Capítulo 20

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A movimentação do lado de fora do salão era grande. Todos os convidados vestiam fantasias de personagens incríveis que compuseram a minha História ou até mais antigos. Com um rápido olhar, pude encontrar uma Sininho, um Zorro, uma Chapeuzinho Vermelho e uma Pedrita. A criatividade estava à solta.

Eu abri a porta do Honda Fit prateado da minha mãe, respirei fundo, e saí sorrindo. Assim que coloquei meus pés para fora, um colega de classe passou pelo carro a caminho da festa. Ele parou quando me viu e assoviou alto. Meu rosto queimou como brasa.

– Se você não namorasse Gustavo... – disse brincando, vindo em minha direção para me cumprimentar enquanto subia o olhar da minha bota até a máscara de Mulher-Gato.

Eu vestia uma calça skinny de couro preta que marcava toda minha perna e era coberta, na parte inferior, por uma bota de cano longo e salto fino. Na parte superior, eu estava com um top preto com bojo, deixando meus seios avantajados e a barriga à mostra, exceto onde uma correia se cruzava, ligando o top à calça. Nos braços, havia uma luva também de couro, que seguia até meu cotovelo. E no rosto, a máscara da personagem com orelhas de gato cobria meus olhos e parte da minha cabeça. Meus cabelos pretos apareciam por baixo dela, caindo em ondas bem feitas sobre meu ombro.

Sem graça, eu sorri.

– Ele vai me matar – comentei, referindo-me a Gustavo.

– Fica tranquila, gatinha. Acho que com essa roupa a única coisa que você não consegue forçar o Gustavo a fazer é virar gay.

Soltei uma risada alta e ouvi um barulho atrás de mim. Me virei para ver Letícia sair do carro. Ela parecia uma princesinha em sua fantasia.

Fantasiada de Barbie Butterfly, Letícia usava um vestido rosa choque deslumbrante. Sem alça, o vestido era bastante decotado, o que dava um toque menos infantil à fantasia. A saia era armada e tinha um tom de rosa mais claro. Ela era constituída por camadas de tecido em formato de pétalas. No pé, calçava um peep toe preto e rosa bebê. O cabelo estava solto também e liso, e sua cabeça decorada por uma tiara trançada.

– Uau! É melhor eu sair daqui antes que os dois queiram me matar. – Victor deu meia-volta e seguiu para a entrada da festa.

Quando voltei meu olhar para Letícia, Douglas já estava parado ao lado dela. Atrás deles, minha mãe abaixava o vidro do carro.

– Não se esqueçam dos presentes! – Ela nos entregou três caixas embrulhadas, uma para cada. – Comportem-se, crianças. Venho buscar vocês às duas. – Dando partida, ela foi embora e nós seguimos juntos para a entrada.

O salão de festas que Jéssica escolheu era incrível! Na entrada, havia um jardim ornamentado por uma fonte em cascata que jorrava água. Uma pequena ponte de madeira ligava o portão de entrada à porta do salão, que era branco, mas com uma textura rústica. Atravessamos, dando de cara com a recepção, onde entregamos nossos convites e deixamos os presentes. Ali, também vimos mesas de docinhos de vários tipos.

Duas funcionárias do local nos apontaram a escada que levava ao andar inferior, onde a festa realmente acontecia. Nós agradecemos e seguimos a direção indicada. Mesmo antes de começarmos a andar, já conseguíamos ouvir a música que tocava na festa. Nossos ouvidos foram invadidos pelo excesso de sons – vozes misturadas ao som da música e ao barulho da movimentação de cada convidado – e demoramos um pouco para nos acostumar.

Procurei Jéssica pelo salão e, enquanto passava os olhos ao redor, soltava risada das fantasias. Avistei um Tinky Winky antes de encontrá-la no meio da pista de dança, vestida de Alice.

Além da amizade (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora