Me desculpem se houver erros.
CLARY
- Calada! Sua vadiazinha! Ou eu te mato!
Senti o metal frio da arma encostar em minha têmpora e no mesmo instante parei de me debater e tentei segurar os soluços involuntários que tomavam conta do meu corpo.
- Isso, boa garota. - Ele falou e passou os dedos no meu rosto, limpando as minhas lágrimas. A única coisa que senti foi repulsa e nojo.
- Por favor, não o machuque, eu faço qualquer coisa.
Implorei, tentando me soltar das amarras que prendiam meus pulsos e pernas.
- Ah, Clarissa, é tão bom te ouvir implorando.
O celular dele começou a tocar, e sem dizer nada saiu da sala.
Olhei pela milésima vez ao redor, para tentar reconhecer o local em que estávamos presos. Nada. O lugar cheirava a mofo, as paredes estavam com a tinta desgastada e o piso era de uma madeira podre. Provavelmente era um porão.
Olhei para a cadeira a minha frente, para a pessoa que estava presa e amarrada. Deus, se algo acontecesse a ele, eu me culparia pelo resto da minha vida.
Diferente de mim, ele estava inconsciente e um pouco mais machucado.
A porta foi aberta num estrondo e logo ele estava novamente em minha frente, o que fez meu coração gelar de medo.
- É a sua última chance Clarissa! Aonde está a sua mãe? - Ele gritou e apontou a arma para a cabeça do homem ao meu lado. Não, não, não!
- Minha mãe morreu!
Ele não se mexeu, continuou parado com o braço estendido. A mão segurava firmemente a arma, eu sabia que se ele quisesse matá-lo, iria o fazer sem hesitar. Mesmo estando a alguns metros de distância, eu tinha quase certeza que ele o acertaria. Acertou um tapa forte em meu rosto que o fez arder e abriu um sorriso que fez todo o meu sangue fugir do meu rosto.
- Resposta errada, Clarissa.
Só pude ouvir o disparo do tiro ao mesmo tempo em que gritei com toda a minha força. Meu coração se espatifando, como se tivesse sido eu quem levou aquele tiro.
- Blake!
Acordei num sobressalto.
Olhei ao redor, reconhecendo as paredes do quarto e percebi que tinha sido somente um pesadelo. Tentei me acalmar, o que foi quase impossível. Calma. Foi só um pesadelo, um horrível pesadelo.
Limpei as lágrimas que eu não tinha percebido que escorriam e me encolhi na cama.
Levantei decidida e rumei até a penteadeira de madeira. Abri a segunda gaveta e retirei a carta já empoeirada de Jon.
Olhei-as por um bom tempo, tentando decidir se as leria ou não.
"Leia somente quando estiver pronta"
Essas palavras me fizeram pensar. Mas e se eu não estivesse pronta? E se fosse demais para mim?
Suspirei e as joguei na gaveta novamente, a trancando em seguida. Algo me dizia que eu saberia a hora certa.
Me sentei no chão e me encostei na parede, fechando os olhos. Começei a chorar. Chorei tudo o que não havia chorado na semana inteira.
Por que meu pai me deixou? Por que todos os meus familiares estavam sendo assassinados um por um? Por que todos estavam escondendo a verdade de mim?
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Amor à Três
RomanceCONCLUÍDA • Plágio é crime. • Qualquer cópia integral ou parcial, tradução, postagem ou afins sem a minha autorização será denunciado sem piedade Não recomendado para menores de 18 anos. • Dezembro 2016 - 40° lugar na categoria romance • Maio 2017...