Pedro On
Ela gosta dele. - digo para mim mesmo enquanto a água escorre pelo meu corpo. - Saiu do banho, pego uma toalha e me enrrolo com a mesma. Entro no quarto e procuro uma roupa, pego uma calça jeans azul e uma camisa branca. Me visto, e quando vou calçar os tênis esculto meu celular tocar, procuro-o pelo quarto, mas não o encontro. Saiu do quarto e começo a seguir o toque, desço as escadas e de longe o vejo em cima da mesa de centro, pego e atendo..
Ligação On
- Alô - digo assim que atendo.
- Pedro - esculto a voz do Matheus do outro lado da linha.
- Sim?!
- A Vick passou por aqui. Ela tava na moto, em alta velocidade.
- O que?!
- Faz um tempo... - ele começa, e eu deligo.Ligação Off
Coloco o celular no bolso, a porta se abre. E a Natália entra.
- Você deu a moto pra Victória? - eu pergunto.
- Dei, mas eu acho que fiz algo de errado. - ela diz receosa.
- Pode apostar. - eu digo e começo a subir as escadas. Chego no quarto, pego uns tênis e calço. Pego a chave do carro, e volto para a sala. Quando estou descendo as escadas esculto a Bruna falar desesperada:
- Me ligaram do hospital, a Vick sofreu um acidente.
- O que?? - a Natália pergunta assustada.
- Você pode me levar até lá.. - a Bruna diz.
- Qual hospital? - eu pegunto. Eu sabia que tinha acontecido alguma coisa no momento em que o Matheus falou que a viu.
- Vamos, no caminho eu explico. - a Bruna diz e saímos. Minutos depois chegamos no hospital.
- Eu quero saber sobre a paciente Victória Marinho. - a Bruna diz a recepcionista. Eu não consigo esperar pela resposta dela e saiu em direção aos quardos. Pedindo a Deus para que nada de ruim tenha acontecido a ela.
- Pedro. - a Natália me segura pelo braço - a gente não pode entrar aqui. Vem. - ela diz e começa a me arrastar para a sala de espera.
- Já falaram alguma coisa? - eu pergunto pra Bruna que está sentada.
- Não. - ela diz e abaixa a cabeça.
- Ela ta bem. - a Natália diz sentando ao lado dela e a abraça. Eu começo a andar de um lado para o outro. A culpa é minha se eu tivesse deixado aquele otário entrar no morro, nada disso estaria acontecendo. - digo para mim mesmo - Enquanto olho para o corredor pela vigesima vez. Sento numa cadeira. E fico contando as horas, parece que o tempo não passa.
- Eles estão demorando muito. - a Bruna diz se levantando. E um homem se aproxima.
- Vocês são parentes da paciente Victória Marinho? - o homem que provavelmente era o médico pergunta. A Bruna nos olha e diz:
- Sim. Como ela está?
- Bom, ela sofreu alguns arranhões. Ela deu sorte por que estava de capacete, e o sonhor que a trouxe contou que ela freou a poucos metros. Ela está fazendo alguns exames pra saber se está tudo ok. - o dr. diz - daqui a pouco vocês podem entrar. Um de cada vez. - avisa. - Com licença. - ele diz e sai. A Natália abraça a Bruna em sinal de alivio. Esperamos mais alguns minutos e uma senhora avisa que já podem entrar. A Bruna entra.
- Pedro - a Natália me chama.
- Sim?!
- Você gosta dela né? - ela pergunta me encarando.
- Não sei. - digo passando a mão no rosto.
- Vai dar tudo certo. - ela diz e me abraça.
- Tomara. - digo mais para mim do que para ela.
Alguns minutos se passam, até que a Bruna aparece.
- Pedro - ela me chama, mas olha para a Natália. - Acho que você deve ir primeiro.
- Claro. - a Natália concorta. Assenti, e em questão de segundos eu estava encarando aquela porta. Tomo coragem e entro. A observo, mas ela está de olhos fechados. Caminho até a cama, e a olho por inteira, pra conferir se ela esta bem mesmo, vejo alguns arranhões, alguns bem profundos. Ela está com curativo no braço. Sento numa poltrona ao lado da cama, e a seguro pela mão.
