O Fogo

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Eu quero pedir desculpas por tudo e qualquer coisa que acontece nesse capítulo.

Eu amo vocês.

-

Eu esperava realmente que todos tivessem noção do quão ridículo tudo aquilo era. Eu estava usando algemas e dois homens me conduziam para uma sala de interrogatório como se realmente fossem dar conta de me deter e ainda por cima, como se eu estivesse demonstrando alguma curiosidade em sair dali. Eu não podia ser mais cooperativa, estava basicamente andando mais rápido para a sala do que os próprios soldados.

Quando entramos na sala fria e limpa, eu me sentei calmamente á mesa de ferro prensada ao chão. Uma janela de vidro escurecido, que não impedia a minha visão em nada, dividia a minha presença dos ministros do outro lado do vidro. A Senhora Presidente que com certeza tinha um rancor passado contra a minha pessoa - algo que não tinha nada a ver com a minha identidade - estava visivelmente perdida quanto ao que aquilo tudo significava. E mesmo sem saber, ela saiu da sala dos ministros e veio até mim.

Enquanto ela entrava, eu escondi o ar de riso que em que eu estava porque aquilo realmente prometia ser engraçado.

-Kara Danvers.

-Senhora Presidente. – eu respondi solicitamente.

-Você sabe o que te traz aqui, não sabe?

-Sim, eu sei. – eu respondi tentando controlar meu tom de voz.

-Por quê?

Eu a encarei nos olhos. Eu havia prometido á mim mesma no carro – sim, me levaram para lá de carro. – que me manteria a mais silenciosa e calma possível, mas estava praticamente impossível. O ar de orgulho e felicidade que passava nos seus olhos me incomodava. Tinha tanta coisa em jogo naquele momento, tanta coisa que poderia comprometer a vida dela após a revelação da minha identidade, e, mesmo assim, ela estava se vangloriando por eu ter "falhado". Eu não votei naquilo.

-Por que vocês são descerebrados?

Ela parou e me encarou por alguns segundos diretamente nos olhos. Eu estava possessa com tudo que estava acontecendo no momento, mesmo tendo escolhido estar ali do modo mais pacifico, não significava que aquilo me satisfazia. Era a situação mais constrangedora e estressante que eu já havia passado. Eu não conseguia pensar em um momento se quer em que eurealmente eu – dei á eles razões para acreditar que eu não estava no mesmo lado que eles.

-Por favor, Senhorita Danvers. – ela disse sentando. – É melhor pra você se você cooperar ou...

-Ou o quê? - Eu disse com um riso seco. – Eu não sei se você percebeu, mas você não pode me ameaçar. E é exatamente por isso que eu estou aqui, né? Eu não estou aqui porque eu fiz algo de errado, porque eu traí a nação americana, eu estou aqui porque vocês têm medo de mim e não podem fazer nada a respeito.

Ela se ajeitou na cadeira com um sorriso mínimo e torto. Eu senti tantas saudades da nossa última presidente, com ela isso nunca estaria acontecendo.

-Senhorita Danvers. Você é muito prepotente. Nós não podemos mandar você para a zona fantasma de onde você nunca deveria ter saído e nós podemos fingir que eu não quero fazer isso, mas eu quero que você saiba como as coisas vão funcionar daqui pra frente...

-Você escutou tudo que eu disse? O fato de todos saberem meu nome daqui pra frente, não muda nada. Eu continuo sendo a mesma pessoa, Senhora Presidente. E você deveria reconhecer isso porque fica mais ridículo á cada segundo, ao passo que eu estou sendo interrogada pelo meu próprio país enquanto outros países é que deveriam estar rumando mísseis na minha casa por eu ter jantado com os inimigos um milhão de vezes para a CatCo. E ao invés disso, vocês – eu encarei o vidro escurecido e ouvindo murmúrios confusos. – me trouxeram pra essa mesa onde vocês conversam com serial killers e hackers massivos para me tratar como uma criminosa!

Em Nome Do Amor I | SUPERCORPOnde histórias criam vida. Descubra agora