Capítulo 14

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Após meu encontro com Gustavo, as coisas começaram a se acalmar. Os dias no calendário voavam sem que eu percebesse, e os problemas que tanto assombravam minha cabeça passaram a ser esquecidos e enterrados.

Jullie e Douglas também tiveram um ótimo encontro e continuaram a se ver depois disso. Meu irmão a levou ao cinema naquela tarde e, segundo minha amiga, ele fora "um fofo". Eu não conseguia associar muito bem essa expressão a ele, mas depois da nossa conversa sobre estar apaixonado, eu já não duvidava de muita coisa.

Eles pareciam estar radiantes com o sucesso desse começo de relação, então, quem era eu para implicar? Jullie merecia ser feliz com quem quer que fosse, contanto que esse alguém a tratasse bem. E, sendo Douglas, eu poderia me certificar de que ele cumprisse essa parte.

No sábado seguinte, meu irmão e eu recebemos uma ligação do nosso pai. Ele queria saber das novidades, contou que seu apartamento estava completamente organizado e ainda nos relembrou de seu convite para visitá-lo e conhecer o lugar. Meu irmão hesitou, no início, mas o lembrei de sua promessa de tentar, ao menos, se dar bem novamente com nosso pai e isso o fez aceitar. No domingo, então, lá estávamos nós admirando o apartamento novo e incrível do meu pai.

Fiquei feliz de constatar que o local estava praticamente vazio. Se meu pai ainda não havia se preocupado em decorar o apartamento, isso significava que as coisas não estavam definidas. Apesar dos meus pais não se virem desde que ele tinha ido buscar o restante dos seus pertences em nossa casa, eu tinha esperanças de que os dois ainda pudessem reatar e tudo se normalizasse.

Durante a semana, minha mãe começou a procurar empregos para sua irmã, que chegaria com minha prima dali a duas semanas.

Então, no domingo seguinte, recebi um telefonema inesperado. Era Mayara.

Nós não nos falávamos desde minha visita a sua casa. Mas eu já estava por dentro das novidades. Impossível não saber, aliás, quando Davi apareceu com um sorriso gigante no rosto na segunda-feira anterior.

Ele havia chegado tão sorridente na sala de aula que eu nem precisei perguntar – já sabia que eles tinham finalmente se acertado. Quando me avistou, Davi correu até mim para um abraço e me apertou a ponto de me deixar sem ar.

– Você é incrível, sabia? – falou, sorrindo de orelha a orelha.

– Só fiz o que qualquer amiga faria.

– Você fez muito mais do que qualquer ex-namorada faria – corrigiu-me.

Dei de ombros.

– Só queria que você ficasse feliz. O que passou, passou. Já aconteceu muita coisa depois daquilo pra eu ficar remoendo mágoas.

Davi abriu ainda mais o sorriso e passou a me contar como tudo aconteceu: desde a ligação de Mayara, pedindo que ambos se encontrassem, até sua declaração de que sentia sua falta e queria tentar fazer aquilo dar certo.

Achei, então, que a ligação da garota era para me agradecer de novo, ou algo do tipo, mas Mayara me surpreendeu com um convite para ir à praia com ela e suas amigas.

– Óbvio que eu quero! E eu sou lá mulher de dispensar praia?

Mayara gargalhou. Achei engraçado como ela parecia tão mais animada agora.

– Ah, que ótimo! Sairemos daqui a uma hora, tá certo? Desculpa avisar em cima da hora, mas só decidimos agora.

Combinamos então de nos encontrarmos na praia do Leblon e, assim que desliguei sua ligação, comecei a ligar para Jullie. Minha amiga ficou muito confusa com a autora do convite.

Além da amizade (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora