Em Nome Do Amor I | SUPERCORP

O Acordo

-L-Lena.

A minha voz estava fraca e a minha garganta secou de repente. Lena era uma pessoa imponente e muito séria quando necessário, mas ela nunca tinha sido nada daquilo comigo. Naquele dia ela seria, e o que doía era saber que ela tinha toda razão.

Eu percebi o quão estúpido e egoísta foi fazer aquilo. Poderia não ser traição porque não éramos um casal, mas se não fosse uma traição contra ela, era contra mim.

Ela passou por mim e trancou a porta do escritório. Caminhou até a sua mesa e se encostou á ela me encarando com os olhos gélidos. Suas bochechas estavam rosadas, mas não de um jeito fofo.

-Pode começar. – ela disse com um tom distante.

-Lena, por favor!

-Eu não disse nada, Kara. – ela me encarou. - Eu só quero saber o porquê.

-Eu fiquei confusa, Lena. Eu fiquei desesperada com tudo o que aconteceu aqui. Eu tinha fantasias sobre o que iria acontecer quando – e se – você gostasse de mim como eu gosto de você, eu imaginei um conto de fadas começando na minha vida, mas o que rolou foi um pesadelo. Um pesadelo de sentimentos dentro de mim. E eu não soube lidar com eles. Eu saí daqui e a Jess ficou me encarando como se eu fosse uma v-vagabunda e aí eu tive outras experiências que não foram exatamente encorajadoras pra mim. Eu sei que eu devia achar isso normal, principalmente por causa da minha irmã, m-mas eu... Eu entrei em choque.

Ela me encarou com os braços cruzados em silêncio. Ela estava mordendo o lábio inferior e eu não conseguia entender o que se passava pela sua cabeça, sua expressão era incompreensível. Ela abaixou a cabeça mirando o chão, eu estava levemente ofegante porque havia soltado as palavras rápido demais, mas quando ela falou novamente, a minha respiração cessou.

-Isso não explica porque você e o Mon-El...

-Eu e o Mon-El tivemos... Algo inacabado. E eu achei que eu poderia resgatar meus sentimentos por ele e simplesmente esquecer você, Lena. Eu achei que nós iríamos nos beijar, tudo ia voltar á ser um paraíso e que eu não iria precisar enfrentar nem á mim, nem á ninguém em uma cafeteria. Mas deu errado, por Rao como deu tudo errado! E eu não consigo ficar triste por isso. Eu não consigo parar de pensar em você, Lena, toda hora me bate uma lembrança do que nós fizemos aqui aquela noite, e eu sinto calafrios... E não é pelo o que você faz, é por quem você é e por quem eu sou.

-E quem você é?

Eu me aproximei dela e ergui seu rosto fazendo ela me encarar. Seu rosto estava vermelho e uma lágrima despontava no seu olho. Eu queria bater em mim mesma novamente, com a maior força possível. Eu limpei a lágrima do seu olho e segurei a minha.

-Alguém extremamente disposta a ficar com você, e com total certeza disso.

Eu me aproximei cuidadosamente dela e a beijei. Aos poucos ela se entregou ao beijo e eu senti um pouco de alívio no meu peito, mas eu sabia que eu nunca iria me livrar da burrada que eu havia feito por completo. As suas mãos agarraram a minha cintura e o beijou só acabou quando os nossos pulmões pediram.

-Eu acho que a gente devia ir devagar, com isso... Entre a gente. Eu talvez não seja tão corajosa quanto pareço. – eu disse segurando a sua mão.

-Eu discordo. – ela disse sorrindo. – Mas assim faremos. Só uma pergunta curiosa – ela disse erguendo a sobrancelha suavemente. Eu já tinha idéias de onde aquilo iria terminar. – Ir devagar restringe alguma coisa quanto á transar no meu escritório?

-Lena! – eu disse ruborizando. Ela me puxou mais pra perto rindo e me beijando novamente. – Acho que não. – eu disse em rendição.

-Que bom, vamos aproveitar então.