Capítulo 3 - Novos Caminhos

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"Well she's all geared up

Walkin' down the street

And I can feel the slime

Drippin' down her sleeve"

(Black Leather, Sex Pistols)

Um som característico fez com que Jackie Aeon despertasse nua, em seu colchão, também sem roupas de cama. Quando ela passou pra cama? Ela não lembrava. O quarto continuava uma bagunça, a água da banheira gelada, garrafa de vinho no chão. Tudo estava como ela havia deixado, apenas ela não estava no lugar em que deveria estar. Do outro lado da linha do telefone, uma voz grave e um tanto ríspida gritava:

- Onde você está garota?! Você disse que queria ir à casa de Júlio. Eu achei um jeito para isso!

- Alo? - respondeu a garota com a voz fraca - Quem é? Que Júlio? É você, Jawe?

- É claro que sou eu, garota! Quem mais tem teu telefone?

Isso era verdade. Ninguém, exceto Jawe e Gostosa, a outra dançarina que trabalhava com ela no Bandwidth 7 kbps, bar onde Jaweer Barbosa era o dono, conhecia aquele número. Por vezes, Jackie até esquecia-se de que era uma policial do distrito de Ar infiltrada. Por vezes, achava que era mesmo apenas uma dançarina de strip tease.

- Ah... Oi, Jawe... - cumprimentou seu chefe, recompondo-se. - Então, o que conseguiu?

- Arrume-se e venha já para cá! Está quase na hora de sairmos!

- Como assim?! Sairmos para onde?! - perguntou curiosa, já se levantando do colchão, sem obter resposta, pois seu chefe já tinha desligado do outro lado.

Fosse o que fosse que ele tinha tramado, era um meio dela ter acesso à Jade e, talvez, a mais informações sobre a garota que procurava. Tentava não pensar nos outros detalhes e pormenores da situação. Sabia que seria uma enrascada, não conhecia nada sobre o lugar para onde ia, nem tinha como pedir ajuda a ninguém. Estava sozinha. Mas, afinal, aquele era o trabalho que escolhera: infiltrar-se no submundo para resolver os casos. Ela teria que contar consigo mesma e ser forte. Afinal, a filha do prefeito não tinha 16 anos completados, e fora sequestrada da frente de sua escola. Obviamente, o prefeito morava no Distrito de Ar, a zona rica da cidade. E, quando soube, ordenou que a polícia assumisse o caso imediatamente. E, como ela era a agente mais próxima, fora destacada.

Em pouquíssimo tempo ela estava em frente ao Bandwidth. Apenas se enfiara dentro de um shortinho e uma blusinha: como era a roupa que mais se sentia a vontade, tinha dúzias daquelas peças.

- E então, Jaw...

O homem não a deixou terminar. Abriu a porta do bar e a empurrou para dentro.

Crônicas de Rat's Bay - Jackie AeonOnde histórias criam vida. Descubra agora