ao observar a foto de quando eu era criança, brincando na neve. Jon me segurava pelos pés e fazia careta, me causando um ataque de risos. Esbocei um leve sorriso e desligei o celular, pois a aeromoça Julie, como dizia em seu crachá, me fuzilava com o olhar para desliga-lo, e assim o fiz.

Como sempre, o jato começou a descer, fazendo aquelas viradas de gelar o sangue.

Todo mundo que já andou de avião sabe como é. Aquele frio na barriga seguido por um solavando que faz você quicar no banco.

E bem, foi isso o que aconteceu, agarrei fortemente no banco como se minha vida dependesse daquilo (de fato, dependia) e fechei os olhos enquanto quicava igual a uma bola no banco.

Quando percebi que já estávamos são e salvos os abri, e depois de alguns minutos fomos liberados para descer do jato. Peguei algumas bagagens minhas, mesmo com Thomas insistindo em levá-las.

Desci do pequeno avião e vários seguranças vieram pega-las para mim. Ouvi Thomas conversando com alguns deles e depois apontando para mim com a cabeça, os dois seguranças fizeram um breve movimento com a cabeça e começaram a me seguir.

Intimidada, fui conversar com Thomas.

- O que está havendo?

- Nada, só estou prevenindo. Prefiro andar sempre acompanhado. - Sorriu amavelmente e continuou o caminho.

É, ele estava certo, e se algum imprevisto ocorre? Achei suspeito, mas o segui em silêncio até o estacionamento com mais duas sombras atrás de mim, às vezes via um fotógrafo ali e outro aqui, mas não dizia nada, afinal, esse é o trabalho deles.

Em frente ao aeroporto havia um outro carro nos esperando, porém este era cinza e parecia ser um modelo mais esportivo. Entramos no automóvel acomodei-me no banco de trás, que por sua vez era bem macio.

Seguimos em direção a casa de Thomas em silêncio, eu não conseguia parar de pensar na montanha russa que minha vida se tornaria.

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Amor à TrêsOnde histórias criam vida. Descubra agora