Amor à Três

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Me desculpem se houver erros.

LUKE

- Quero contar algo importante para vocês.

Meu pai dizia enquando se sentava na cadeira de couro em nossa frente. Ele havia chamado a mim e a Ian no escritório para uma pequena reunião em família. A única coisa estranha era que já se passavam das três da madrugada.

Nos sentamos em sua frente, Meggy optou pelo sofá macio ao nosso lado. Todos estavam cansados e apenas Isabelle teve o privilégio de continuar dormindo.

Assim que todos se acomodaram, ele voltou a falar com sua voz cansada, massageando a têmpora com os dedos.

- Como todos vocês sabem, sou um dos principais sócios de Jon Lancaster, e ele tem uma filha, Clarissa. - Ninguém ali estava entendendo nada.

- E... ? - Continuei, incentivando-o a continuar.

- Vou ser direto. - Ele limpou a garganta antes de prosseguir. - Jon morreu e a guarda de Clarissa passou para mim, já que ele não possui nenhum parente vivo.

Todos na sala ficaram surpresos e perplexos. Quem não ficaria afinal? Jon era um grande amigo da família e a noticia foi chocante.

Meggy se encolheu instantaneamente, triste e amuada enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. Mas logo a tristeza deu lugar a um olhar esperançoso.

- Quer dizer que Clary vai vir morar conosco?

A resposta por vir me aterrorizava ao mesmo tempo em que me sentia triste pela morte de Jon.

- Exato. O enterro será amanhã cedo, logo depois irei voltar para casa. - Ele suspirou, desviando os olhos da esposa para Ian, que continuava inexpressivo. - Quero que todos a tratem bem. Ela acabou de perder uma pessoa muito importante. - Ele pegou uma pasta em sua maleta e a colocou em cima da mesa. - Aqui está a fixa dela, informações pessoais entre outros. Gostaria que ninguém comentasse isso com ela. A matriz empresarial e as filiais irão ficar fechadas até Segunda.

Ian se levantou bruscamente após alguns segundos e se retirou, dizendo que depois leria os arquivos. Ele nunca gostou de mudanças devido ao seu passado e fiquei apreensivo com o que ele poderia fazer à Clarissa.

Peguei a pasta e começei a tirar os arquivos da mesma, os colocando sobre a mesa de vidro. Li folha por folha e cada um me impressionava e assustava ainda mais.

Após lê-los me levantei. Com a pasta em mãos pedi licença e me retirei do escritório.

Coloquei as mãos nos bolsos da calça moletom e fui procurar por Ian. Na verdade, eu sabia exatamente onde ele estava então sem perder tempo segui para a pequena academia da nossa casa.

As paredes da sala eram de vidro e lá dentro haviam duas esteiras, vários pesos e aparelhos de musculação. A música alta reverberava em meus ouvidos, o que me irritou um pouco.

Ian estava concentrado fazendo algumas flexões e não reparou na minha presença. Quando finalmente me notou, ele parou, se sentou no chão e pegou um peso, levantando-o. Nós eramos completamente diferentes um do outro.

- O que está fazendo? - Ele nunca deixava o tom arrogante de lado.

Cheguei mais perto e levantei um pouco do peso que ele segurava, o ajudando.

- Eu te conheço Ian, sei que vai fazer o possível para tirar Clarissa desta casa.

Ian arqueou uma sobrancelha na minha direção.

- Quem te disse isso?

- Ninguém, eu apenas sei. - Suspirei, tentando convencê-lo a não ser estúpido. - Ela é diferente Ian, não a faça sofrer mais do que ela já sofreu.