Em Nome Do Amor I | SUPERCORP

A Surpresa

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Eu estava extremamente ansiosa para saber o que havia acontecido na noite anterior. A Lena sumiu depois daquelas mensagens e algumas respostas com problemas de digitação – causados pelo álcool – que só serviram pra me deixar confusa. Nós combinamos de nos encontrar logo de manhã no parque para tomarmos sorvete e ela me contar tudo o que havia acontecido.

Comida e notícia quente, eu realmente estava com a pessoa certa.

-Bom dia. – Eu a abracei simplesmente, mas seu braço envolveu a minha cintura me dando um beijo profundo. Eu corei intensamente. – O que foi?

-É q-que estamos na rua, e-eu... – Ajeitei meus óculos, agradavelmente desconfortável. – Eu não sei.

Eu sabia. Nós estávamos em público, em um parque, o mais público possível. E aquilo era maravilhoso. Eu queria agarrar ela ali, em um beijo de cinema e postar uma foto dos nossos sorvetes com a legenda "bezzie mates".

-Ah. – ela riu e piscou pra mim. – Acostume-se. Olha, sorvete.

Nós fomos até um dos carrinhos do parque e compramos casquinhas. A Lena comprou uma casquinha de chocolate e eu descobri o número máximo de bolinhas que sorveteiros conseguem empilhar.

Sentamo-nos em um banco de madeira abaixo de uma árvore. Eu me virei para a Lena imediatamente sem dá-la tempo de adiar mais a história.

-Eu quero detalhes, muitos detalhes, sobre cada mensagem que você mandou... Quero saber quem você demitiu...

-Vamos brincar de respirar? - Eu ri. - Eu demiti duas pessoas, e admito que foi emocionante. E eles nem se quer replicaram ou disseram alguma coisa sobre "como eu não poderia fazer isso", porque eu posso sabe? Eu posso demitir todo mundo.

Ela me contou detalhes sobre tudo o que havia acontecido, e admito que Jess ganhou alguns pontos comigo ao adicionar drama á cena chamando o segurança para buscá-los sem necessidade nenhuma. Lena estava extremamente radiante com tudo o que havia feito e todos os resultados do que aquilo havia gerado.

-E você, o que aconteceu ontem? Suas covinhas estão mais profundas que o normal.

-Ah. Sim, sim. – eu disse quase saltitando. Ela riu da minha empolgação. – Eu ganhei seis meses de entrevista de capa, Lena. Seis meses com a melhor matéria do jornal. Quer dizer, se eu não arruinar ela...

-Ah, você não vai. Você vai fazer tudo perfeito. Por que você é excelente no que faz. – ela disse me beijando. – Eu tenho certeza disso.

Eu adorava o modo como a Lena me enchia de coragem, a maioria das pessoas não parecia se lembrar que eu era uma jornalista, mas ela lembrava e estava sempre me elogiando e encorajando. Eu não sabia se os elogios eram sinceros ou válidos, mas eles funcionavam porque me deixavam mais segura e motivada. Eu adorava o modo como ela se importava.

Não tínhamos mais que trinta minutos de paz pra gente. De acordo com meu relógio de jornalista, esse era o tempo até as notícias chegarem ao topo e nós sermos gentilmente acompanhadas para qualquer lugar fechado – ato também conhecido como perseguição de paparazzi.

-Eu tenho que ir. - Ela disse terminando sua casquinha. - Eu tenho que acompanhar os preparativos da festa. Você vai, certo?

-Óbvio. Em que Terra eu perderia uma chance de te ver?

10 horas depois...

Eu não perderia a chance de ver ela, mas chegaria bem atrasada. Descobri naquele dia que cachorros além de lindos são também um pouco atrapalhados. E que é muito difícil educar alguém que come seu sapato uma hora antes da festa e depois te encara atentamente com os olhinhos brilhando e as patinhas juntinhas.