Capítulo 44 - Parte II

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Quando o grupo de apoio chegou para recolher os alimentos, Marina e as meninas seguiram em direção ao mercado para dar apoio a Kenichi e os meninos. Tiago contou através do rádio que o mercado ficava no centro comercial da ilha, ou seja na Vila dos remédios.

Beatriz que conhecia a vila, explicou o caminho para a mulher que dirigia a toda velocidade.
Marina pisava no freio sem pausa arremessando qualquer criatura que se atrevesse a cruzar o seu caminho causando algumas vezes várias turbulências no veículo por causa das batidas.
Com manobras bruscas ela desviava dos entulhos e outros obstáculos que estavam no caminho.

Jacqueline estava agarrada ao banco da frente, tentando permanecer no banco.

— Já vi que dirigir não é a especialidade das mulheres da nossa família! — gritou ela olhando a irmã que estava no banco ao seu lado.

Juliana fez careta ao entender a piada, a qual ela também estava incluída, mas não podia discordar da caçula que não é muito seguro colocar uma mulher da sua família no volante, quando se trata de uma operação de resgate.

Juliana estava segurando no próprio banco que estava sentada e fincando os pés no chão para não sair do lugar.

— Engraçadinha! — Marina sorriu no banco do motorista com os dedos alertando o volante gasto do veículo. — Nós estamos com pressa!

Beatriz apontou as vias que a motorista deveria tomar com os olhos fixos na janela. Seus olhos lacrimejantes pelo vento forte que carregavam o seu rosto.

Eles entraram novamente em uma estrada de terra, onde as pequenas construções com placas indicavam comércio.

— Chegamos no centro. — avisou Beatriz apontando pela janela e Marina foi diminuindo a velocidade até estacionar perto de um caminhão de bombeiros.

O cenário não era lá muito diferente dos outros centros em que já passaram. Vidraças destruídas, portas arrombadas, escombros e vestígios de acidentes de carros pelas ruas, calçadas e dentro das construções. Haviam veículos militares, caminhão de bombeiros, ambulância, a maioria acidentada ou estacionada qualquer jeito, muitos veículos batidos, postes de luz partidos ao meio e fios caídos, resíduos de fogo e alguns zumbis perambulando por ali em busca de alguma sobra de carne humana.

O rastro do tempo fez seu estrago, mostrando que aquele lugar estava abandonado durante muito tempo.

— Ninguém vem aqui? — Perguntou Juliana olhando em volta. Os vidros embaçados pela poeira, sangue seco e teias de aranha.
Os restos mortais de moradores se deteriorando lentamente e o inconfundível aroma pútrido de morte impregnado no ar por muito tempo.

— Não. — respondeu Beatriz saindo do veículo e o contornando para dar uma melhor olhada no ambiente — O governo proibiu civis de perambular por aí, para manter a segurança da população. Só os soldados tinham a permissão de andar por aí, para limpar a área, encontrar sobreviventes e minha mãe permaneceu com essa ordem.

Marina fechou a porta do carro e travou todas as portas por medidas de segurança. Sem perder mais tempo elas seguiram na direção do caminhão de bombeiros que não estava muito longe de onde estacionaram o carro.

O caminhão tinha a frente amassada, a escada estava recolhida e algumas haviam criaturas debaixo de suas grandes rodas, se contorcendo, agitadas com a movimentação a sua volta.

Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto marOnde histórias criam vida. Descubra agora