﹝ Pretty Sad Song ﹞

• 7: Mãos •

As mão de Jungkook ainda segurava as minha quando ele virou um direção a um beco escuro em algum lugar do campus. Eu não sabia mais onde eu estava.

Ele me posicionou atrás dele enquanto observava o lado de fora. Eu estava ofegante, ele também nossas respirações estavam descompassadas na mesma sintonia. Eu olho pra mão que segura a minha, ela está machucada, meu coração enfraquece.

—Sua mão... -digo baixo. Ele se vira pra mim e posso ver que sua boca está sangrando. —Meu deus você... -não consigo completar a frase e estico minha mão livre até seu rosto, meu movimento é impedido pela mão de Jungkook.

—Você enlouqueceu?! -Ele diz em um tom firme. Eu fico boquiaberta. -Eles podiam ter te matado! Você não tem amor à vida, garota?

"Claro que tenho! Eu estava morrendo de medo, eu não sei por que eu fiz isso por um idiota como você." Como eu diria isso? Não... eu não diria.

—Eu tento de proteger, e é isso que recebo? -foram as únicas palavras que saíram da minha boca.

—Proteger? Você mesmo disse para se proteger primeiro - Jungkook diz ainda com a respiração pesada - Eles poderiam ter matado nós dois!

— Mas não fizeram, ok? - disse irritada. Como ele pode pensar em mim com todos esses machucados. Peguei na sua mão, que já haviam soltado da minha. —Vamos dar um jeito nesse rosto. - ele fez um movimento que soltou da minha mão.

—Eu estou bem. -ele disse passando a mão na boca que sangrava.

Ignorei o que ele disse e segurei sua mão novamente.

—Aish... eu disse que estou bem! -disse soltando novamente sua mão da minha.

—Jungkook! - eu disse já irritada. — Você pode repetir isso até amanhã, mas não vai mudar o fato de estar todo quebrado agora! -digo agarrando sua mão pela última vez.

Ele aceita e seguimos pra uma pequena farmácia que fica próximo à entrada. Escolho um antisséptico e alguns curativos. Ele me espera sentado na cadeira que fica na entrada da loja.

—Toma. -disse enquanto jogava a sacola na mesa que estava na sua frente e me sentava em uma das cadeiras.

Ele me olha com uma expressão incrédula. Pega o frasco e finge um grito de dor quando tenta abri-lo. Eu reviro meus olhos e pego a embalagem da mão dele. Esse garoto não pode estar falando sério. Coloco o frasco aberto na sua frente. Ele me encara até eu dizer alguma coisa.

—O que foi agora? - digo inclinando minha cabeça para encara-lo.

—Você que me trouxe aqui, então pelo menos me ajude com isso... -ele disse choramingando. Como ele pode ser fofo numa hora dessas?

—Tudo bem criança, não precisa chorar - disse pegando o produto para aplicar. Estico minha mão e peço: —Mão.

Relutante ele coloca sua mão sobre a minha. Sua mão era quente e maior que a minha. Ele dá pulo da cadeira quando aplico o produto na sua pele. Eu o encaro e rio da situação. Ele parecia mesmo uma criança.

Pego um band aid pra colocar em um corte acima da sua sobrancelha. Meus olhos se fixam nos dele enquanto os olhos dele de fixam no chão. Minha mão ainda estava estacionado sobre sua têmpora enquanto eu passava alguns segundo observando seus ferimentos. Estávamos tão perto que eu sentia o cheiro da sua colônia.

—Por que eles fizeram isso? - pergunto curiosa, fazendo ele virar o rosto e me encarar, mais perto ainda, tão perto que eu sentia sua respiração contra minha bochecha.

—Só... algumas coisas... - ele diz sem graça. Claro, eu não tenho direito de perguntar sobre a vida pessoal dele.

Me levanto rapidamente percebendo a pouca distância que estava entre nós. Passo a mão pelos cabelos. Meu coração está batendo um ritmo irregular, e não era de cansaço. O que foi isso Hana?

—Consegue andar até seu dormitório? - pergunto a ele que acena com a cabeça, concordando. —Então... Vá em segurança. Eu vou para o meu. -disse e sem esperam por resposta, fui em direção à Torre 2.

Por que meu dia nunca é tranquilo quando eu encontro o Jungkook?