Capítulo 26

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Vick On

Acordo com o alarme tocando. Levanto, vou até a janela e vejo algumas pessoas passando na rua, umas para o trabalho, outras para a caminhada matinal, mães levando seus filhos para a escola. - Hoje é o grande dia. - sorrio comigo mesma.
Sinto alguém tocando o meu ombro, me viro e vejo a Bruna bocejando com a cara toda amassada.
- Vai ficar ai com essa cara de boba? - passa a mão nos cabelos. - Você vai se atrasar.
- Até parece que você também não vai. - digo me referindo ao trabalho dela.
- É né. - diz fazendo cara de triste, eu começo a ri.
- Vai, pode tomar banho primeiro. - digo, ela assente e vai.
Vou até a cozinha pego uma maçã e começo a comer a mesma.
Esculto meu celular tocar, vou até o quarto e começo a revirar a cama. - Por que eu sempre perco o celular debaixo dos lençóis?! - Pergunto para mim mesma. Quando já estava quase parando de tocar, o encontro. Atendo sem olhar no visor.

Ligação On

- Ooi. - digo assim que atendo.
- Já ta arrumada? - esculto a voz rouca do Pedro, do outro lado da linha.
- Quase. - digo olhando em direção ao banheiro.
- Sei, se arruma logo. Daqui a pouco eu passo ai pra te buscar. - diz.
- Você esqueceu que hoje eu tenho aula. - o lembro.
- Não. - inspira. - Eu vou te levar na faculdade.
- Ahh. - a Bruna entra no quarto. - Te vejo daqui a pouco então. Tchau beijo.
- Beijo. - diz e desliga.

