Capítulo 16

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ATUALMENTE

Assim como o combinado depois de uma semana da saída de Mônica e do General os jovens se reuniram para pôr a fuga em prática.

— Já pegamos tudo que pediu capitã... — Começou Daniel com deboche na voz — Conseguiu o navio?
Os três garotos estavam com várias mochilas nos ombros.

Juliana balançou um chaveiro entre os dedos com um sorriso no roto. — Estou trabalhando nisso.

— O que é isso? — perguntou Samuel com a testa franzida.

— É a chave de um dos jipes do exército. — disse Juliana erguendo a sobrancelha.

— Como conseguiu? — questionou Daniel surpreso.

— Foi muito fácil. — disse Jaqueline sorridente.

— Eu pensei que a gente ia roubar um navio... — disse Téo confuso.

— Pra isso precisamos chegar em um porto não é? — Juliana pegou um mapa na mochila — Os dois maiores portos do Brasil se localizam em São Paulo e Rio de janeiro. Como o de São Paulo é o maior provavelmente as forças armadas devem usá-lo com frequência e então seguiremos para o do Rio de janeiro.

A viagem até o porto de Rio de Janeiro foi longa, durou quase 16 horas, sem pausas com Samuel e Daniel se reversando no volante para poder descansar um pouco.
Estacionando em um ponto seguro, eles pegaram seus equipamentos e se preparam para ao próximo furto.
O porto estava pouco movimentado, havia poucas embarcações ali e muitas estavam danificadas.
Marinheiros comandando os movimentos dos poucos navios que chegavam e partiam do porto.

— Somos delinquentes barra pesada! Vamos roubar um navio, tipo igual aos piratas. — disse Samuel com um sorriso no rosto.
— Cala a boca. — disse Juliana concentrada na movimentação dos guardas.
— Ah, qual é? Só estava tentando descontrair. Tá todo mundo tenso demais. — disse ele.
O que era verdade.  Os fuzileiros estavam bem armados e então aquilo era bem arriscado.
— Isso por que a qualquer momento podemos ser fuzilados por esses marinheiros? — disse Daniel o encarando.
— Qual vamos pegar? — perguntou Jacque.

Juliana estava estudando os navios a volta.
— Me ajudem a procurar uma embarcação média, automática e forte. — disse ela.
E então todos começaram a vasculhar um barco nas descrições de Juliana.

— O trawler! — disse Juliana apontando, Daniel não gostou e reprovou com uma careta.

— Ele é lento demais. — ele procurou outro barco e avistou um do tipo que já conhecia — O pesqueiro! — disse Daniel com um sorriso — Meu pai tinha um igualzinho aquele. É motorizado e já conhecemos a planta. Uma cabine e um porão. É leve e se acabar o combustível podemos usar as velas.

Juliana pareceu contrariada, mas manteve os olhos do navio que o irmão indicou, e na verdade era uma ótima opção,  alguns fuzileiros tinham acabado de pescar e estavam deixando o barco e seguindo em direção a uma fogueira.

— Depressa. — disse ela seguindo até o barco, ela fitava o homem que estava ao volante, ele estava desligando os motores pronto para se juntar ao companheiros.

Ela parou ao lado de uma caminhonete militar, de longe podia se ouvir as risadas dos fuzileiros.
— Um por um, ok? — disse Juliana — Eu vou na frente.
— Tudo bem, mas não entra na cabine até que pelo menos eu tenha entrado no barco. — disse Daniel e ela assentiu.

Juliana seguiu abaixada e passou correndo sem fazer barulho, os fuzileiros assavam peixe e bebiam aparentemente com a guarda-baixa.

Haviam alguns contêineres e barris espalhados pelo porto. Todos com cargas de alimentos e peixes, o cheiro era horrível.
Ela usou os barris e contêineres para se esconder dos fuzileiros, correndo de um em um ela se aproximou do barco e subiu o mais rápido que pode.
Quando chegou ao final, ouviu uma voz gritar.

Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto marOnde histórias criam vida. Descubra agora