Capítulo Quatro - Paixão, reconciliação e jaquetas velhas.

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Peter acordou só na manhã seguinte.

Depois de ver seus pais brigando pela milésima vez, ele comeu o jantar, e foi dormir antes das seis da tarde.

Jarvis passou no seu quarto pela madrugada e deixou sua roupa já pronta.

Assim que se vestiu, escovou os dentes e arrumou seu quarto, Peter pegou o skate e a mochila, descendo.

A vista que ele teve o fez voltar para o quarto mais vermelho do que tomate.

Steve estocava Tony com força no balcão de cozinha, enquanto o mesmo arranhava as costas do loiro, com os lábios abertos e gemendo.

Peter queria lavar os olhos com ácido depois disso. E com a cena acontecendo, ele acabou saindo pela porta dos fundos, levando o cartão de crédito do seu pai moreno e a fome gigante que ele sentia.

Ele acabou tomando seu café da manhã na Waffle's House. Pagou no cartão e antes de sair, viu Scott pagar um café para Jean e eles acenaram para ele. Ah, o amor...

Foi caminhando até a escola, onde viu Wade sangrando em um canto. A escola estava vazia... Mas era quase o horário da aula...

— Wade?

— Me ajuda, porra.

Ele soltou o skate e então, o levantou com dificuldade.

— Argh, não acredito.

— O que houve? E cadê todos da escola?

Wade gemeu um pouco antes de se encostado na parede.

—  Ela tá fechada. Houve um vazamento de gás, e ela vai ficar fechada hoje. E porra, eu cai de moto antes de vir pra cá. Preciso de curativos e minha cama.

— Eu posso te levar até sua casa. Me deixe chamar um táxi.

Wade sentou no chão, e pegou o telefone.

— Bobby, sou eu... Eu caí de moto, não tô conseguindo andar direito. Porra, você tem a chave reserva dela? Sim, seu merda. Ela tá estacionada na frente da escola, quero que você pegue-a e a deixe no Golly. Quero que ele troque tudo nela, até essa maldita ficar inteira novamente... Ah, porra, eu te pago depois... Só levanta a merda dessa tua bunda fodida e a leve. Ok? Tô indo pra casa, não me liga pelo resto do dia. Tchau.

Peter viu que o joelho dele estava ralado, no peito, tinha uma ferida com muito sangue e um corte no rosto.

Após meia hora, o táxi chegou. Wade foi xingando tudo e todos durante todo o caminho, enquanto Peter contava se tinha dinheiro suficiente para a viagem.

Wade deu as instruções ao taxista e depois de dez minutos, eles estavam no cais. Peter estranhou, mas não disse nada.

Pagando o motorista, Wade e Peter foram lentamente para o galpão abandonado, onde Wade chamou de "Lar doce Lar".

Com dificuldades, eles subiram por uma escada enferrujada e Wade destrancou uma porta de ferro. Empurrou com o ombro e deu espaço para Peter entrar.

Peter ficou surpreso com o lugar.

Era um apartamento muito grande. E era tudo muito bem dividido, sem precisar de paredes. A cozinha era nos fundos, o chão era de ferro, mas forrado com madeira.  Havia um sofá, uma TV de plasma e um XBox.  Uma mesa de duas cadeiras perto da cozinha. O sofá era a "parede" do quarto de Wade, que era composta por uma cama com forros brancos e uma arara de roupas com jaquetas e camisas. Além do banheiro no canto, e um box de chuveiro bem espaçoso, era a única coisa que tinha uma parede.

Por incrível que pareça, o apartamento era limpo e bem organizado. E tinha até livros empilhados na mesa de centro.

—Logan e eu reformamos esse lugar. Lá embaixo, é tipo uma garagem. E aqui é meu cafofo. Fica a vontade, babe.

Peter jogou a mochila e o skate em um canto, antes de ver Wade tirar a camisa e tentar alcançar a mala de primeiros socorros.

— Você quer beber alguma coisa, Wade?

— Tem whisky dentro da pia do banheiro, pode pegar para mim?

Peter achou estranho o local, mas obedeceu. Voltou com uma Jack Daniels, enquanto via Wade tentar se remendar sozinho. O que era impossível.

— Deixa comigo, Wade. Só fica quieto.

Peter tirou o casaco e ficou apenas de camiseta larga, jeans e meias. Wade se encostou no travesseiro e tirou a camisa. Ambos ficaram um tanto constrangidos por aquele momento, mas não se importaram, pois Wade estava muito machucado e Peter estava preocupado.

Além das cicatrizes, Peter percebeu que havia marcas roxas, como de luta. Ele embebedou o algodão de iodo e passou na ferida do peito de Wade.

— Ouch! Merda!

A expressão de Wade o fez rir baixinho. Passando o algodão, e dando pequenos piques com uma agulha, Peter fechou com cautela.

Foi ótimo ter passado um tempo com Jarvis e seus primeiros socorros.

No joelho, ele fez um curativo simples e enrolou com a faixa, e depois limpou a ferida do rosto de Wade.

— Obrigado, Peter. De verdade.

Ele sorriu tímido.

Ele fechou a caixa de primeiros socorros e levou para a cozinha.

— Eu posso te fazer um café da manhã, Wade?

Wade olhou para ele, sorrindo.

— Sinceramente, você quer fazer algo para mim?

— Quero.

— Sabe fazer panquecas?

Meia hora mais tarde, Wade estava cheio e olhava carinhosamente para Peter, que estudava na mesa da sala. Ele era muito bonito. Perfeitamente belo, e o sorriso de Peter era maravilhoso.

Ele poderia dizer que estava facilmente se encantando com a figura doce e fofa de Peter Rogers Stark.

Peter fazia contas absurdamente grandes, enquanto Wade lia um livro desinteressado.

— Quando você foi adotado?

A cabeça de Peter levantou rapidamente e olhou para Wade.

— Sobre mim?

— Yeah, babe.

Peter tirou os óculos.

— Eu tinha 3 anos... Eu não me lembro quando eu fui parar lá... E bem, tudo o que eu me lembro da época da adoção era de um ursinho de pelúcia e do sorriso do Papai Stark me levando nos braços para uma nova vida...

Wade imaginou uma tempestade de cabelos castanhos de pijama e com ursinho de pelúcia. E na mente dele, Peter foi uma criança linda.

— E você, Wade?

Wade deu um gole na garrafa de whisky e sorriu torto.

— Minha mãe me abandonou. Eu tinha 2 anos. Ela morreu tentando fugir do meu pai. E ele era um baita filho da puta. Um maldito do maldito mesmo.
E então, eu fugi de casa. 9 anos de idade, passando fome, um pai que não ligava para o filho. Então, teve a porra de um incêndio. Eu quase morri no processo. Meu velho não escapou. Mas eu sai vivo, machucado e quase torrado. Fugi do hospital, e acabei encontrando o Logan. Ele me alimentou, me sustentou e me deu um futuro. Apesar de não ser tão esperado. Mas eu sou muito feliz com minha vida, garoto.

Peter sentiu uma onde de tristeza bater no seu corpo e ele queria abraçar Wade. Embora, que, e
Wade estava absurdamente gostoso.

Com isso, o silêncio reinou no apartamento do cais.

Old School Love (Spideypool).Onde histórias criam vida. Descubra agora