Ligação Off

- Quem era? - a Bruna pergunta.
- O Pedro. Ele vai me levar na faculdade. - digo passando por ela, sigo em passos largos para o banheiro, tomo meu banho, e depois de alguns minutos volto para o quarto.
- Eu já tô indo. - a Bruna diz aparecendo na porta do quarto.
- Você não vai comer nada? - pergunto. Ela ergue a mão me mostrando uma maçã.
- Tchau. - diz e sai.
Pego uma calça jeans preta, uma blusa branca, e me visto. Calço uns tênis. Vou até o espelho e me maqueio. Penteio o cabelo e os deixo solto. Esculto uma buzina soar. Pego minha bolsa e saiu.
Caminho em passos largos até o carro preto parado a minha frente, e entro no mesmo.
- Oi. - o cumprimento com um beijo. Passo as mãos nos seus cabelos ainda úmidos, sinto o cheiro do seu perfume.
- Você ta linda. - diz assim que separamos nossos lábios e eu sorrio.
- Você também. - digo e ele sorri de lado.
Da partida no carro, e saimos.
- Ta feliz? - ele pergunta depois de alguns minutos de silêncio.
- Muito. Eu vim pra ca pra isso.. É o meu sonho, e agora vou começar a realiza-lo. - digo empolgada.
- Fico feliz por você. - ele diz sincero.
- Obrigada. Você sabe que eu tô só começando, são quatro anos e.. eu ia gostar muito se tivesse seu apoio nisso. - olho para ele.
Ele para em um farol vermelho.
- Eu vou te apoiar em tudo, sempre. - me encara. - Eu Prometo.
Me aproximo dele.
- Você não sabe como é bom ouvir isso de você. - digo sorrindo.
Nos encaramos por alguns segundos até que ouvimos o barulho de buzinas. Ele dar partida.
Depois de alguns minutos paramos frente ao prédio.
- Boa sorte. - ele me deseja.
- Obrigada. - sorrio de lado. Ele se aproxima, afasta uma mexa de cabelo que caía sobre o meu rosto.
Ele me olha fixamente. Sorrio envergonhada.
- Você tem um sorriso lindo. - diz ainda com os dedos encaixados ao meu cabelo.
- Você não cansa? - pergunto com a voz baixa.
- De que? - sorri.
- De me fazer ficar envergonhada? - indago.
- Nunca. - afirma.
Se aproxima lentamente, seus lábios tocam os meus e eu não sei porque mais era isso que eu precisava. Isso, eu precisava de um beijo seu para tomar coragem, sair daquele carro e viver o que eu sempre quis. Sem medo de arriscar.
Separo nossos lábios por falta de ar. Ele sorri de lado e diz:
- Vai lá. - dar uma piscadela.
- A gente se ver mais tarde. - dou um selinho nele e saiu do carro.
Ele assena e vai embora.
Olho fixamente para o prédio a minha frente, as pessoas andam de um lado para o outro.
Sigo para a entrada do prédio. Passo pela porta principal. Abro a minha bolsa e pego o papel onde eu anotei o andar e número da sala.
Caminho pelos corredores, olho para o papel que está na minha mão, mais uma vez até que esbarro em alguém.
- Desculpa. - peço levantando a cabeça para fita-la.
- Ahh não foi nada... - diz se virando pra mim. - Oh Vick.
- Nanda. Ah, tudo bem? - pergunto a cumprimentando.
- Sim. Você também ta perdida? Pergunta me fitando.
- Um pouco. - digo erguendo o papel em minha mão.
- Então, somos duas. - diz.
- Eu acho que a sala não é nesse andar. - digo.
Sinto alguém tampar os meus olhos atrás de mim.
- Quem é? - pergunto enquanto passo a mão no rosto. - Ahh quem é Nanda?
- Ahh é... - ela começa, mas para.
- Adivinha?! - ouço a voz ao pé do meu ouvido.
- Ah Miguel. - digo me virando pra ele.
- E aí, ta pronta?! - me abraça
- Sempre estive. - dou uma piscadela pra ele. - Como você ta? - pergunto apontando para o machucado no seu rosto.
- Eu tô bem! - exclama. - Oi Nanda. - ele a abraça.
- Oi. - ela diz meio sem jeito.
- Vamos pra sala. - ele diz animado.
- Ahh é... - começo a falar...
- É que a gente ta meio perdida. - a Nanda me interrompe.
- O que! Deixa eu ver esse papel aí. - o Miguel diz e a Nanda entrega o pepel para ele.
- Não é muito longe da minha - diz. - Fica no segundo andar.
- Então vamos, nós estamos atrasados! - a Nanda exclama olhando a hora no seu celular.
Caminhamos mas um um pouco pelo corredor e começamos a subir as escadas. Depois de alguns minutos chegamos no topo da escada.
- Bom, a sala de vocês fica a direita. - o Miguel diz. - Eu vou indo. - Se despede e segui por outro corredor.
- Ta pronta? - pergunto pra Nanda assim que paramos em frente a porta.
- Sim! - exclama.
Entramos, a sala já estava cheia. Tinha um professor falando na frente.
- Licença. - pedimos.
- Podem entrar. - o professor diz.
Caminhamos até umas cadeiras que estavam vagas logo na frente, e nos sentamos uma do lado da outra.