- Desculpa - pesço deitando a cabeça na sua barriga - eu.. eu não ia, eu não vou fazer nada com ele, tá. - digo levantando a cabeça - se ele é tão importante assim pra você, eu juro, que não vou fazer nada com ele. Só não faz mais isso por favor. - as últimas palavras saem falhando.
- Sabe por que eu fiz isso? - ela diz abrindo os olhos e me encarando. - Por que eu estava com raiva, não de você, mas de mim. Eu estava com raiva de mim, por que.. eu não consigo entender o por que de eu gostar de alguém como você. - ela diz me olhando fixamente.
- Eu.. eu não queria te magoar. Eu sabia que eu ia acabar fazendo isso. E eu tentei, eu tentei me afastar de você, mas eu não consegui. - eu digo e ela sorri - do que você esta rindo?
- Eu também não consigo me afastar de você. - ela diz e eu sorrio.
- Posso te pedir uma coisa?
- Sim!?
- Não faz mais isso.
- O que? Agora que eu venci o meu medo, e que eu vi o quanto ainda sou boa nisso. - ela diz animada.
- Cê ta louca!? - eu pergunto - olha aonde você está. - digo e ela olha em volta.
- Ah foi só uns arranhões. - ela diz dando de ombros.
- Ok. Vamos fazer assim então, quando você estiver com raiva, você bate em mim. É menos perigoso. - eu digo e ela ri.
- Não Pedro, você não entende. Eu gosto da adrenalina. Gosto de sentir o vento no rosto. - ela diz fechandos os olhos. - E.. eu tinha me esquecido o quando isso era bom.
- Loirinha. - eu chamo sua atenção e ela abre os olhos - você aceita namorar comigo? - eu pergunto, e um silêncio constrangedor surgi no quarto. Ela me encara incrédula.
- Sim. - ela diz e eu me surpreendo.
- Eu prometo fazer dar certo. - digo beijando o dorso da sua mão, e ela me olha.
- Eu acredito em você. - ela diz olhando nos meus olhos.
- Oii - a Natália diz entrando no quarto - bom acho que é a minha vez né?
- Sim. - a Loirinha diz sorrindo.
- Que susto você deu na gente. - ela diz se aproximando da cama. Olho para Loira e ela sorri. Saiu do quarto deixando-as sozinhas. Ando pelo corredor, sem acreditar no que eu acabei de fazer. Eu gosto dela e vou fazer dar certo, e por enquanto isso é o que importa. Esbarro na Bruna.
- Que cara é essa? - ela pergunta.
- Cara de que?
- Essa cara de bobo aí. - ela diz apontando pra mim.
- Nada ué. - digo dando de ombros.
- Sei. O médico está olhando os exames. Logo ela estara liberada.
- Que bom! Eu vou resolver umas coisas, e volto pra buscar vocês.
- Ok. - ela diz, e eu saiu. Chego no estacionamento e olho para o hospital, sem acreditar no que aconteceu.
Destravo o carro e entro. Dirigo até o morro. E em poucos minutos paro na entrada.
- Matheus. - eu o chamo. Ele vem, e entra no carro.
- Acharam ela? - ele pergunta.
- Sim. Aconteceu um acidente, não foi nada grave. Logo ela esta em casa.
- Que bom! Ela passou aqui que nem um furacão. - ele diz mexendo no som.
- Imagino. - digo parando o carro em frente a boca. Desço do carro e vou em direção a entrada o Matheus vem logo atrás.
- O Biel ta aí? - eu pergunto.
- Sim. - ele diz. E assim que entramos vejo o Biel, fasço sinal para ele, e ele nos segue até a minha sala. Entramos.
- Como estão as coisas aqui? - pergunto assim que me sento.
- A mercadoria demorou a chegar hoje. Mas já vendi toda. - o Biel diz.
- E as armas novas já estão aí. - o Matheus diz.
