O Irmão

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-Kara, você está aí?

-Oi. Kal-El?

-Oi, Kara. – ele disse rindo.

Kal-El era o nome kryptoniano de Superman, meu primo. Ele morava em Metropólis, cidade a qual defendia com tanto esforço quanto eu defendia National City. De longos em longos períodos ele aparecia na cidade para uma visita, mas a única vez que isso aconteceu por bons motivos ele estava se casando com Lois Lane. Nas outras quatro vezes, eram por motivos nada amigáveis.

-Aconteceu alguma coisa? - eu perguntei imediatamente.

-Não. Ainda não. Eu estou no DOE. Você...?

-Eu estou á caminho.

Eu desliguei o meu ponto e voei o mais rápido possível para o DOE. Pela primeira vez na vida, eu me perdi no caminho porque estava com a cabeça em outro lugar. Uma sensação estranha estava rondando o meu corpo, e outra conhecida o suficiente.

Eu não sabia o que esperava que acontecesse quando beijasse o Mon-El, eu esperava malditos fogos de artifícios e frio na barriga. Mas eu não senti nada daquilo, nada que me ajudasse a pensar. A única conclusão que eu conseguia chegar era a que eu estava fugindo.

Maldito Mon-El.


Eu aterrissei na base do DOE e passei pela porta de vidro encontrando Superman ao lado de Winn. Os olhos do Winn brilhavam como se ele tivesse achado uma máquina com o processador mais rápido do que a que ele tinha. Ele tinha uma admiração enorme pelo Superman, isso combinado á sua falta de discrição.

-Kara. – ele disse vindo na minha direção e me abraçando.

Através dos anos de convivência, principalmente depois que assumi a minha identidade e responsabilidade no mundo, eu e Kal-El ficamos cada vez mais próximos. Ele era como um irmão mais velho pra mim, toda vez que precisava de algum conselho, ele era sempre uma opção. Ele tinha a voz da sabedoria, assim como a Alex, mas se eu mandasse mensagem pra ele não iria ter que ouvir gemidos de ninguém como pode acontecer com a Alex de vez em quando.

-O que houve? - eu perguntei seriamente.

-Calma. – ele disse com um sorriso. – Eu preciso de ajuda. E me contaram que você conhece alguém que pode ajudar.

-O que está acontecendo?

-Uma coisa de cada vez.

-Sim, uma coisa de cada vez. Eu não vou te ajudar ou fazer ninguém te ajudar se você não me falar em que fogo vai colocar a pessoa! – Um silêncio recaiu sobre a sala e eu respirei fundo percebendo o que havia feito. Eu cerrei meus punhos, me segurando para não atacar a mim mesma. – D-Desculpa, perdão, e-eu...

-Okay. – ele disse colocando a mão no meu ombro.

-De quem você... De quem você precisa?

-Eu fiquei sabendo que você conhece alguém muito rápido. Eu gostaria muito de falar com essa pessoa. E depois eu preciso falar com Lena Luthor, você vem comigo?

-Okay... E essa eu passo.

Eu tirei o comunicador do bolso e o coloquei em cima da mesa do DOE. O Winn se aproximou com os olhos brilhantes na ânsia de tocá-lo e eu rapidamente dei um leve tapa em sua mão. Ele se afastou e se sentou á sua mesa emburrado. Ele voltou mais rápido do que foi quando uma imagem se projetou do aparelho.

-Barry. – eu chamei.

Ele apareceu na tela. Ele estava na S.T.A.R. Labs, usando um moletom do laboratório, com os óculos tortos e o cabelo bagunçando.

Em Nome Do Amor I | SUPERCORPOnde histórias criam vida. Descubra agora