| 31 |

9.8K 864 59
                                    

Me desculpem se houver erros.

CLARY

- Calada! Sua vadiazinha! Ou eu te mato!

Senti o metal frio da arma encostar em minha têmpora e no mesmo instante parei de me debater e tentei segurar os soluços involuntários que tomavam conta do meu corpo.

- Isso, boa garota. - Ele falou e passou os dedos no meu rosto, limpando as minhas lágrimas. A única coisa que senti foi repulsa e nojo.

- Por favor, não o machuque, eu faço qualquer coisa.

Implorei, tentando me soltar das amarras que prendiam meus pulsos e pernas.

- Ah, Clarissa, é tão bom te ouvir implorando.

O celular dele começou a tocar, e sem dizer nada saiu da sala.

Olhei pela milésima vez ao redor, para tentar reconhecer o local em que estávamos presos. Nada. O lugar cheirava a mofo, as paredes estavam com a tinta desgastada e o piso era de uma madeira podre. Provavelmente era um porão.

Olhei para a cadeira a minha frente, para a pessoa que estava presa e amarrada. Deus, se algo acontecesse a ele, eu me culparia pelo resto da minha vida.

Diferente de mim, ele estava inconsciente e um pouco mais machucado.

A porta foi aberta num estrondo e logo ele estava novamente em minha frente, o que fez meu coração gelar de medo.

- É a sua última chance Clarissa! Aonde está a sua mãe? - Ele gritou e apontou a arma para a cabeça do homem ao meu lado. Não, não, não!

- Minha mãe morreu!

Ele não se mexeu, continuou parado com o braço estendido. A mão segurava firmemente a arma, eu sabia que se ele quisesse matá-lo, iria o fazer sem hesitar. Mesmo estando a alguns metros de distância, eu tinha quase certeza que ele o acertaria. Acertou um tapa forte em meu rosto que o fez arder e abriu um sorriso que fez todo o meu sangue fugir do meu rosto.

- Resposta errada, Clarissa.

Só pude ouvir o disparo do tiro ao mesmo tempo em que gritei com toda a minha força. Meu coração se espatifando, como se tivesse sido eu quem levou aquele tiro.

- Blake!

Acordei num sobressalto.

Olhei ao redor, reconhecendo as paredes do quarto e percebi que tinha sido somente um pesadelo. Tentei me acalmar, o que foi quase impossível. Calma. Foi só um pesadelo, um horrível pesadelo.

Limpei as lágrimas que eu não tinha percebido que escorriam e me encolhi na cama.

Levantei decidida e rumei até a penteadeira de madeira. Abri a segunda gaveta e retirei a carta já empoeirada de Jon.

Olhei-as por um bom tempo, tentando decidir se as leria ou não.

"Leia somente quando estiver pronta"

Essas palavras me fizeram pensar. Mas e se eu não estivesse pronta? E se fosse demais para mim?

Suspirei e as joguei na gaveta novamente, a trancando em seguida. Algo me dizia que eu saberia a hora certa.

Me sentei no chão e me encostei na parede, fechando os olhos. Começei a chorar. Chorei tudo o que não havia chorado na semana inteira.

Por que meu pai me deixou? Por que todos os meus familiares estavam sendo assassinados um por um? Por que todos estavam escondendo a verdade de mim?

Amor à TrêsOnde histórias criam vida. Descubra agora