Capítulo Vinte e Dois - Impacto Logan.

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Laura estava sentada sobre as costas de Steve, que fazia flexões no chão da sala. Tony não saía do notebook e Jarvis lia um livro, encostado na poltrona. A neve estava densa e deixou a desejar que um dos homens acendesse a lareira.

O cheiro de chocolate quente estava pairando, trazendo a sensação de conforto. Laura se sentiu muito a vontade, deixando que Jarvis a levasse para a banheira, com espuma. Depois, viu que havia um gordo peru na geladeira, para o dia de ações de graça, enquanto esperava caladamente, o sundae que Tony preparava para ela.

Mimada e amada, Laura se sentiu feliz dentro da casa dos Rogers-Stark. Mas sentia saudades de seu pai.

Papai...

Ela se lembrou de como estava machucada. X-24 a jogou com força contra o chão, prendendo as mãos dela nas algemas e a pegando como um animal, para jogá-la dentro do camburão. Ela havia tentado fugir deles, mas não foi rápida.

Logan interveio, com Caliban. Viu o pai rolar no chão com o homem.

Mas debaixo dessa história de amor, onde Laura era a vítima, ela escondia como aconteceu.

A doce menininha que todos acreditavam que ela era, foi a responsável de meter uma bala no crânio de X-24. 

Ela não sabia como fez. Apenas viu a arma no coldre jogado no chão. Aperta. Brigou com as algemas feitas para adultos. Suas mãos saíram com facilidade.

Logan estava perdendo as forças. X-24 empunhava uma faca.

Ela então mirou. E o barulho assustou os pássaros.

X-24 estava morto e Logan salvo.

Ferido, mas salvo.

As crianças foram libertadas e Logan colocou Laura dentro do carro. Ao entrar, ela se lembrou muito bem do que ele disse.

  —  Você não fez nada. Fui eu. Não conte a ninguém o que você viu. Nem o que fez. É uma menina, Laura. Uma criança. Não deveria saber disso. Mas não posso alterar o que aconteceu. Então, o que aconteceu aqui, fica aqui.

Ela assentiu. E eles foram embora.

Quando abriu os olhos, viu Steve olhando para ela, com aquele ar paternal.

 —  Está com fome?

Ela acenou a cabeça. Olhou para as mãos e pensou se Wade ficaria com ela, caso se o papai morresse. Ele queria ter uma menina que matou um homenzarrão perigoso? Ele amaria uma menina como ela?

Mas o que Laura não sabia, era que Wade também tinha seus demônios. 


Ele estava sentado no bar, com uma dose de conhaque. Usava moletom de capuz, olhos tristes. Fuinha apareceu bem na sua frente, deixando a garrafa.

  —  Os trabalhadores do cais contaram o que ocorreu com o velho Logan.

Wade nem sequer levantou a cabeça.

 — Quer conversar, bro?

O silêncio no bar era estranho. Era noite, deveria estar cheio. Mas estava calado. Apenas alguns homens sentados, bebendo e deixando suas vidas e sonhos de lado.

Wade fungou e olhou para a mão, cheia de cicatrizes das brigas por Peter, ou pelo seu histórico confuso.

  

Ele corria, com as perninhas enfaixadas e jeans rasgado. A fornada de pão havia saído, o cheiro estava bom.

As assistentes sociais não iriam pegá-lo dessa vez. Ele já tinha um lar. Ele morava debaixo da ponte, naquela caixinha de madeira, e tinha até um cachorro de estimação, o Pulga. 

Old School Love (Spideypool).Onde histórias criam vida. Descubra agora