Capítulo 25

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Jacqueline e Teodoro foram carregados para fora do hotel sem nenhuma delicadeza. Sem poder lutar contra os braços fortes que os carregavam, eles foram levados até um tipo de camburão velho.
Os dois ainda tentavam reagir se esperneando e tentando se livrar dos soldados, mas não adiantava, eles eram mais fortes.

Os soldados os jogaram dentro do camburão como sacos podres de batatas. Os dois tentaram fugir rapidamente, mas a mulher de cabelos negros bloqueou o caminho de braços cruzados fazendo os dois paralisarem.

Seus olhos castanhos escuros eram frios e obscuros. 

— É melhor vocês se comportarem pirralhos. Ou vai ser muito pior para vocês. — ela enfatizou pior — Eu detesto crianças malcriadas! — disse a mulher que se intitulava a dona da ilha com um olhar raivoso. — ela bateu as portas e os trancou.

Jacqueline e Teodoro emergiram na escuridão assustados com o que viria depois.
O motor do carro rugiu ferozmente até o carro começar a sair do lugar.

A única luz que entrava por uma pequena fresta das portas era a luz do sol do inicio da tarde.

Os dois ficaram em um silêncio de uns 10 minutos que pareceu durar horas, até que Téo se levantou e tentou espiar através da fresta.
Estavam entrando em uma estrada de terra, onde os mortos cambaleavam atrás do carro.

— Quando eles abrirem as portas a gente pula para fora. — disse Téo ainda espiando pela fresta. 
 
— Eles estão armados. — lembrou Jacqueline — É arriscado.

— E o que vamos fazer? Facilitar para eles? —  ele se virou para ela.

Jacqueline parou para refletir um pouco e calcular se a ideia de Téo valeria o risco.
Não valeria.
Por outro lado ficar parada esperando resgate também não era satisfatório.
Só Deus sabe o que aquela mulher pediria em troca.

— Ok. — Jacque se levantou. — Olhos, nariz, garganta, barriga e virilha.

— Hã? — questionou Téo confuso.

— As partes vulneráveis do nosso corpo. Acerte com força pelo menos três desses e seu oponente não vai sentir nada mais além de dor. — explicou Jacqueline — Minha mãe ensinou.

— Uau. — disse Téo surpreso, mas com um sorriso.

Eles aguardaram.

O carro parou depois de vinte minutos fazendo os dois se desequilibrarem com a freada.

— Pronto para fugir? — perguntou Jacqueline com um sorriso.

Téo confirmou com a cabeça.
O barulho das travas da porta ecoaram e as portas de escancararam batendo na lataria do carro.

A luz do dia iluminou os rostos assustados dos dois garotos causando sorrisos nos rostos dos soldados.

— Desçam. — ordenou um deles com um fuzil na mão.

Jacqueline tentou passar a mensagem para abortar a fuga com olhares e meneios de cabeça para Teodoro.
Porém o garoto já avançava cheio de atitude.
Chegando na saída do camburão ele ergueu as mãos mostrando que estava rendido e saltou.

— Vem morena. — chamou o mesmo soldado.

Jacqueline revirou os olhos e seguiu resmungando baixo dizendo que não era morena coisa nenhuma.

Ela saltou parando ao lado de Teodoro.

Eram apenas dois soldados para escoltar os dois. A mulher não estava  ali.
Os soldados fizeram Jacque e Téo caminharem em fila. Com um soldado guiando na frente e outro atrás.
Os dois sempre com as armas empunhadas.

Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto marOnde histórias criam vida. Descubra agora