Capítulo 17

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   Pedro On

   Eu estava com raiva, só queria ficar sozinho e fazer o que eu sempre fasso, mas a Loira não entendeu isso e veio atrás de mim. Eu não queria traze-la, achei que não iria me controlar se ficasse tão perto dela. E foi isso que aconteceu. Só que mais uma vez ela fugiu, e eu fiquei naquele galpão por horas e coloquei toda a minha raiva pra fora como eu sempre fazia. Eu só queria entender por que ela torna as coisas tão dificeis.
Jogo as luvas num canto, e pego minha camisa e a jogo sobre o ombro, começo a andar e agora sim, me sinto mais leve. Saiu do galpão e vejo que já escureceu, e está chuvendo. Olho para a casa, mas não vejo nenhuma luz acesa. - será que ela está lá? - me pergunto enquanto caminho em passos largos em direção a casa. Destranco a porta, e entro em silêncio, procuro o abajur e o acendo. Tomo um susto ao ver a Loira dormindo no sofá, a observo por um instante e ela se mexe. Decido tomar um banho, caminho em direção ao quarto, entro e vejo que está tudo do jeito que eu deixei. Tiro minha roupa e entro no banheiro. Enquanto a água escorre pelo meu corpo fico pensando o que eu fiz de errado pra ela não acreditar em mim. Ouço um barulho, desligo o chuveiro e entro no quarto, pego uma calça de moletom, uma camisa, e visto. Eu sempre deixo roupas aqui. Termino de me vestir e saiu do quarto. Encontro a Loira no corredor ela me olha assustada.
- Você ouviu? - ela pergunta com os olhos arregalados.
- Ouvi o que?
- O trovão.
- Não. - falo olhando pra ela - espera você tem medo de trovão?
- Eu, eu nãao! - ela exclama - só que essa casa é um pouco afastada da cidade e é meio..
- Cinistra, assutadora... - eu a interrompo.
- Não era isso que eu ia dizer. - ela diz com cara de medo.
- Sei, vamos.
- Pra onde? - ela pergunta arqueando a sobrancelha.
- Pra casa ué. - eu falo e começo a andar, quando estou na ponta da escada meu celular toca.

  Ligação On

- Oi Natália - falo assim que atendo.
- Pedro você ta bem? A Vick ta com você? - ela pergunta nervosa.
- Sim a Victória está comigo, e estamos bem, por que?
- Eu achei que você tinha feito alguma burrada. Você está na casa não é?
- Sim. Estamos voltando agora.
- Não da. - ela diz aflita - a estrada está interditada por causa da chuva.
- Ah, ok. Passamos a noite aqui então. - eu falo e a Loira arregala os olhos. - quem está aí? - pergunto assim que ouço um barulho.
- A Bruna, e ela mandou você tomar conta da Vick.
- Fala pra ela não se preoculpar, eu já entendi. - falo me lembrando que ela me pediu que não magoasse a Loira.
- Ok. Então tchau se cuida.
- Tchau.