- Bom, como eu estava dizendo me chamo João, e vou ser o professor de vocês. Espero que todos aqui saibam o que realmente querem. Vou ter o maior prazer em ensinar tudo que eu sei para vocês. E não é só por que eu ganho pra isso, acreditem! - ele exclama e todos na sala riem. - Vou ensinar pra vocês com maior prazer, por que Psicologia é vida, e se cada um de vocês estão ai sentados nessas cadeiras pelo mesmo motivo que um dia eu já estive. Eu tenho certeza que vocês fizeram a melhor escolha. - termina e todos começam a apalaudir.
Depois ele começou a falar sobre as diversas formas da Psicologia.
Depois de algumas horas a aula termina.
Saimos da sala.
- É como você imaginava? - a Nanda pergunta enquanto caminhavámos pelos corredores.
- É melhor. - digo sorrindo. - E você o que achou?
- Se eu tinha alguma dúvida do que eu queria, agora eu não tenho mais. - afirma.
Chegamos na frente do prédio, de longe avisto o carro do Pedro.
- É o carro do Pedro ali? - a Nanda pergunta.
- Ah, sim.. - digo enquanto caminhamos até o carro.
Ele desce do carro e fica encostado a porta da frente.
- Oi. - a Nanda o cumprimenta assim que nos aproximamos.
Não consigo tirar os olhos dele.
Ele ta tão lindo!
- Oi. - diz a abraçando.
- Vim te buscar pra gente almoçar. - ele diz olhando pra mim.
- Ah claro. - digo. - Quer vim com a gente Nanda?
- Ahh não. Eu tenho um compromisso. - ela diz.
- Então ta, até amanhã. - digo.
- Tchau Nanda. - o Pedro se despede.
- Tchau. Bom almoço pra vocês. - se despede.
Agradecemos e entramos no carro.
- Aonde a gente vai? - pergunto depois de alguns minutos.
- Para um restaurante aqui perto. - diz. - Como foi? - pergunta se referindo a aula.
- Foi ótima. Eu sempre quis isso, eu mal posso acreditar que consegui chegar até aqui. - digo.
- Você é capaz de conseguir tudo o que quiser. - ele diz.
- Hm. Obrigada. - o alcanço e deposito um beijo na sua face.
- Chegamos. - ele diz parando o carro.
Olho em volta, e noto que é um restaurante em frente a praia.
- Que lindo. - digo descendo do carro.
- Eu sabia que você ia gostar. - diz parando ao meu lado.
Caminhamos até a entrada. Um recepcionista nos recebe assim que entramos.
- Mesa para dois. - o Pedro diz. Ele assente, e o seguimos até a mesa.
Nos sentamos numa mesa que ficava de frente para o mar.
Tudo ali era rústico e bastante acolhedor.
- O que vão pedir? - um garçom pergunta.
Dou uma olhada no cardápio.
- O prato da casa?! - sugiro.
- O prato da casa e pra acompanhar um vinho. - o Pedto diz, ele assente e sai.
- Queria entrar no mar. - digo olhando a vista. - A gente devia ter passado em casa pra mim trocar de roupa. - lamento.
- A gente vem outro dia. - dar de ombros.
- Aqui senhor. - o garçom diz servindo o vinho. Agradecemos. Ele deixa a garrafa em cima da mesa e sai.
- Esse é bom. - diz bebericando o seu vinho.
- Você aprecia vinhos? - pergunto surpreza.
- Claro ué. - dar de ombros.
- Você me surpreende a cada dia. - digo bebericando meu vinho.
- Vai me dizer que você não gosta?!
- Gosto. - admito. Ele sorri.
O garçom chega, deposita os pratos em cima da mesa e sai.
Começamos a comer.
- Hm, esse camarão ta muito bom. - digo depois de alguns minutos.
- Percebi. Você só faltou comer o prato. - ele diz rindo.
- Que? Eu tava com fome ué. - dou de ombros.
- Vamos pedir a sobremesa. - ele diz, e faz sinal para o garçom.
- Hm, mouse de chocolate. - digo.
- Dois por favor. - o Pedro diz para o garçom. Ele assente e sai.
- Podia ser sempre assim. - digo o fitando.
- Assim como? - franse o cenho.
- Você podia agir sempre normal, como ta agindo agora. - digo.
- Ah, então você acha que eu não sou normal?! - pergunta sério.
- Não foi isso que eu quis dizer. Eu só queria que você não chefiasse um morro, e que não precisasse andar sempre com uma arma por...
- Por que isso é coisa de bandido. - me interrompe.
- Não. Por está sempre esperando que algo de ruim aconteça. - o encaro, ele abre a boca pra falar, mas desiste.
- Aqui os pedidos. - o garçom diz.
- Obrigada. - digo e ele sai.
Um silêncio ensurdecedor domina a nossa mesa. Mal tocamos na sobremesa.
- Vamos. - digo quebrando o silêncio.
Ele não diz nada apenas assena para o garçom que trás a conta. Ele paga, e saimos do restaurante.
Seguimos em passos largos até o carro um ao lado do outro.
- Você acha que eu escolhi isso? - pergunta assim que entramos no carro.
- Não. Quer dizer.. eu não sei. As vezes parece que você gosta dessa vida. - digo sem conseguir encara-lo.
Ele não diz nada, apenas dar partida, e sai dali.






















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