Capitulo 7 - Harmonia e Destino

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"What were you thinking? I guess ill never know see your eyes blinking, pupils begin to grow drilling you softly pulling you in making your mind up what's sick or a sin "
(Open Up, Korn)

Passar os dias sem sua noiva estavam se tornando mais fáceis. Não, não exatamente mais fáceis, mas ao menos conseguia dormir com certa tranquilidade. Ele ainda fazia uso das drogas para dormir e, sob ordem expressa de sua chefe, Brian voltava para casa todos os dias de carro, a mesma limusine preta com a estrela de três pontas no capô dianteiro. O motorista recebera instruções de circular pela cidade por cerca de trinta minutos. Nesse tempo, o jovem assessor ficava na companhia de Harmony, a jovem e bela escrava de sua chefe. Tal qual o motorista, ela recebera ordens explícitas de atendê-lo e deixa-lo o mais relaxado e confortável possível.
Brian se sentia ligeiramente envergonhado, no entanto, após deixa-la no carro e entrar em casa. Afinal, ele continuava noivo, e aquela lembrança o assolava tão logo trancava a porta atrás de si. Como resposta, geralmente engolia dois comprimidos para dormir e se atirava pelo sofá.
Era final da semana, dia cheio, e sabia que seria um final de semana longo e doloroso. Tentaria não ter uma overdose de calmantes, e lamentava não ter a doce menina para lhe acalmar. Sua ansiedade tornou-se visível enquanto ele fechava o botão da calça, ainda dentro do carro, a jovem escrava deitando-se relaxada no banco a sua frente. Porém, ao vê-lo aflito, arrumou-se novamente e acomodou-se entre suas pernas, como fazia todos os finais de tarde, a cabeça ligeiramente inclinada para a esquerda sob sua perna.
— Algum problema, mestre? Esta menina não lhe atendeu bem o suficiente?
Esboçou um sorriso sem graça, tocando seu rosto com delicadeza.
— Claro que não, menina. Você esteve ótima como sempre. É só quê...
— Esta menina não entende, mestre. Esta menina pode fazer algo pelo mestre?
— Será que sua dona...
Pensou por um instante. Lembrou-se das palavras de sua chefe alguns dias antes, dizendo que poderia usar Harmony o quanto precisasse e desejasse e, mesmo sob seus protestos, ela insistiu. Assim, voltou-se para a menina.
— Você passará a noite aqui comigo hoje, menina. Amanhã o motorista virá te pegar.
— Sim, mestre, como desejar.
Os olhos da jovem escrava brilhavam de contentamento. Ela ficava realmente feliz em atender aos pedidos de sua dona e estar ali, acompanhando o jovem mestre, era cumprir suas ordens. Brian aproximou-se do vidro da frente, instruindo o motorista a voltar no dia seguinte.
— Venha, menina.
Brian olhou para os lados enquanto guiava a escrava empurrando-a gentilmente pelas costas após abrir a porta do sobrado de número dez na Rua Almirante Grove. Ele tinha plena certeza de que sua noiva não saberia daquilo, mas ainda assim uma pontada de embaraço retardava seus movimentos. Trancou a porta, fechou as cortinas. Agora em seu refúgio, a coragem que lhe impelira até ali o abandonara, e coube à bela menina ajudar-lhe.
— Mestre, permita que esta menina lhe satisfaça.
Estava ajoelhada e sentada sob as pernas em frente ao sofá, mas virada para ele; as mãos espalmadas sobre as coxas macias. Olhava-o para cima com orgulho e respeito. Viu quando o homem fez um aceno discreto com a cabeça, aceitando sua sugestão. Leve como a seda, moveu-se para o lado, indicando com o olhar o lugar onde o homem deveria sentar-se e, com isso, deixando clara sua intenção.
Brian acomodou-se em seu sofá em frente à escrava. Ele estava cada vez mais envolvido pela atenção intensa que Harmony lhe dava e, ao longo do dia, ao longo dos vários dias daquela semana, esperara chegar ao final para encontrá-la novamente. Recostado para trás, soltou um gemido quando a menina se acomodou entre suas pernas.
Ele acordou na tarde seguinte. Não fazia ideia de que horas seriam, mas sabia que sua companheira estava acordada, pois assim que abriu os olhos, deitado de lado, ela piscou os olhos cor de mel e sorriu, mas, além disso, permaneceu em completo silêncio. Brian sorriu de volta.
— Já está acordada, menina? — Perguntou Brian com voz sonolenta.
— Sim, mestre. Que bom que acordou.
Virou-se de barriga para cima e esticou o braço para ela. Apesar do gesto, a garota permaneceu imóvel, e ele foi forçado sussurrar um “vem” sem produzir som, sendo imediatamente obedecido. Abriu a boca para falar algumas vezes, fechando em seguida. Limitou-se a dizer, por fim, beijando-lhe o topo da cabeleira castanha.