  Ligacão Off

- A gente vai ter que passar a noite aqui? - a Loira pergunta.
- Sim, a estrada está interditada. - digo descendo as escadas e ela vem logo atrás.
- Ahh não Pedro, eu preciso de um banho, e eu estou morta de fome. - ela diz passando a mão na barriga.
- Vai tomar banho, que eu preparo alguma coisa. Tem um banheiro no quarto que você me viu sair, e roupas limpas. - digo sorrindo.
- Ta então eu vou. - ela diz e sobe as escadas.
Vou até a cozinha e começo a procurar alguma coisa pra comer. Faz tempo que eu não venho aqui, mas tem um cara que cuida da casa, e que sempre deixa alguma coisa na geladeira e no armário. Encontro pão, queijo, presunto, hambúrguer e encontro suco na geladeira, pego umas tomates coloco no prato e começo a cortar. Olho para a escada e vejo a Loira descendo e ela está vestindo uma camisa minha. E meu Deus como ela ficou linda nela.
- Aii - olho para o meu dedo e vejo que esta sangrando.
- O que foi? - ela pegunta ao meu lado enquanto encara a minha mão - você se cortou.
- É - eu falo meio sem jeito e coloco minha mão embaixo da torneira.
- Quer ajuda? - ela pergunta pegando a tomate.
- Sim. - digo erguendo o dedo.
- Seu louco. - ela diz sorrindo.
Preparamos os sanduiches e fomos para a sala. - A chuva e os trovões só almentavam - . Eu observava enquanto comiamos.
- Pedro, essa casa é sua?
- Sim, eu sempre sonhei em morar afastado da cidade.
- E por que você não mora?
- Por que nem tudo acontece como planejamos. - eu digo colocando o prato na mesa de centro.
- Entendi - ela diz torcendo a boca - você gosta do morro? Gosta do que faz?
- Na verdade, essa não foi a vida que eu escolhi. Mas eu aprendi a gostar.
- Entendi - ela diz levantando - e isso? - ela pergunta erguendo um dos meus trofeis.
- Era um hobby - eu falo me levantando - na verdade era uma maneira de eu colocar a minha raiva pra fora.
- Ainda é. - ela questiona.
- Sim. - falo chegando perto dela.
- Ah, onde eu vou domir? - ela pergunta colocando o trofeu no seu lugar.
- No meu quarto. - digo sorrindo e ela arregala os olhos. - calma eu tô brincando.
- Que bom! - ela exclama.
- Vem. - eu a chamo e começamos a subir as escadas. - você fica no meu quarto, eu vou para o de hospedes - digo abrindo a porta do quarto de hospedes.
- Ok. - ela diz e sai.
Entro no quarto, tiro a camisa e quando vou me deitar esculto um trovão, e logo em seguida o grito da Loira:
- Pedroo
- O que? - pergunto encostado na porta.
- Você pode dormir aqui? - ela pergunta sem jeito.
- Claro. - eu falo sorrindo.
- Só dormi. - ela afirma.
- Ok. - eu digo levantando as mãos pra cima, ela sorri, e eu entro no quarto.
Deito na cama e ela se deita ao meu lado.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Sim. - eu respondo olhando pra ela.
- Como você consegue agir assim?
- Assim como?
- Como um babaca, grosso.. - ela me olha e faz uma pausa - e ao mesmo tempo consegue ser tão legal, ao ponto de me fazer gostar de você.
- O que?! - será que eu ouvi direito.
- É isso que você ouviu. Só que você fala que quer algo diferente comigo, e hoje mesmo você estava agarrado com a Carla. - ela diz chatiada.
- Eu já te falei que eu só fasso merda eu quero muito você. Mas quando eu ouvi você falando com aquele seu amigo mais cedo, eu fiquei com raiva ai eu vi a Carla...
- E decidiu se agarrar com ela na minha frente. - ela me interrompe.
- Eu não queria. - eu falo me recostando na cama - mas eu só fasso merda, eu sei que eu não devia ter feito tudo aquilo, mas quando eu percebi, eu já tinha feito.. e não tinha mais como voltar atrás. - ela digo passando a mão no cabelo. Ela me olha como se estivesse me vendo pela primeira vez. E na verdade era sim, ninguém consegue saber quem eu realmente sou. Pra todos eu sou o dono do morro e pra ela eu sou apenas eu, o Pedro.
- A gente pode tentar. - ela diz sentando ao meu lado - a gente pode tentar começar do zero. - ela diz estendendo a mão - prazer Victória.
- Prazer Pedro. - eu falo sorrindo - você é tão linda Loirinha -- eu falo e ela sorrir. Deito na cama e a puxo para baixo. - sabia que você ficou muito gostosa com a minha camisa.
- Eii - ela diz me dando um tapa. Nos entreolhamos e eu não resisto e a abeijo, ela cola nossos corpos enquanto segura meu cabelo, começo a passar a mão pelo seu corpo e o beijo fica mais quente, começo a subir a camisa e quando ela já está acima da sua sintura, ela para o beijo. - só dormir, lembra. - ela diz enrrolando o meu cabelo.
- Ok. - falo e deito a cabeça em seu peito.
- Vai dormir em cima de mim?
- Sim. - eu falo enquanto encaixo minha mão na dela.
- Parece que não vai passar tão cedo. - ela diz olhando pra janela.
- Sabe de uma coisa?
- O que?
- Está sendo muito dificil esta aqui com você, e não poder fazer nada. - falo levantando a cabeça pra encara-la, e ela sorri.
- Seria uma prova.
- De que?
- De que você não quer só me levar pra cama.
- Você ainda acha isso?
- As vezes eu acho que sim, mas agora eu tenho quase certeza que não.
- Quase?
- Sim. - ela afirma.
Eu deito do lado dela. Não falamos mais nada, e assim dormimos.
Acordo de madrugada com um barulho, procuro a Loira e ela não está na cama. Levanto e vou até a sala, à vejo sentada no sofá.
- O que você está fazendo aí? - pergunto e ela me fita.
- Não consigo dormir. - ela diz e eu caminho até o sofá, sento-me do lado dela.
- Vamos pro quarto. - eu a chamo.
- A gente não pode ficar aqui. - ela sugere.
- Ta. - deito no sofá e a puxo para perto. - tem certeza que prefere ficar aqui.
- Tenho. - ela diz mordendo o lábio infeiror.
- Boa noite. - digo.
- Boa noite. - ela sussurra e me dar um beijo na bochecha, eu olho pra ela arqueando a sobrancelha, ela sorri, e deita.
Acordo com um celular tocando, olho pro lado e vejo que não é o meu. A Loira acorada e dar um pulo.
- Sim. - ela diz assim que atende - ah Miguel, eu já tô indo. - ela desliga - Precisamos voltar - ela diz, e começa a subir as escadas. Porra esse cara de novo. Subo as escadas e vou para o quarto. Encontro ela já vestida.
- É por causa dele, né?
- Do que você ta falando? - ela pergunta enquanto calsa os tênis.
- É por causa dele que você não quer ficar comigo.
- Você ta falando do Miguel? - ela pergunta surpresa.
- Ah esquece. - digo pegando as chaves do carro. Saiu do quarto ela me segue.
- Ele não tem nada a ver com isso. - ela diz enquanto eu saiu pela porta. - na verdade o problema é você.
- Eu? - eu pergunto me virando pra ela.
- Sim. - ela afirma.
- Ok. - falo e entro no carro. - Ela entra no carro, e o caminho todo fomos em silêncio. Deixo ela em casa, e sigo para a minha.























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