Capítulo Vinte - O primeiro golpe.

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O sol apareceu sorrateiro entre as cortinas brancas da sala, esquentando o ambiente. A chuva havia dado sua pausa. Era a agora a promessa de neve. 

A temperatura estava caindo aos poucos, deixando tudo com um ar de conforto e calma em Nova York. As pessoas já retiravam as decorações de Halloween e começavam as de natal. As lojas estavam transbordando de pessoas, com sacolas e presentes. Apesar do dia de Ações de graça ser antes do Natal.

Wade se mexeu na cama, escutando a música folk baixinho. Peter não estava ao seu lado e ele sentiu o cheiro de café.

Abrindo os olhos, ele viu Peter ficar na ponta dos pés para alcançar o pote de cookies. Ele usava uma cueca branca, com sua camisa de banda, Black Sabbath. Os óculos e os cabelos bagunçados complementavam. Parecia uma pintura.

Alcançando o celular jogado no chão, Wade colocou na câmera e capturou algumas fotos de Peter, de longe.

Ele o amava.

Aquele pensamento estava forte dentro da cabeça de Wade.

Peter se virou e viu Wade colocando a cueca e a calça jeans. Ele foi até ele, beijando e saboreando a boca de Wade.

  —  É meio nojento. Porque eu não escovei os dentes. E tipo, parece que algo morreu dentro da minha boca.

 —  O mau hálito é causado pelo estômago, Wade.

  Eles se separaram, rindo.

 —  Mas ainda continua nojento. Você está bem?

  —  Sim. Muito. E você?

 —  Melhor do que isso, só se começasse a chover grana e peitos.

  —  Peitos. Urgh. Melhor você ir mesmo, escovar esses dentes.

Peter deu um tapinha na bunda de Wade, que foi para o banheiro. Peter arrumou a cama e recolheu a gaveta jogada brutamente no chão. Ele riu com a lembrança da noite. Foi tudo tão bem, tão maravilhoso.

Tudo mágico.

Ele queria mais daquilo em sua vida.

Assim que se ergueu, Wade estava atrás dele, vestindo uma camisa.

 —  Seu celular está apitando.

Peter correu até a mesinha e viu que havia 101 mensagens. 100 do Rogers. 

"CADÊ VOCÊ? PETER, JÁ VÃO DAR 10 HORAS DA MANHÃ".

E uma, do seu tio Thor.

"Espero que a noite tenha sido boa. E você esqueceu a camisinha".


  —  Preciso ir para casa. Antes que meu pai surte e saia correndo por aqui, descalço e pulando nos carros.

Wade riu.

 —  Quer que eu te leve?

Peter pulou na calça e colocou os tênis.

  —  Não, pode ficar. Eu posso ficar com a sua camisa?

  —  Ela é toda sua, baby. Fica bem em você.

Peter juntou suas coisas, beijou carinhosamente seu amor e saiu correndo por afora.



Eram três da tarde, e nada de Laura. Nem de Logan.

Wade observou os primeiros flocos de neve caírem, e o anuncio na TV. Ele segurava a caixinha.

Não sabia quando ele poderia falar tudo para Peter.

Nem como.

Já imaginava mil vezes, como seria ter aquele pequeno ao seu lado, oficialmente.

Agora que fizeram amor, o laço estava mais íntimo. Wade havia provado as gotas da paixão nos lábios de Peter e o calor do amor nos braços dele.

E ele desejava que aquilo continuasse.

Deixou a caixinha na mesa de centro, bebericando o café. 

Tudo estava bem.

Até agora.

A porta da frente foi aberta por uma Laura que soluçava e usava pijama.

  —  Laura?

Ela correu até ele, puxando a mão de Wade.

 —  Por favor, Por favor! 

Ela chorava, sua garganta ardia. Wade a segurou pelos ombros.

  —  O que aconteceu, Laura?

 —  O papai não acorda.

Wade rapidamente saiu com Laura correndo na frente. Não importava se estava sem camisa, e descalço.

Logan.

A cabana ficava quase um quilômetro do galpão de Wade. Era velhinha, como um casebre. Havia dois quartos mal feitos, e espaço para as peças de barco de Logan.

Assim que entraram, Wade encontrou Logan caído no chão, com baba escorrendo dos lábios e desacordado.

  —  Ligue para a emergência, Laura. 911, você consegue.

A menina, trêmula, discou o número da ambulância. Wade acolheu Logan entre seus braços.

 —  Velhote, por favor. Não faz isso comigo.

E minutos depois, a sirene ocupou o mundo de Laura e Wade.



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(Suspense).


Old School Love (Spideypool).Onde histórias criam vida. Descubra agora