— Acho que temos que avisar o motorista para vir te buscar.
— Se este é seu desejo, mestre, esta menina ficará feliz.
Limitou-se a responder. Não era a resposta que ele esperava ouvir, e aquilo lhe feriu um pouco o orgulho. Mas entendia, ao menos fazia força para que seu cérebro entendesse, aquele tipo de relação. Ela era um objeto, um brinquedo de dar prazer que lhe fora emprestado por sua chefe. E como tal, deveria ser devolvido.
— Pode vir busca-la. — Disse ao telefone.
Algum tempo depois ouviram a campainha da porta de número dez. A garota, após pedir permissão ao seu mestre, já havia se vestido, e aguardava de joelhos no chão, a cabeça apoiada na perna dele. Ele estava nu ainda, apenas enrolado no lençol, e ela ali, entre suas pernas, lhe deixava com cara de bobo. Não que ele não amasse sua noiva, mas estava encantado pela menina na qual brincava com o cabelo entre os dedos. A campainha soou outra vez até que ele levantasse, as pernas ainda fracas da noite anterior, e foi até a porta. O motorista estava do outro lado e agora vendo-o com mais atenção, era mais alto e mais encorpado que ele, e não estranharia se não tivesse músculos bem definidos por baixo da camisa branca e do terno.
— Venha, Harmony. Hora de ir.
Deu um passo para o lado dando passagem para a menina. Por seu caminhar, era difícil imaginar o desempenho que ela tivera em seu quarto até pouco tempo atrás.
— Espero nos vermos em breve, menina.
— Se for da vontade de minha dona, mestre, esta menina ficará feliz em atendê-lo de novo.
Segurou o lençol na cintura enquanto a garota entrava no carro e partia. Fechou a porta em seguida, voltando-se a se jogar sobre o sofá. O sorriso bobo em seu rosto ainda não desaparecera, e ele ainda custava a acreditar no que tinha feito. Tinha certeza que ela não tinha idade nem para dirigir ainda. E, no entanto... No entanto ele havia despachado-a de volta para sua dona.
     Na segunda-feira, pela primeira vez em muito tempo, ele acordara sem ter usado os remédios para dormir. O sorriso bobo e a fraqueza das pernas já o abandaram havia algumas horas, mas ainda assim, ele sorria. Chegou bem humorado ao seu escritório no segundo andar, logo em frente  porta da conselheira do Comércio, sua chefe. E, tão logo sentou-se na cadeira de espaldar alto e ligou o computador, o telefone em sua mesa soou, com a voz autoritaria do outro lado, apesar de soar gentil.
     — Brian, meu querido. venha aqui, sim? Creio que tenha algo para me contar. — Ela riu do outro lado antes mesmo que ele pudesse dizer qualquer coisa, e desligou.
     Pouco depois ele estava na sala em frente a sua, já fechando a porta. Com um aceno de mão da bela mulher atrás da mesa em direção ao bar, serviu dois copos de cristal com o líquido âmbar, e sentou-se em frente a ela.
     — Então, meu querido. Como foi o final de semana? — perguntou pegando o copo da mão dele, seus dedos se roçando com suavidade. — Harmony se comportou?
     — Nossa! — Exclamou pouco antes de tomar um gole da bebida, apertando os lábios. — Ela fez coisas que eu nem sabia que eram possiveis!
     — Fico feliz em ouvir isso, meu querido. Ela foi treinada pelas melhores ao redor do mundo. Você precisa... — Fez uma pausa e tomou um gole de seu próprio copo, ficando em silêncio após engolir a bebida.
     — "Preciso...", a senhora dizia, Niki?
     — Eu ia dizer que você precisa ver quando Harmony esta com sua irmã, Destiny. As duas são... Mágicas juntas.
     Brian tomou mais um gole da bebida. Lembrou-se de tudo que a doce menina fizera com ele, sua mente tentando achar algo que ela não tivesse feito. Tomado de uma excitção movido pela curiosidade, respondeu por fim.
     — Gostaria de conhece-la, Niki.
     — Minha Destiny e capaz de mudar a forma como você vê o mundo, meu querido. Tem certeza?
     — Quero conhecê-la. Tenho certeza.
     — Que assim seja. Sexta-feira próxima você irá para minha casa. Harmony e Destiny estarão instruídas a te receberem com toda atenção que você merece.
     — Obrigado, senhora. — Havia terminado a bebida há algum tempo. Apos agradecer, dirigia-se para a porta, parando enquanto segurava a maçaneta. — E imagino que hoje a tardinha...
     — Ela está ocupada a semana toda, meu querido. Mas na sexta ela voltará a ser tua.
