Me desculpem se houver erros.
CLARY
Andei a passos largos até a entrada da casa, indo até o jardim.
Sentei em um dos vários bancos de mármore que haviam no local e deixei as lágrimas escorrerem.
Olhei ao redor, para o belo jardim cheio de flores diversas e repleto de estátuas de pedra, para a linda fonte que jorrava água sem cessar, molhando a ponta dos meus sapatos.
Ouvi passos e abaixei a cabeça. Não queria que ninguém me visse chorando, que vissem o quão fraca eu sou.
Eu tinha quase certeza que era Luke. Afinal, sempre era Luke que me ajudava.
Senti quando alguém sentou ao meu lado e olhei para ver quem era. Quase caí do banco ao ver Ian sentado ao meu lado, olhando atentamente para a fonte a nossa frente.
Eu queria bater nele, ofende-lo pelo que havia feito comigo, mas não tinha forças.
Ele apoiou os cotovelos nos joelhos e olhou para mim intensamente com seus belos olhos azuis.
- Você está bem?
Não o respondi, apenas acenei limpando as lágrimas com as costas da minha mão bruscamente.
- Não é engraçado? Quem deveria estar aqui deveria ser o meu irmão, mas ele estava tão ocupado discutindo com Jules que deve ter se esquecido momentaneamente de você. - Ele riu sem humor.- Pensei que ninguém viria te ver, então resolvi fazer algo a respeito.
Continuei o ignorando e ele pareceu ter percebido minha raiva, pois ficou quieto, mas continuou me olhando.
- Eu quero... Eu, bem, eu quero me desculpar com você. - Meus olhos se arregalaram e eu o olhei, surpresa. Ian se desculpando? - Eu sei, não me olhe com essa cara, mas eu estive pensando muito a seu respeito esses dias, e então percebi que eu agi como um completo babaca com você, Clary. - Ele suspirou e passou as mãos pelo cabelo. Pude perceber que era difícil para ele dizer tais palavras. - Você é capaz de me perdoar, Clarissa?
Meus olhos voltaram a marejar. Ian não me tratava muito bem desde que eu cheguei aqui, mas eu vi sinceridade e arrependimento em seu olhar.
- Você me tratou como um... um nada Ian. Não garanto que eu apague da minha memória tudo o que você fez a mim num piscar de olhos. Hoje eu pensei que eu fosse morrer... - Ele abaixou o olhar, envergonhado. Pisquei várias vezes para conter as lágrimas, eu poderia estar morta à essas horas. Mas afinal, temos que aprender a perdoar, essa era uma das lições mais preciosas que meu pai havia deixado para mim. - Mas sim, eu te perdoo, porque eu acredito que as pessoas podem mudar. E eu acredito em você, Ian. Não vou esquecer o que me fez, mas você está perdoado.
Ele soltou um suspiro de alívio e voltou a olhar para o céu sem estrelas acima de nós.
- Obrigado... Clarissa.
Reprimi a vontade de bufar e revirar os olhos. Clarissa? Eu sei, é o meu nome, mas acho que deixei claro que não queria que ele me chamasse assim.
Depois de um tempo em silêncio ele se levantou e se virou para mim, estendendo a mão para que eu me levantasse. O olhei desconfiada mas aceitei, choramingando no processo.
Teria que trocar as ataduras da minha perna assim que eu fosse para o meu quarto.
- Acho melhor voltarmos, já devem ter sentido a nossa falta.
Hesitei.
-Acho melhor eu não voltar...
Ele franziu o cenho, visivelmente contrariado.
- Por que não?
- Por causa do que aconteceu. Não posso voltar lá depois de tudo.
Ele pensou um pouco.
- Vamos.
Ele segurou o meu braço e praticamente me arrastou.
- Não! Vou ficar. - Falei me soltando de seu aperto e cruzando os braços.
- Vamos logo Clary...
- Não.
- Não?
- Não. - Continuei irredutível.
- Tudo bem então. - Falou e num rápido movimento me levantou e me jogou em suas costas como no dia da festa na piscina.
- Seu idiota! Me coloque no chão! - Eu gritava e esperneava, chutando e dando socos em suas costas sem me importar se estava pagando calcinha. Ele continuava andando como se eu fosse mais leve que uma pena. Os meus ferimentos me incomodavam, mas por conta dos remédios para dor que eu estava tomando eu não sentia mais tanta dor. - Ian, tudo bem! Eu vou.
Ele me colocou no chão sem muita delicadeza e me analisou.
- Sério?
- Sério. Mas vou no banheiro antes.
Arrumei o meu vestido sobre o olhar dele, indo até o banheiro que ficava próximo da piscina.
Não havia quase ninguém mais aqui, somente alguns funcionários retiravam os pratos sujos da mesa e faziam a limpeza.
Entrei no banheiro luxuoso e tranquei a porta, me olhando no espelho.
Eu pensei que fosse estar pior, minha maquiagem não estava tão borrada nem meu cabelo estava tão bagunçado. A única evidência eram as marcas das lágrimas em minha pele.
Eu sou forte. Repeti para mim mesma, olhando meu reflexo no espelho. Bem, pelo menos eu estava tentando ser.
Fiz uma conchinha com as mãos e liguei a torneira, jogando a água gelada em meu rosto.
Saí do banheiro e quando estava passando pela borda da piscina, vi Jules parar a minha frente.
- Olá, Clary. - Seu tom de voz deixava evidente a sua ironia.
Segurei a vontade de socar a sua cara e abri um sorriso forçado.
- Olá, Jules. - Respondi no mesmo tom.
- Quero deixar uma coisa clara, queridinha. - Ela falou e apontou seu dedo na altura da minha cara. - Quero que fique lon...
A interrompi, já perdendo a paciência com seus atos infantis.
- Ah, cale a boca! - Ela arregalou os olhos, surpresa com as minhas palavras, certamente ninguém nunca havia levantado o tom com ela. - Vai falar a coisa mais cliché que existe? "Fique longe do meu homem"? Pelo amor de Deus, cresça, depois venha conversar comigo como uma mulher descente, tá legal?
Falei e virei as costas, se ela tentasse algo eu não responderia por mim. Podem me chamar de animal, pois não posso mudar quem eu sou, e eu não sou uma patricinha que gosta de rebaixar os outros para me sentir melhor.
- Espera aí, sua vadia! - Ela falou e agarrou meu braço com força, me puxando para trás.
Me virei e a encarei, lançando meu melhor olhar mortal.
Ela tentou acertar um tapa em meu rosto, mas eu consegui desviar ao mesmo tempo em que segurei seu braço, usando a sua força contra ela mesma, a empurrando em direção a piscina.
Não se esqueçam de votar e comentar! 😉
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor à Três
RomantizmCONCLUÍDA • Plágio é crime. • Qualquer cópia integral ou parcial, tradução, postagem ou afins sem a minha autorização será denunciado sem piedade Não recomendado para menores de 18 anos. • Dezembro 2016 - 40° lugar na categoria romance • Maio 2017...