CAPÍTULO 50 - CROSSOVER - PARTE I

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Em média, a viagem de São Paulo até Brasília levava um pouco mais de dez horas. Porém com Marina no volante, a viagem de carro durou um pouco menos que a metade. Marina dirigindo em alta velocidade, parando para abastecer apenas uma única vez e desviando de alguns obstáculos, como carros, barricadas e mortos. 
Kenichi tentou acompanhar o ritmo de Marina, ficou alguns metros para trás, no rádio pedia para ela diminuir às vezes e tomar cuidado com a estrada.

Em seis horas e vinte e sete minutos e eles entraram nas estradas de Brasília.

— Vamos estacionar no próximo posto para abastecer e entrar em contato para saber pra onde vamos seguir. — avisou Francisco através do rádio e desligou. 

Marina suspira o ouvindo, aquele era o tom de capitão de Francisco, basicamente uma ordem de parada. Conhecendo o cunhado, era melhor atender. Sem responder ela seguiu em silêncio, como nas últimas seis horas. As três seguiram em um silêncio sepulcral durante toda a viagem, absortas em seus próprios pensamentos, até chegaram em um posto que só não estava quase completamente destruído por uma vidraça inteira de uma pequena loja de conveniência, com alguns zumbis vagando a esmo dentro da loja e pelo posto.

Marina estacionou de qualquer jeito, cantando pneus, chamando a atenção das criaturas que se arrastaram até o carro. Ela saiu do carro puxando sua faca do coldre e avançou contra o primeiro, o segurando pelo pescoço, enquanto ele tentava agarra-la, Marina ergueu a mão com a faca e enterrou na cabeça do zumbi várias vezes, Andressa foi a segunda a sair do carro, segundos depois de Marina e avançou em outro zumbi que vinha pela frente, chutou a criatura no peito a derrubando e enfiou a faca pelo queixo, fazendo a criatura parar de se debater e logo partiu para outro, junto com Marina.

Mônica abriu a porta, mas não saiu, observando as duas atacarem furiosamente o pequeno grupo de seis mortos, que tentou cerca-las.
Quando o último caiu, Kenichi estacionou o carro e os três homens saíram, encontrando Marina e Andressa ofegantes, com respingos de sangue, Mônica estava encostada no carro. Limpa.

— Demoraram. — comentou a ex-policial os olhando.

— Não sabíamos que estávamos numa corrida de fórmula 1. — O capitão se aproximou da esposa — Foi perigoso.

Mônica respirou fundo e olhou na direção dos outros.
Marina estava abraçada a Kenichi, já Andressa estava a todo vapor trabalhando com Vicente em busca de combustível.

— Elas precisam extravasar de alguma forma. Já tínhamos todo esse estresse de voltar a Brasília, correr riscos desde o último furto… E agora essa desgraçada pegou o seu irmão. — Mônica se vira e soca o capô do carro — Como ela consegue fazer isso? 

— É o que estou me perguntando… — Francisco passa a mão entre os cabelos aparados soltando o ar — Erik estava nos Estados Unidos, no pentágono, com meus pais e as crianças, como será que veio parar nas mãos de Ísis? Não é possível que ela também tenha influência nos Estados Unidos!

Mônica o encara, séria — O que vamos fazer? Precisamos das vacinas, várias vidas no abrigo dependem delas para viver, estão nos esperando. E o seu irmão… — fala mais baixo vendo a fuzileira se aproximar com um galão — E a Andressa, céus está arrasada desde que ouviu a voz do Erik naquele rádio.

— Nós vamos fazer os dois. O Erik é um grande médico, foi convocado para estudar a doença e trabalhar na cura e eu sei que sabe se cuidar… — Francisco coça a barba pensativo — Vamos fazer tudo o que eles quiserem, e assim teremos a vacina e meu irmão. Tudo numa tacada só.

Mônica assente — Certo.

O casal se junta com os amigos para encher os tanques mais rápido e deixando todos a par do plano.

Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto marOnde histórias criam vida. Descubra agora