     Sorriu um sorriso discreto e ligeiramente desapontado. Mas entendia que a menina também precisasse de algum descanso. Ele precisava, ao menos.
     Ao longo da semana, tanto no escritório quanto em casa, sua mente tentava encontrar um significado sobre o que sua chefe dissera sobre a outra menina ser capaz de "mudar sua forma de ver a vida". Ele sabia que a doce Harmony já mudara um parte, cada vez mais pensava naquele tipo de relação que ela possuía, e cada vez mais aquilo lhe parecia normal. Se um dia reencontrasse sua noiva, poderia pensar algo a respeito daquilo em suas vidas. Viu-se intensamente excitado com uma imagem que se formava em sua mente, com sua noiva e Harmony a seus pés.
     A sexta-feira chegou com expectativa. Ele quase não dormira debido à ansiedade, havia deixado de tomar os remédios para dormir no sábado, e mal acreditava que uma semana já tinha se passado. Tentara falar algumas vezes ao longo do dia com sua chefe, mas nas vezes em que ela estava na sala, sempre se apresentara ocupada demais para conversas. Mas, finalmente, o dia terminara, e ele tinha um encontro com sua jovem escrava e sua irmã.
     — Niki? — Chamou uma vez já abrindo a porta. — Estou indo, então. Vejo a senhora mais tarde em sua casa?
     Em resposta a mulher fez que sim com a cabeça, enquanto falava ao telefone.
     Desceu pelo elevador que havia tomado todos os dias da semana anterior. Assim como fizera antes, entrou na porta de trás da limusine preta. O mesmo motorista fechou-a em seguida, assumindo seu lugar ao volante. Brian serviu-se de uma bebida enuanto o carro colocava-se em movimento com um suave solavanco. Tomava alguns goles olhando pela janela enquanto faziam o mesmo trajeto que da outra vez que estivera naquele lugar. Tentava não pensar no que as meninas haviam preparado para ele, mas, pouco antes de chegar, viu-se profundamente excitado, a ponto de respirar em movimentos curtos.
     — Chegamos, senhor. — Instruiu o motorista, abrindo a porta.
     Brian agradeceu e entrou pela pequena porta de acesso à garagem. Um corredor dava caminho a uma ante sala. Uma senhora de cabelos grisalhos o recebera, e, guiando-o atraves do salão onde estivera con sus chefe, chegaram a um pequeno corredor com algumas portas emparelhadas. A senhora levou-o até a segunda porta a sua direita, abrindo-a como um convite para que entrasse. Sua excitação havia se transformado em curiosidade minuto antes quando vira a mulher e, ainda sem entender o que acontecia, entrou no quarto.
     Uma luz vermelho-claro dava ao ambiente uma atmosfera profana, extraterrestre, mas, ainda assim, excitante e luxuriosa. Havia espelhos em todas as paredes e no teto. Não conseguia precisar de onde vinha a luz, ela apenas inundava tudo. No meio do quarto tinha uma cama redonda; ela era alta, medindo quase tanto quanto suas pernas esticadas. Em alguns lugares pelo chão, próximo a cama, haviam argolas, que Brian julgou servirem para, quando fosse necessário, prender correntes às coleiras. Havia uma espécie de cadeira com acento em couro negro, várias argolas e outras peças almofadas em posições que não lhe pareciam ergonômicas. Apesar disso, ele estava totalmente sozinho com seus inúmeros reflexos, cada um deles olhando em volta curiosos.
     Depois de alguns minutos, começou a se despir, tirando o casaco, soltando  gravata. Estava de costas para a porta e, antes que se desse conta, um par de mãos que ele já conhecia ajudavam-no a soltar os botões da camisa.
     — Já estava me perguntando onde você estava, menina.
     — Esta menina estava se arrumando para o senhor, mestre.
     — E onde está... — Começou a perguntar, sendo interrompido pela escrava, que o guiava de joelhos para a cadeira.
     Recostou-se para trás, fechando os olhos enquanto recebia prazer da menina. A excitação que sentira no carro voltara e não demorou até estar gemendo alto. Ele não percebeu quando outra boca tomou lugar da de Harmony, enquanto esta começou a beija-lo o tórax definido. Um tempo depois apenas a que estava entre suas pernas continuou em um ritmo mais acelerado, parando em seguida.
     — Venha, mestre.
     Destiny possuia uma voz quase tão suave quanto a de Harmony, um timbre um pouco menos agudo, mas com a mesma doçura ao falar. Brian recuperou o fôlego por um instante, olhando para os olhos escuros da escrava, a pele bronzeada, os cabelos negros. Devia ser mais alta e mais velha que a outra, mas ele não sabia precisar quanto, nem tinha essa intenção.
     — Destiny? — Perguntou o homem.
     — Para seu inteiro prazer, mestre. — Respondeu a escrava roçando os lábios nos dele, mordendo o inferior ao terminar. — Venha, mestre. Harmony está ansiosa por senti-lo nela.