- E os amigos daquele desgraçado voltaram a incomodar? - eu pergunto. Depois que a gente deu fim no Emerson. Os cara quiseram embaçar, mas não conseguiram.
- Não. - o Biel diz.
- Aquele playboy pode entrar. - eu aviso enquanto abro minha gaveta.
- Tem certeza? - o Matheus pergunta.
- Sim. - afirmo.
- Patrão - um dos caras diz abrindo a porta - a Carla ta aí, atrás de você.
- Manda ela ir embora. - eu digo e ele bate a porta.
- Não vai mais ficar com ela? - o Biel pergunta.
- Não. - afirmo - eu pedi a Loira em namoro. - digo pegando uma quantia em dinheiro, e coloco no bolso.
- O que?! - o Biel pergunta surpreso.
- É isso mesmo que você ouviu. - digo.
- Acho que você fez o certo. - o Matheus diz.
- Tenho que ir. - digo me levantando - cuidem de tudo.
- Ok. - eles dizem. E eu saiu. Assim que chego na porta de saída vejo a Carla no meio do caminho.
- O que é? - eu pergunto assim que me aproximo.
- Queria falar com você.
- Já ta falando. - eu digo revirando os olhos.
- Então, que tal a gente sair, ir num.. - ela diz chegando perto, mas eu a interrompo.
- Não. - digo a afastando. - não apareça mais aqui. - ordeno e saiu em passos largos, a deixo falando sozinha. Chego no carro, e um moleque se aproxima.
- Me arruma um bagulho aí. - ele diz tirando dinheiro do bolso.
- Qual é a tua moleque, de quem é esse dinheiro? - eu pergunto.
- Cara, eu só quero o bagulho. - ele diz fungando.
- Você roubou? - eu pergunto e ele abaixa a cabeça - aqui não tem nada pra você. - fasço sinal para um dos caras e ele se aproxima - descobri de quem é esse dinheiro e devolve. Eu não quero esse moleque aqui. - digo e entro no carro.
Sigo para o hospital. E em poucos minutos estaciono em frente ao mesmo. Desço do carro e entro no hospital vejo a Bruna e Natália na recepção.
- Ela ainda não ta liberada? - pergunto.
- É que.. - a Bruna começa, mas para de falar e olha para o que está atrás de mim.
- Eu vou indo. - ouço a voz atrás de mim, e me viro.
- Oi. - ele diz assim que me ver.
- Ah, Miguel esse é o Pedro. Pedro esse é o Miguel. - a Bruna nos apresenta.
- Oi. - digo estendendo a mão. O que ele está fazendo aqui?
- Prazer. - ele diz apertando a minha mão. - Bom eu já tô indo.
- Ah, já. - a Natália diz.
- Sim. Tenho que resolver umas coisas. Foi um prazer conhecer vocês.
- Digo o mesmo. - a Natália diz, e eu reviro os olhos. Ele sai. Depois de alguns minutos uma infermeira avisa:
- A paciente está liberada. - ela diz, e nós a seguimos até o quarto.
- Já ta pronta pra outra. - a Bruna diz assim que entramos no quarto.
- Sempre. - a Loira diz sorrindo. E saimos do quarto. A Bruna e a Natália vão na frente.
- Quando você vai contar? - eu pergunto.
- Logo Pedro, logo. - ela diz sorrindo.
- Acabei de conhecer o seu amiguinho. - digo irônico.
- Vai começar? - ela pergunta revirando os olhos.
- Vamos. - a Natália diz olhando pra trás. Saimos do hospital. As meninas conversaram aleatoriamente o caminho todo, mas a Loira ficou calada a maior parte do tempo.Ele pediu ela em namoro ❤
Espero que gostem. Votem e comentem! ☆
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Mudança Radical
Teen FictionVictória é uma garota insegura e ao mesmo tempo decidida, acabou de concluir o ensino médio e se muda para o Rio de Janeiro, para realizar um dos seu maiores sonhos. Pedro é um cara cheio de marra que é o dono do morro onde mora desde criança, vive...