Capítulo 49

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Na reunião no abrigo, os líderes planejavam a ida até Brasília.

— Estamos tentando entrar com contato com o abrigo em Brasília, para saber a situação. Se ainda tem a vacina e se ainda somos bem vindos. — Thales explicou — Samuel está na comunicação, arrumando a frequência.

— Não temos tempo pra isso! Nossos amigos não tem esse tempo! O vírus avança a cada minuto que desperdiçamos aqui! — Marina estava nervosa, seus olhos claramente desesperados e culpados olhando para todos enquanto gesticulava furiosamente. — Vamos avançar, e tirar a força, se for preciso!

Magali segura sua mão, apertando de leve, tentando acalma-la — Minha irmã, não funciona assim. Nós não temos mais tantas munições para entrar numa nova guerra. E nem gente pra isso.
Kenichi concorda olhando para a esposa com ternura, mas também tentando colocar um pouco de juízo em sua cabeça dura — Estamos falando de uma base militar, a maior sede de Brasília. Só conseguiremos se agirmos com inteligência e não força, meu amor.

— Talvez ainda consigamos entrar pela porta da frente... — disse William pensativo — Se eles não desconfiaram do último furto.

— Temos um coronel, ainda não apresentado a Brasília. — Andressa entrou na sala de reuniões, atraindo a atenção e causando espanto em todos por vê-la fora da enfermaria. — Mesmo se quiserem nos assimilar as forças rebeldes depois dos últimos furtos, não podem assimilar ele.

— Ramirez! Deveria está na cama! — broncou o capitão se levantando em sua direção.

— Já estou ótima e vou participar dessa excursão. — Parou na frente de Francisco, o peitando — Também sou um rosto novo para as forças de Brasília.

— Andressa, você precisa se recuperar, levou tiros. E eu já tenho uma equipe formada.  — falou Francisco chamando a atenção de todos, principalmente de Mônica.

— Tem é? — Questionou Mônica o encarando. — Não fui informada.

Francisco balança a cabeça assentindo — Kenichi, Vicente e eu. Não precisamos de uma equipe grande só para buscar remédios e o abrigo precisa de apoio, os mortos ainda estão por perto.

— Não é uma decisão só sua, Francisco! — protestou Marina — Não é o único no comando aqui.

Kenichi apoia as mãos nos ombros de Marina, tentando acalma-la — Marina...

Marina se desvencilha de Kenichi, irritada — Não se atreva a apoia-lo!  — se volta para Francisco — Você chegou aqui bem depois, não se atreva a sair tomando as rédeas e dando ordens como de tivesse levantado e construído isso aqui sozinho.

— Sei que está nervosa, se sentindo culpada e ainda tem o luto. Precisa pôr a cabeça no lugar antes de sair novamente. — Francisco olhou de Marina para Mônica e Andressa. —
E não é a única.

William suspira — Concordo com o capitão... Mônica e Andressa acabaram de sair da enfermaria e você, Marina... Ainda está muito abalada...

Mônica cruza os braços olhando para Francisco — Sério? Vamos mesmo perder tempo aqui, discutindo mesmo sabendo que você não vai conseguir nos convencer do contrário?

— Nós realmente não temos esse tempo para desperdiçar. — Andressa cruza os braços — Você só tem duas opções Francisco. Aceitar e aceitar.

Magali sorri para Francisco — Até parece que não conhece as mulheres da sua família.

— Se o capitão deixa que as mulheres ditem as ordens, é melhor deixar elas no comando de uma vez. — debocha um dos homens de William, atraindo todos os olhares, deixando todos na sala surpresos pela afronta contra o capitão — Desse jeito qualquer vai questionar e passar por cima das suas ordens.

Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto marOnde histórias criam vida. Descubra agora