     Colocando a mão por trás dele, entre suas pernas, alisou-o uma vez, correndo os dedos com ligeira pressão, o que fizera com que passasse entre as nádegas.
     — E eu também. — Concluira.
     Aquilo lhe causou um estranho arrepio pelo corpo, finalizando no orgão já rígido ha alguns centimetros da outra escrava. Harmony estava deitada de maneira que seu mestre pudesse ficar de pé e encaixar-se nela sem dificuldades. "Agora faz sentido porquê essa cama e tão alta", pensou com um sorriso no rosto, enquanto penetrava a escrava. Destiny havia se acomodado deitada ao lado da escrava, os lábios auxiliando ao mestre enquanto se movia para frente e pra trás.
     — Posso gemer, mestre?
     A escrava mais jovem suplicou, agarrando-se nos lençóis e recebendo um aceno positivo com a cabeça do homem. Ouvi-la, baixinho e tímido a princípio, mas aumentando de intensidade aos poucos, o deixava mais excitado ainda. Ela deslizara para cima na cama, o que fizera com que ele estivesse debruçado sobre ela, agarrando seus quadris e guiando os movimentos dela a sua vontade.
     — Relaxe, mestre...
     Gemeu Destiny em seu ouvido. Ela estava às suas costas, uma das mãos estava entre suas pernas, acariciando-lhe, alternando com apertões, o saco escrrotal. Ela parou por um instante, a mão livre guiando os lábios do mestre aos seus, beijando-o profundamente. Ele parara seus movimentos por um instante, estava totalmente dentro de Harmony, que respirava com dificuldade. Se separando do homem, permitiu que ele retomasse o ritmo e, em seguida, focou sua atenção ao quadril a sua frente. Pressionou o dedo médio entre as nádegas. O homem soltou um gemido e contraiu-se em protesto.
     — Relaxe, mestre. — Sussurrou novamente Destiny, como uma súplica, sendo atendida em seguida.
     Voltou com a pressão no ânus, penetrando-o com certa dificuldade inicialmente, pois o homem voltara a se contrair. Ela beijou e mordeu sua orelha.
     — Permite que sua Destiny o guie para além das nuvens, mestre?
     Brian fechou os olhos por um segundo, respirava com dificuldade. Sentia o orgasmo a centímetros de si, seu corpo, seu cérebro estava inundado de hormônios.
     — Sim... — gemeu em resposta.
     Destiny tinha retirado o dedo de dentro dele antes mesmo de receber sua resposta. Ela própria estava excitada demais para pensar, e segurava com força o órgão entre suas pernas. Ela havia nascido com ambos os sexos, o que, durante sua infância, fora um fardo e motivo de surras, tanto familiares quanto de outras crianças, pois, ainda que se visse como menina, as outras crianças a achavam uma aberração. Quando o Dia D chegou, ela prontamente pegou suas coisas e partiu de casa. Sabia que como escrava não sofreria julgamentos. Com o tempo, aprendera a ter prazer em ambos órgãos, e quando conheceu a Madame K, sentiu-se completa, pois sua dona usava-a plenamente. Quando finalmente ouviu a resposta do homem, penetrou-o com cuidado e carinho, agarrando-o pelo peito e cintura. O mestre reclamou um pouco, como era esperado, e, em seguida, estavam os três movendo-se em sincronia.
     Brian nunca sentira nada igual na vida. Ele imaginara que o prazer que tivera com Harmony em sua casa era o máximo que alguem poderia receber de prazer. Agora entendia o que sua chefe dissera sobre mudar sua forma de ver a vida. Sentia-se mais excitado que jamais sentira antes. O quarto virou um coral de gemidos e urros. O orgasmo chegara suave como a voz de Harmony e quando se instalara foi como ir para as nuvens e além delas. Sentiu Harmony aumentar o ritmo por conta própria um pouco mais, e teria visto a garota arquear o corpo para cima em um espasmo. Agora que ela diminuía o ritmo, mas ainda continuava encaixada nele, ele estava quase debruçado sobre Harmony, Destiny num ritmo próprio em suas costas. A escrava aumentou a velocidade um pouco mais, causando gemidos no homem a sua frente e nela própria. Parou por um instante quando seu orgasmo chegou, sendo impelida a forçar um pouco mais os quadris para frente e para trás.
     Os três deitaram-se enlaçados na cama, as bocas se procurando mutuamente, as mãos explorando cada espaço de cada um dos corpos, buscando formas inusitadas para proporcionar prazer. Destiny, em certo momento, guiou uma delas para o meio de suas pernas abertas, oferecendo seu lado feminino aos prazeres.

Crônicas de Rat's Bay - Jackie AeonOnde histórias criam vida. Descubra agora