Capítulo 38

1K 106 25
                                    

Teodoro despertou assustado. Ao abrir os olhos bruscamente encontrou uma lâmpada forte pendurada no teto numa parede bege descascada.

O garoto tentou se levantar e reparou que estava com uma das mãos algemadas na cabeceira de ferro da cama, havia um tubo no seu outro braço, a fina mangueira transparente seguia até um pacote de soro pela metade.

Téo fechou os olhos novamente.
Foi fraco ao apagar e agora tinha voltado as garras de Ísis.
Ele abriu os olhos novamente, aquele não parecia um quarto de hospital, estava mais para uma enfermaria improvisada.

— Que droga! — resmungou para si mesmo quando tentou soltar a mão da algema. Estava regulada do tamanho do seu pulso, não tinha como soltar.

A porta se abriu e uma garota foi a primeira aparecer na porta.
Era mais ou menos da sua idade, pele oliva, cabelos longos trançados numa única trança grossa que lhe pendia nas costas.
Pendurado no seu ombro um fuzil e seu cinto era recheado de armas brancas e pistolas.

Téo a observou, apesar de estar dentro do quarto, a garota olhava para fora. Como se estivesse esperando alguém. Ela finalmente se virou e percebeu que ele a encarava.

— Ele acordou... — disse a garota finalmente entrando no quarto e alguém entrou logo atrás dela.

Um homem alto, magro de pele amarelada e armado como um soldado pronto para a guerra, mas não parecia um soldado.

Os dois caminharam até se aproximarem da cama. A garota parou ao lado da cama e puxou uma cadeira de sentando.

O homem parou em frente a cama e cruzou os braços em uma pose intimidadora.

— De onde você veio? — perguntou o soldado.

Teodoro olhou para ele e depois para ela. Ele voltou a olhar para o homem armado e reparou em suas roupas.
Ele estava de calça jeans, coturnos militares, e camiseta. Ele não era um dos soldados de Ísis e nem soldado do governo.

— De muito longe. — respondeu Téo se ajeitando na cama e ficando sentado. — Mas agora eu estou fugindo da Ísis.

A garota olhou para o homem e depois para Téo.

— Trabalhava para ela?

— Não! — negou Téo e então apontou para o seu curativo — Ela tentou me matar.

— Bem vindo ao clube. — a garota levantou a blusa mostrando a cicatriz na barriga.

— Ísis têm perseguido a nossa pequena comunidade com veemência. — começou o homem — Ela já matou metade de nós. Se descobrimos que tem a mínima cumplicidade com ela...

Der repente um mulher baixinha e miúda entrou na sala desesperada.

— Temos um problema, Mauro! — ela disse parando no meio da sala — Yara desapareceu!

Mauro rapidamente foi ao encontro da mulher e a chacoalhou — Como assim Solange!? Você devia cuidar da minha filha!

— Eu estava cuidando! — disse Solange desesperada — Mas houve a confusão com o cachorro, ela ouviu quando eles mandaram matar o bichinho e então ela sumiu! Sabe como ela é apegada a animais, mas o imbecil do Kléber falou em voz alta.

Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto marOnde histórias criam vida. Descubra agora