Silêncio.
Silêncio era tudo que a tenente capitã conseguia ouvir depois do estrondo ensurdecedor da explosão. A onda de calor, o galpão desabando acima de sua cabeça, tudo acontecendo em câmera lenta e sem som, depois do grito da sua sobrinha.
De baixo dos entulhos era possível ouvir os zumbis, com seus grunhidos guturais atraídos pelo barulho da explosão e fogo, vindo aos montes. Andressa, por sorte só tinha sofrido algumas esfoliações. Sem conseguir respirar direito em meio a terra e fumaça a fuzileira tentou empurrar os entulhos para sair do buraco onde estava presa e logo recebeu ajuda, dois homens do outro grupo tiraram os entulhos de cima dela e a ajudaram a sair dali sem muita dificuldade.
— Você está bem? — perguntou um deles. O militar, chamado de Benny.
Andressa assentiu olhando para ele e mais três do outro grupo. Dois homens, o negro com o braço amputado, o rapaz de óculos e uma mulher. A loira de nariz em pé. Nada de Mônica, Marina e Jacqueline.
— Merda! — Andressa se virou voltando pros escombros, quase se jogando neles e começou a cavar desesperadamente com as próprias mãos, tentando encontra-las, chamando por elas, os zumbis se aproximando cada vez mais. — Mônica! Marina!
— Temos que ir, Benny. Ou seremos encurralados. — Íris, a loira tocou no braço do seu parceiro, claramente tensa e preocupada com a onda de zumbis a caminho.
Benny olha em direção a horda, eram centenas de zumbis atraídos pela explosão, vindo de várias direções. Ele se aproxima da fuzileira — Temos que ir.
— Como tem coragem de abandonar os seus companheiros?! — Gritou irritada o encarando — No seu exercicito não tinha honra?
Benny fecha os punhos sentindo o sangue esquentar, nunca deixaria Melina para trás — Não vamos abandonar ninguém! Mas também não ajudaremos se formos devorados. Vamos voltar e achar todos eles, mas agora precisamos sair daqui! Agora!
Andressa ofegante, com o rosto vermelho, pode confirmar os zumbis se aproximando não muito mais distantes agora. Alguns já subiam os escombros atraídos pela conversa acalorada deles.
— Vamos moça. — Mamba negra oferece a mão para a fuzileira levantar dos escombros.
— Obrigada. — Ela agradece levantando e já pega sua faca militar.
As armas mais potentes e pesadas ficaram presas nos escombros. E os zumbis vinham de todos os lados, os cercando.
— Ótimo, olha só o que você causou. Vamos morrer graças a essazinha aí que deu piti! — resmungou Íris.
Andressa estava analisando em volta, muitos vinham amontoados uns nos outros, mas outros grupo também vinham mais dispersados — O que foi, a boneca nunca sujou as mãos? Vamos abrir caminho por eles. — aponta para o lado mais vazio — Formamos uma corrente, matamos os que ficam no caminho e ninguém ficará desprotegido.
Mamba negra, Íris e Henri olharam diretamente para Benny, esperando uma aprovação ou negação da estratégia da mulher.
— É arriscado, mas não temos outra escolha. — Benny sacou a sua faca militar.
— Como vamos confiar nela para proteger nossas costas? Não a conhecemos! — contestou Íris.
— Com certeza absoluta você também não é a pessoa que eu gostaria que protegesse minhas costas. — retrucou Andressa e os olhou — Também não conheço vocês. Nós estamos no mesmo barco. Eu só quero sair daqui e encontrar a minha família.
— Seguiremos o plano dela, a não ser que alguém tenha um plano melhor. — Benny olha para todos esperando uma resposta. — Ótimo. Vamos entrar em formação.
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Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto mar
غموض / إثارةQuando os mortos retornam a vida, Mônica se vê sozinha para proteger seus três filhos no início do fim dos tempos. Já que seu marido um fuzileiro naval está fora do país. Mas ao conseguir informações sobre a volta do marido para resgatar a família...