Capítulo Vinte e Sete - O deserto.

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Logan piscou algumas vezes antes de ver branco. Ele ouviu ruídos confusos, e sussurros.

Seu corpo doía. Se mexendo, ele viu que havia soro pingando. Soro com morfina e uma agulha na sua veia. Ele estava no hospital. 

O barulho de aparelhos era irritante. Seus batimentos estavam fortes. Ele estava vivo.

Olhando em sua volta, ele viu que aos seus pés, Laura estava brincando com um ursinho. 

Ela havia um grande curativo no rosto, e nas mãos. Os cabelos estavam presos em uma maria chiquinha e ela usava camisola de hospital.

  —  Laura...

Ela sorriu para ele.

 —  Papai...

Ele tentou estender a mão, mas viu que havia oxímetro em seu dedo e ele limitava os movimentos. 

Ela não se aproximou. Ao invés disso, saltou da cama, mancando. Deu a volta e sentou na cama ao lado.

Logan demorou a reconhecer que na cama ao lado, ligado a aparelhos e remendado, Wade estava desacordado. Ele estava tomando sangue, uma transfusão demorada, e seu rosto estava um pouco inchado. Laura encarou Logan.

   —  Wade... Wade, meu filho... O que fizeram com você?

Foi nessa hora de Dr. Strange, Tony, Steve e Peter entraram no quarto.

  — Ah, você acordou. Bom dia, Logan. Como se sente? 

Ele viu que ainda estava ligado ao aparelho de respirar, o cateter nasal.

 —  Eu me sinto... Bem. 

  —  Você vai ter que usar o cateter nasal por mais alguns dias. Seu pulmão está 100%, mas não podemos confiar. 

Logan encarou Wade, que estava na mesma posição.

 — O que houve com ele...?

Peter se aproximou.

  —  Armaram uma emboscada para ele. Não tiveram piedade de bater. Laura também foi vítima.

Logan gemeu.

  —  Droga, Wilson!

Peter se aproximou da cama do amado, alisando o rosto ainda ferido.

 —  Ele perdeu muito sangue. Não sabemos se ele deve acordar nessa semana.

Juntos, todos olhavam para Wade, que havia deixado seu legado ... Interessante.



No deserto, Harry descia do jipe e andava com as coordenadas. O seu capanga estava logo atrás.

Ele não sabia se Wade e Laura estavam mortos. Mas esperava profundamente que estivessem. Se eles estivessem vivos, seria uma pedra no sapato.

Quem sabe, quando ele voltasse para Nova York, ele sequestraria Peter e o levasse para Mônaco novamente. O faria sentir o que ele sentiu quando eram jovens. 

Chegando ao local, um montante de terra fofa estava empilhada com um estaca. Harry previu que havia chegado.

  — Vamos, cave!

O capanga tirou uma picareta da mochila e escavou a terra. Harry olhava com ambição no buraco, o sinal do saco cheio de dinheiro.

Assim que ele e o capanga tiraram o saco, ouviu-se o gatilho de armas.

 —  Forastero!

Um homem gritou. Harry ergueu as mãos e viu que estava cercado. Haviam mais de quinze homens, todos armados com metralhadoras e carabinas. A face do cartel mexicano.

Um homem de bigode e cicatriz pelo rosto apagou um cigarro de palha. Ele usava regata preta e havia tantas tatuagens quanto de cicatrizes. Harry percebeu que ele não tinha um olho.

  — Perdido, forastero?

Harry não respondeu e o homem fez uma piada em espanhol, fazendo os homens rirem.

 —  Quem você pensa que é para me manter refém?

O homem encarou bem a cara de Harry, vermelha e queimada pelo sol.

  — Sabé donde estás, forastero de mierda?

 Harry fez uma cara de desentendido.

  — Está na minha terra, no meu povo. Americano estúpido.

 —  Eu só vim buscar o que é meu por direito. Esse dinheiro.

O homem gargalhou.

  —  Este dinheiro não é seu. A partir que ele entra na minha terra, ele me pertence. 

 —  Acha que é quem para tomar minha posse? Seu mexicano de merda!

Um tiro foi escutado e acertou o joelho de Harry, que caiu gritando de dor. O mexicano deu uma risada.

  —  Sabe quem eu sou? Eu sou Siqueira. Dono do México. E você é um inseto que eu tenho que esmagar. 

Ele deu um grito e o capanga sacou a arma, atirando para todos os lados. Os homens entraram em guarda, também atirando. Harry agarrou o saco e arrastou para trás do jipe, enquanto seu capanga era dilacerado por balas. Entrando dentro do jipe com dificuldade, ele abriu o saco.

  —  Mas o quê?...

O saco estava cheio de folhas impressas de dinheiro falso, com a cara de Harry no lugar do rosto de Benjamin Franklin.

Anexado ao pacote, havia uma mensagem escrita com caneta:

"Feliz Natal, Osborn".

Ele gritou. Nesse momento, Siqueira acendeu o cigarro.

    —  Explodam a porra do jipe.

Os homens descarregaram a arma no automóvel. Os tiros perfuraram a lataria e depois o corpo de Harry. Porém, ele ainda estava vivo quando um das balas atingiu o tanque de gasolina e explodiu o carro.

Mas onde estaria o dinheiro?


Jarvis e Laura chegaram no apartamento de Wade. Jarvis deixou-a no chão.

  — Vou te esperar no carro. Pegue suas roupas e vamos. Tudo bem?

A garota assentiu e Jarvis tornou a descer as escadas. Assim que Laura conferiu que estava sozinha, ela correu até a cama de Wade, e a empurrou para o lado. 

Puxando o compartimento de madeira, ela viu o saco de dinheiro bem guardado e um celular. Ela abriu o celular e havia uma mensagem de áudio.

"Ninã bonita... Laurita. Diga a seu irmão que o problema foi eliminado. O que Siqueira promete, Siqueira cumpre. Apague essa mensagem e lembre-se de quebrar o celular. Adíos".

Laura deixou o celular no chão e pegou o martelo na pia da cozinha e o quebrou. Enrolou em um saco plástico e o jogou no triturador de lixo. Fechando o compartimento e pegando suas roupas, olhou pela última vez para o apartamento.

    — Missão cumprida, hermano.


 -x-

(No próximo capítulo, explicarei o que aconteceu).



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