Capítulo 24 - Parte III

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Os fuzileiros seguiram em um trailer do exército que os rebeldes forneceram, enquanto as equipes rebeldes estavam espalhadas em jipes armados.

— Eu já estou estou imaginando as carinhas de alegria deles quando te encontrarem. — disse Mônica com um sorriso bobo.
Ela estava sentada em uma das pernas de Francisco. Ele a segurava pela cintura.

— Parece que fazem anos que estou longe deles. — disse Francisco em um tom nostálgico
— Não vejo a hora de vê-los.

— Vamos poder matar as saudades logo, logo. — disse Mônica laçando o pescoço de Francisco e aplicando um beijo curto.
Ele roçou a barba no rosto dela e desceu os beijos até o pescoço.
— É o que eu mais quero. Vê meus grumetes.

— Gente... — disse Marina interrompendo o casal sem querer.
Eles nem perceberam que o carro havia parado.
Eles estavam atravessando São Paulo e entrando em outro estado.
Outro estado dominado por rebeldes.

Na placa que indicava a saída de São Paulo estava escrito a sangue seco.

VOLTE.

— O que é isso? — questionou Mônica olhando para a placa.

— Seus amigos? — perguntou Geraldo.

— É óbvio que não — disse Magali — Não somos os únicos grupos de rebeldes por ai. Existem muitos e alguns são mais violentos que outros.

— Se ficarmos parados eles nos verão como ameaça. — disse Gusmão — Vamos seguir. Se atacarem a gente revida. Temos puder de fogo para isso.

Eles concordaram e voltaram para o veículo para segui com a viagem.

Foram dezenove horas de viagem atravessando Uberlândia, Aguarari em Minas Gerais e Catalão e Goiânia em Goiás.
Dirigiram com velocidade e sem descanso para chegar o mais rápido o possível e evitar confronto com outros grupos rebeldes que comandava esses estados.

As dezenove horas passaram se arrastando e a viagem era interrompida em pausas curtas para revezar o volante.

Os rastros de caos e destruição eram evidentes por toda a parte.
Muitos desvios foram tomados atrasando a viagem graças aos rastros de destruição fazendo com que o percurso dure quase um dia.
Foi combinado também dos fuzileiros procuraram por suas família como o prometido por Francisco.
Se não estivesse no Abrigo, partiriam pelas estradas.

Mônica observava pela janela a paisagem. A única coisa que mantinha a sua beleza era a natureza. Suas árvores cresciam e davam vários frutos,  flores por toda parte agora sem o homem para destruí-la como antes.
Esse vírus não seria um tipo de meteoro para limpar o mundo novamente?

Ela afastou o pensamento.
A chance de sobrevivência era curta, mas existia.
E ela a esticaria até onde fosse preciso para manter sua família a salvo.
Para vê seus filhos chegarem a fase adulta, terem filhos, netos.

— Tá pensativa. — Francisco pegou uma mecha do cabelo de sua esposa e posou atrás da orelha da mesma.

Mônica pegou na mão áspera de Francisco e a deslizou pelo seu rosto e sorriu.

— Não é nada. — respondeu ela.

Francisco depositou um beijo nos lábios dela.

— Não falta muito. — disse Francisco — Quero que durma um pouco.

Ele olhou em volta. Todos estavam com aspecto de noites maldormidas pela longa viagem de 22 duas horas.
Foi impossível dormir graças as estradas destruídas, alta velocidade e curvas bruscas os jogando para as paredes do ônibus.

Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto marOnde histórias criam vida. Descubra agora