47. A Morte do Cordeiro

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Três dias após a morte de Suk, Choi e Dorotea, Taehyung havia decidido que era hora de mudar a decoração da casa, em vez de paredes douradas, trocaria por paredes azuis claro, combinaria com seus olhos. Analisou todo o salão de festas, agora sem sangue ou corpos.

Tae sentiu mãos quentes em seu ombro, virou-se para quem quer que fosse e ficou surpreso ao ver quem era.

Yoongi estava com seus fios brancos bagunçados, suéter preto que cobria todo o braço. - O preto contrastava sua pele clara como açúcar. - E uma calças jeans. Sorria para Taehyung.

- Eu soube que você quer mudar a decoração, tenho certeza que irá ficar ótimo. - Yoongi passa seus olhos pelas paredes ainda douradas. Tae sorri para ele. - Queria poder ajudar, mas acho que não devo atrapalhar vocês.

- Eu já te perdoei Suga. - Yoongi sorri ao escutar seu apelido. - E quando iremos continuar nosso banho? Ainda podemos dividir o meu sabonete.

- Quando eu voltar de viajem, aliás, Jungkook poderia se juntar a nós, nunca transei com ele. - Taehyung faz uma careta e Yoongi solta uma risada escandalosa.

- Eu não precisava ficar sabendo disso. - Taehyung fala caminhando até o elevador no fim do salão. - Tenho que ir, adeus! - Tae acena para Yoongi que retribui com um sorriso e se vira para a porta.

Ao abrir as portas que o levaria para as escadarias e em seguida para entrada principal, Suga gritou, um grito agudo e fino, suas mãos tremiam e seu estômago revirava dentro de si.

Sehun estava morto, o corpo próximo a varanda da grande escadaria branca. Uma poça de sangue se formava ao seu redor.

- Sehun! - Yoongi gritou indo até o corpo, onde se abaixou e tentou conter a saída de sangue do corte na garganta, mas era tarde demais. - O que...

Suga sentiu alguém atrás de si, se levantou lentamente sem olhar para trás, pensou em mil possibilidades até achar a mais provável, sua mente se clareou como se uma vela tivesse sido acesa.

- Suk...

- Olá Yoongi, Thau Yoongi. - Suk falou empurrando Suga para varanda que quebrou contra o impacto do corpo sendo arremessado para baixo.

- Jimin! Você veio. - Yoongi correu até seu namorado, o abraçando com tanto força que sentiu seus músculos se sobressaindo, embora, não tivesse muitos. Ele segurava algo por trás. - O que você tem aí? - Yoongi fala se afastando apenas um pouco.

- Eu tenho um presente! - Jimin falou sorrindo como sempre.

Yoongi tentou ver o que era, mas não conseguiu. Os dois estavam em seu quarto, decorado por seus pais que trabalhavam em grandes agências de moda e estilo. Não tinham muito tempo para ele, mas Jimin tinha. E ele amava Jimin.

- É uma pelúcia? - Yoongi diz pulando de alegria, o seu óculos quadrado saltava de seu rosto com os pulos.

- Eu sou tão previsível assim? - Jimin fala tirando de trás de si um ursinho branco, ele era maravilhosamente lindo. - Sabe o que esse significa?

- Na verdade não, branco não é a mistura de todas as cores? Então, seria a mistura de todos os sentimentos?

- Quase... - Jimin fala entregando o ursinho para Yoongi, ambos muito próximos. - Significa meu amor por você, a mistura de todos os meus sentimentos. Com você eu pude viver a raiva, dor, felicidade, todas as emoções possíveis.

Yoongi sentiu vontade de chorar, nunca tinham lhe falado palavras tão bonitas. Na escola chamavam ele de estúpido, bichinha, baleia. Não sabia como lidar com elogios, nem seus pais lhe elogiavam.

- Yoongi, você é a pessoa mais bonita que eu já conheci. Nunca deixe ninguém te dizer o contrário. - Jimin diz dando um último beijo na testa de Yoongi.

E essa foi a última lembrança de Yoongi antes de seu corpo se chocar contra o chão e seu coração parar de bater.

Suk observava tudo de cima, com seus olhos quentes e atentos, gostava de como o sangue fluía do corpo de Yoongi.

Ouroboros | TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora