"Á males que vem para o bem"

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* Sabe, ultimamente estou usando muito essa frase em minha vida, e realmente não poderia ser tão bem encaixada como se encaixou neste capitulo, resolvi fazer ele bem mais completo, e vai ser assim até o fim da história.

Boa Leitura!* ( Tem surpresinha no final)

***

Lauren:

O corpo de Lucy foi liberado, iriamos enterra-la, eu ainda não acreditava  que ela havia tirado á própria vida, ela sabia que havia outras soluções? De qualquer modo ela não deveria ter feito aquilo, poderíamos resolver de outro modo.

Por mais que seja difícil contar á Matteo que a pessoa que lhe proporcionou a vida havia morrido deu um jeito tão bobo, eu contei, ele entendia... E entendeu que ela nunca mais vai voltar.
Camila deixou Myrella na casa da Taylor e fomos para o enterro de Lucy, não quis fazer velório por que seria mais difícil ainda para o Matteo.
Nós tínhamos dez minutos para nos despedirmos, Matteo não dizia nada, apenas olhava para a mulher deitada no caixão, pálida e com extrema magreza.

Finalmente o silêncio foi quebrado:

- Descanse em paz, Lucy!

Matteo se virou e ficou ao lado de Camila. Eu queria, queria mesmo poder dizer algo bonito á ela, mas ru simplesmente não conseguia, eu simplesmente á culpava por ter tirado a própria vida, por não ter dado chance de se reconciliar com Matteo, e aquilo estava me corroendo.
Faltava apenas 2 minutos para fecharem o caixão.
Ninguém disse nada, Camz apenas deixou uma rosa branca em cima do caixão e sussurrou algo, entendi eu, sendo para Lucy.
Quando finalmente terminaram de fechar o caixão, demos a volta e fomos para casa.

***

Tempos depois

Eu estava deitada no sofá, enquanto Camila preparava o almoço junto ao Matteo, Myrella perambulava pela casa, em passinhos desajeitados e nada firmes, os cabelos em um leve ondulado, os olhos verdes claros, quase azuis me olhavam o tempo todo. Até que me veio uma paz no coração, que eu não sentia á muito tempo. Myrella veio até mim e colocou a mãozinha sobre minha bochecha:

- Mamãe!

- Sim amor, sou sua mamãe!

Ela sorriu e sentou se no chão para brincar com os brinquedos, me levantei e quando voltei Myrella estava com uma carta na mão, a peguei e comecei a ler.

- Soube que não está tão bem o quanto deveria!
Por mais que você mesma tenha causado isso, eu estou aqui para te fazer lembrar do quanto a vida é boa, do quanto vale a pena esperar pelos momentos certos.
Lembro-me de nós na escola, quando eramos um grupo de adolescentes, cheios de vida, apenas curtindo o momento, curtindo a nós mesmos! E do nada nos envolvemos e hoje temos um lindo filho... Sabe o quanto ele ainda pensa em você? não quanto ele quer ver você fora desse lugar? No quanto ele sonha no dia em que você vai virar e olhar para ele e dizer: Vamos tomar um sorvete comigo filho? Eu e você, nós dois conversando sobre os amiguinhos na escola, sobre o quanto aquele boneco do comercial é incrível?
Sabe Lucy, você não sabe o quanto você é incrível, não sabe nas coisas boas que fez, poderia ter feito e que pode fazer na vida.
Por mais que não tenhamos ter se dado tão bem,  ainda somos as mães dele.
Eu deveria te perdoar, mas sabe o quanto é difícil o perdão. Mas você pode se redimir e ser uma pessoa melhor, para você mesma! Seja forte.

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