Capítulo 3

3.6K 353 161
                                    

Atualmente

Mônica e seus filhos passaram as últimas semanas abastecendo a casa de suprimentos.
Eles estavam fazendo a última busca e uma farmácia e casas a procura de produtos para primeiros socorros.

Juliana havia terminado de encher a mochila e seguiu para o carro para aguardar os outros como o combinado.
Ela estava suada e ofegante e sentou no banco do motorista ao lado de Fernando que como sempre pedia para ser o motorista.

— Sou a primeira? — Perguntou Juliana o olhando.

— Até agora sim, mas não preocupe eles já devem estar chegando. —respondeu Fernando dando de ombros.

— Eu estou ansiosa e você? — perguntou ela com um pequeno sorriso nos lábios.

— Para quê?

— O QG dos Estados Unidos. Vai ser como antes. — respondeu.

Fernando permaneceu em silêncio, olhando para a frente. A estrada desperta.

— Não acha? — insistiu Juliana.

Ele deu os ombros novamente e finalmente respondeu — Como antes nunca vai ser né. Só vai ser melhor do que estamos agora né?

— Não estamos tão mal. — respondeu franzido o cenho.

— Porque tivemos sorte. — respirou fundo — A busca da sua mãe já perdeu o sentido. Só estamos correndo riscos. Talvez esse QG nem exista mais.

— Graças a ela você está vivo. — a voz de Juliana soou ríspida — Do que tá reclamando afinal? Você só fica com a bunda sentada nessa droga desse carro esperando que a gente mate essas coisas e traga comida!

— Hei, não me leve a mal, só tô dizendo o que eu acho. — ele ergueu os braços em rendição, diante a explosão da garota.

Juliana deixou a cabeça cair para trás e respirou fundo, se acalmando — Foi mal... — ela balançou a cabeça, não gostou de ouvir alguém fazer pouco caso de todo o esforço que sua mãe vem fazendo — É só que ela quer encontrar o meu pai. Precisamos encontrar o meu pai.

Fernando pousou a mão na mão dela e sorriu — Eu entendo. Se minha família estivesse viva, também iria atrás deles.

***
Jacqueline estava com Daniel, eles terminaram de esvaziar um armário de uma casa de dois andares.
Após encher a mochila Jacqueline resolveu explorar a casa enquanto Daniel procurava munição e armas nos outros cômodos.
Era a casa de um xerife.

Ela foi até o quarto de casal, estava tudo intacto. Ela mexeu no guarda roupa em busca da arma e não encontrou nada e então ela seguiu para o próximo quarto. Deveria ser da filha do xerife. Era todo cor de rosa e ela encontrou um celular na tomada. A tela estava preta com o ícone da bateria cheia. Ela ligou o celular e viu as últimas mensagens.

PAPAI: FALA PARA SUA MÃE ARRUMAR AS COISAS. VAMOS SAIR DA CIDADE.

LETICIA: O QUE TÁ ACONTECENDO PAI?

PAPAI: FAZ O QUE EU MANDEI AGORA LETICIA!
4 meses atrás

Jacqueline suspirou e foi olhar as fotos.
Leticia devia ter uns 15 anos. Era mulata de cabelos ondulados e castanhos e muito fotogênica.

— Jacque! — gritou Daniel — Vamos embora.

Ela enfiou o celular e o carregador no bolso, e quando estava se preparando para sair viu um garoto com um cachorro. O garoto passaria batido por um zumbi qualquer se não fosse o pastor belga ao seu lado.
Ele estava com as roupas rasgadas e sujas de sangue, sua pele também estava suja.
O pêlo do cachorro também estava manchado de sangue, mas nenhum dos dois pareciam feridos.

Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto marOnde histórias criam vida. Descubra agora