• 35: Descanse em paz •

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Sun estava exausta dormindo com a cabeça em meu colo e eu estava ansiosa demais para ter sono.

Já faziam 2 horas que entraram com TaeHo em uma sala. E 15 minutos que Jungkook me ligou perguntando onde eu estava. 15 minutos é um tempo muito curto para ele chegar, a mão ser que esteja em uma velocidade. Mas ali estava ele. Eles.

Os três garotos apareceram ofegantes no fim do corredor e ao me ver apressaram os passos.

—Hana, o que aconteceu? Você está bem? -Jungkook fala apresado passando o olho sobre meu corpo.

—Você tem que parar de falar sobre em banheiros. Você nunca está em um! -Jimin troca o assunto por um momento.

—Você está se sentindo bem? -Yoongi agora pergunta.

—Shhh... - eu encosto meu indicador no meio dos lábios e aponto para Sun, que estava dormindo.

—Foi mal. -Yoongi se desculpa.

Como eu queria explicar para eles o que acabou de acontecer então encosto Sun no banco com uma almofada para encostar a cabeça. Então vou até o fim do corredor com eles para não despertar ela, e conto como eu vim parar aqui.

—Ele está em estado grave?! -Jimin pergunta preocupado.

—Eu não sei dizer, eles usaram muitos termos médicos e eu não conseguia me concentrar nas vozes. - eu explico. —Mas ele estava sangrando muito... Foi muito... - eu não consigo completar.

Ver ele naquele estado foi muito difícil, e essa espera está sendo mais ainda.

Um doutor acompanhado de uma enfermeira caminham em nossa direção. Ele tira uma máscara que cobre seu rosto para falar.

—Vocês são os responsáveis pelo paciente Jung TaeHo? -o homem diz sério.

Havia sangue em sua roupa e seu olhar era triste. Meu coração sai pelo boca apenas temendo quais serão suas próximas palavras.

—Sou. - eu dou um passo à frente para me aproximar.

—Senhora, eu sinto muito... - ele diz. Essas palavras esmagam meu coração agora, eu poderia saber o que ele vai dizer. —O paciente não resistiu... -essas são as últimas palavras que eu ouço ele dizer. O que veio depois eram apenas ruídos e um som agudo contínuo.

Todo o ar do meu pulmão desaparece e eu procuro ar para respirar. A minha força também desaparece e eu procuro uma parede para me apoiar. Ela não consegue me manter sobre meus pés, então eu deslizo até o chão.

Não. Isso não pode estar acontecendo. Por favor, pare!

Minhas aulas de lutas ou meu jeito forte, não servem pra nada agora. As palavras que o homem disse estão pisando em meu coração a cada segundo. Não posso impedir que lágrimas encham meus olhos, não tenho porque impedir.

Jungkook se senta ao meu lado e sem dizer uma palavra, me abraça. Isso não me impede de chorar ainda mais em seus braços.

—Hana! O que foi? O que aconteceu? -Sun chega por trás do médico.

Eu não consigo olhar em seus olhos mas posso saber quando ela percebe o que aconteceu.

—Eu sinto muito, SunHee. -Jimin se aproxima dela que dá um passo para trás.

—Não... Não! -Sun não parecia triste, ela estava furiosa. Eu acreditei que essa seria a minha reação, não a dela.

—SunHee... -Jimin estica sua mão para ela.

—Não! Você está errado! -Sun recusa qualquer toque. —Você está errado! - ela avança em direção ao médico. — Nosso TaeHo não está morto! Ele não pode morrer!!!

Eu entendo que o que ela está fazendo, tentando cobrir sua tristeza com raiva e indignação, mas isso não vai dar certo.

Eu me levanto e vou em sua direção.

—SunHee!!! -eu seguro seu rosto em minhas mãos. —Ele se foi! - ela pode não querer aceitar isso, eu não quero, mas são os fatos. Os fardos.

Eu a abraço e sinto que ela me entendeu quando seus gritos se transformam em lágrimas. Seu corpo desaba sobre mim e no outro segundo,  nós duas estamos no chão, abraçadas, chorando dolorosamente.

Algum tempo depois, talvez horas, não me lembro, eu e Sun estávamos mais calmas. Ela me explica o que aconteceu.

—Nós estávamos naquele bar, que estava cheio. Muitos dos homens já estavam bêbados, assim como Tae. -Sun ainda chora para falar. —Um homem começou a me provocar, até que me segurou pelo braço e eu gritei por ajuda. - ela soluça. — Para me defender TaeHo começou uma discussão com o homem até que os dois começaram a brigar. Eu não conseguia ver direito o que aconteceu mas em algum momento o homem quebrou u
A garrafa e usou... para... atingir o Tae.

—Meus Deus, Sun... - foi a única coisa que eu consegui dizer.

—Foi minha culpa, Hana. Eu fiz isso com ele. - Sun choraminga.

—Não, não! Shh! -eu cubro sua boca. —Não diga uma coisa dessas. Ele quis te proteger! Ele foi seu herói. Até eu entraria em uma briga por você, Sun.

—Eu não quero um herói, eu quero o Tae. -ela começa a chorar de novo.

—Wiiii uuh! wiii uuuh! - Um dos garotos chega imitando uma ambulância. Yoongi.

—Seu serviço de acolhimento chegou! - Jimin diz com uma sacola grande na mão. Os outros dois também tinham sacolas.

—Temos uma grande variedade de bolinhos! -Jungkook levanta sua sacola que está cheia de pães e bolos.

—Algumas bebidas! -Yoongi aponta para seus sucos e cafés.

—E cobertas! -Jimin levanta sua sacola grande.

—Onde você arrumou uma coberta, Jimin? -Sun pergunta confusa.

—Eu apenas... fui no... -Jimin diz envergonhado. —Ai apenas aceite, ok? - Jimin tira a grande coberta da sacola e joga em volta de Sun.

Os garotos riem e dizem como ela ficou fofa para tentar anima-la. Jungkook se aproxima de mim enquanto isso.

—Isso é pra você. - ele me entrega um café quente e sorri.

Por um momento eu encaro Sun.

Ela está obviamente exausta, mas nós ainda  conseguimos tirar um sorriso dela.

Nós passamos por esse momento difícil hoje, mas acredito que é pior para ela.

SunHee nunca me contou diretamente mas ela estava começando a aceitar os sentimento de TaeHo e começando a entregar os seus.

TaeHo sempre amou ela. Aquilo com certeza era o amor. Me pergunto quem não morreria 100 vezes para salvar seu amor.

Olho para Jungkook e posso dizer tranquilamente que eu não pensaria duas vezes para pular em sua frente e aceitar qualquer coisa que possa machucar ele. TaeHo pensou o mesmo e não posso julga-lo.

Jung TaeHo. Você foi o herói essa noite.

Descance em paz.

 ﹝ Pretty Sad Song ﹞Onde histórias criam vida. Descubra agora