Capítulo 26

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– Você ligou pro DJ?

– Liguei antes da viagem.

– E tá tudo certo?

– Tá.

– E o resto? Tudo pronto?

– Douglas! – Ergui as duas mãos, pedindo-lhe que parasse. – Eu já cuidei de tudo semana passada. E hoje vou ligar novamente, apenas para confirmar. Então, fica tranquilo. – Abri um sorriso encorajador. – Vai dar tudo certo. A festa da Jullie vai ser um arraso.

Douglas respirou fundo, tentando se manter calmo. Era muito estranho ver meu irmão nervoso, mas não vou negar que era fofo também. O que o amor não fazia com as pessoas! Então, sorri com esse pensamento, lembrando que em pouco tempo o amor faria sua mágica comigo também.

Letícia, Douglas e eu estávamos no ônibus a caminho da escola. Voltáramos no dia anterior de Visconde de Mauá e, até então, tudo estava correndo bem entre minha prima e eu. Nenhuma briga. Nenhum olhar torto. E agora eu seguia para a escola, onde encontraria Natan e poderia contar para ele que tudo estava certo, finalmente. Havia chegado nossa hora de ser feliz!

Respirei fundo enquanto descia do ônibus, sentindo o nervosismo de Douglas me contagiar. Quando nos aproximamos do Honório de Paula, avistei uma conhecida cabeleira loira em meio à multidão e me virei para inventar uma desculpa para Douglas. Ele, no entanto, já tinha visto Jullie.

– Sexta-feira – lembrei-o, com um tapinha solidário.

Meu irmão inspirou fundo para depois acenar com a cabeça em concordância.

– Sexta-feira – murmurou. – Sexta-feira tudo se resolve.

– Isso – concordei com um sorriso. – Eu vou até lá, ok?

– Certo. E tenta amansar a fera até sexta – pediu com um meio sorriso carinhoso.

– Deixa comigo. – Pisquei para ele, rindo.

Me despedi dele e de Letícia com um aceno e segui até minha amiga.

– Bom dia, Jujuba – depositei um beijo em sua bochecha antes de parar ao seu lado.

– Bom dia, amiga. E aí? Preparada? – perguntou significativamente. É claro que ela já sabia de tudo. Eu tinha ligado para ela assim que cheguei em casa.

Soltei um suspiro, nervosa.

– Nem um pouco – admiti. – Não faço ideia do que falar!

– Pra quem? – questionou em dúvida enquanto atravessávamos os portões do colégio.

– Pros dois! – exclamei, me sentindo ainda pior.

Pensei em Gustavo naquele instante e me senti mal por estar mais preocupada com Natan do que com ele. Iríamos nos ver! Éramos da mesma sala, frequentávamos o mesmo grupo de amigos. Teríamos que nos falar eventualmente, não é?

Mal sabia eu que esse eventualmente acabaria sendo mais cedo do que eu imaginava.

Assim que entrei na sala com Jullie, Jéssica veio correndo falar com a gente. Aparentemente, alguém havia descoberto o que aconteceu em sua festa e, a essa altura, a história já tinha se espalhado o suficiente para chegar aos ouvidos do pessoal da nossa turma. Eu pude ouvir os cochichos começarem assim que entrei na sala, e agora entendia o porquê. Senti a desanimação me invadir como um balde de água fria e fiquei me perguntando quem poderia ter feito uma coisa dessas. Nem Natan e nem eu teríamos espalhado essa história, e Letícia só havia descoberto no último sábado. Eu sabia que Gustavo não ganhava nada com isso, mas – vai que...? A não ser que alguém de fora tivesse visto o que aconteceu sábado, ele era minha única opção e eu precisava confirmar.

Além da amizade (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora