Eu nunca senti tanto alívio em cruzar a porta de casa como naquela sexta-feira. O dia havia sido um fiasco, nada de salvar o mundo e tudo sobre estragar uma matéria.
Eu larguei minha bolsa em cima da mesa e o comunicador, que o Barry havia me dado quando nos encontramos da última vez, tocou. Ele estava piscando em cima da mesa. Geralmente o usávamos para conversar pelo menos uma vez na semana. Barry havia se tornado meu melhor amigo, e tínhamos muitas coisas além de um traje e super poderes em comum.
Eu me sentei na cadeira alta da mesa da cozinha e ativei o dispositivo. Eu não fazia a mínima ideia de como aquilo funcionava, afinal, de todos os meus poderes, ser um gênio não veio junto. Mas eu conseguia entender que um comunicador entre terras vibrando em ondas diferentes é algo sensacional.
-Oi, Barry. – eu disse.
-Oi, Kara. – ele disse com seu enorme sorriso. – Liguei pra perguntar como foi seu encontro de ontem á noite, mas eu acho que já sei a resposta...
-Ah – eu disse jogando a minha cabeça pra trás. – Vai pra lista dos vinte piores encontros que eu já tive. Lembrando que eu só tive vinte encontros. – eu disse rindo.
-Você precisa parar de fazer isso. Todos nós sabemos com quem seus encontros vão prestar... – ele disse me encarando.
Eu levantei da mesa da cozinha para fugir do seu olhar, mas o seu holograma continuou me acompanhando no caminho até a geladeira.
-Barry Allen. – eu disse pegando uma garrafa de água. – Não ouse começar com essa história.
-Não tem história nenhuma, foi você quem me contou! Mas, ta, ta... Eu não falo nada. – eu ergui a garrafa em sua direção em agradecimento. – Mas então, o que a noite lhe reserva.
-Espero que qualquer coisa melhor que o meu dia. E a sua?
-Eu te conto amanhã. – ele disse com um sorriso.
Eu ergui as sobrancelhas para o sorriso dele que só podia ter um significado. Nós nos encaramos e começamos a rir.
-Bom, então vai. Não queremos que você perca a senhorita... – meu telefone vibrou na minha bolsa. – Um segundo.
Eu peguei meu telefone e li rapidamente a mensagem.
"Aviões me deixam com fome. Morrendo de saudade das rosquinhas daqui do lado. 30 minutos."
-O dever lhe chama? - o Barry perguntou. Eu despertei da mensagem da Lena e lhe encarei perdida. Ele sorriu. – Bom, agora eu já sei o que é. Kara...
-Barry, sem conselhos. – eu disse me pondo de pé.
-Eu sou seu amigo, eu não posso parar de tentar. Só fala. – ele disse. – Tenha uma noite melhor que o dia, alienígena.
-Tenha a melhor de todas, metahumano.
Ele desligou a transmissão e eu fui para o banheiro tomar banho. A Lena estava viajando, como sempre, em uma das três milhões de viagem que ela consegue ter por dia. Eu havia conversado com ela durante as duas semanas em que ela esteve fora, mas não era a mesma coisa que quando ela estava aqui. Eu havia me esquecido completamente que ela voltaria hoje.
Após trocar de roupa e deixar meu apartamento, eu passei na loja de rosquinhas e comprei um pacote com oito – minhas quatro favoritas, e as quatro favoritas da Lena, que são exatamente as mesmas. Nós nos encontrávamos sempre no escritório dela, porque mesmo que ela não morasse lá, era lá onde ela mais ficava.
Eu nunca falava isso pra ela, ninguém nunca falava nada pra ela, mas todo mundo concordava que ela tinha sérios problemas com o trabalho. Alguma coisa de errado tinha que ter naquela mulher.
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Em Nome Do Amor I | SUPERCORP
FanfictionKara Danvers tem tudo o que deseja: o controle de seus poderes, o equilíbrio entre sua vida de super-heroína, o amor de sua família e apoio de seus amigos... Tudo menos o amor de Lena Luthor. Mas e se fosse recíproco, por quem Lena se apaixonaria, p...