Capítulo 1 - Uma estranha conversa

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"She's got eyes of the bluest skies

As if they thought of rain

I hate to look into those eyes

And see an ounce of pain"

(Sweet Child O' Mine)

Suas mãos agarraram o cano, no qual estava encostada, com força. O hálito de vinho barato entrava contra sua vontade por suas narinas sempre que aquele homem lhe sussurrava obscenidades ao ouvido.

Jackie Aeon encontrara-o pela manhã no bar onde trabalhava disfarçada, e o homem dizia ter informações sobre o sequestro que investigava. O desenrolar do dia, levou-os àquele beco sujo, úmido e fétido. E, naquele momento, ela estava agarrada a um cano podre, sentindo o cheiro de vinho barato dele, enquanto ele forçava-a com seu ícone de virilidade. Ela chegara ao distrito de Vosk, a parte pobre da cidade, com prédios decadentes, armazéns e fábricas abandonadas, tomadas por gangues e todos os tipos desprezíveis, fazia menos de um mês, vinda direto da Central de Polícia de Rat's Bay, localizada no Distrito de Ar. Sua missão inicialmente era observar e fazer pequenas investigações, colhendo informações com os moradores. Porém, com o passar dos dias ela descobriu que os métodos tradicionais não funcionariam, as pessoas simplesmente evitavam assuntos polêmicos o quanto pudessem. E ela teve que se adaptar. Alguns poucos dias atrás um pacote na frente de seu local de trabalho passava-lhe a nova missão e, como ela era a única agente de campo já instalada no distrito, ela ficaria encarregada.

Tão logo começaram, o silêncio do beco escuro foi tomado pelos urros do homem.

- Nossa... você acabou comigo, gata! – disse o homem com forte sotaque alemão - Vamos repetir a dose outro dia.

- É, é, pode ser - respondeu desinteressadamente enquanto se vestia - Podemos conversar um pouco sobre aquele outro assunto de mais cedo?

A policial viu a expressão do homem mudar. Ele já estava vestido e pronto para sair, quando, ao ouvir a pergunta, virou-se para ela novamente.

- Porque você está perguntando isso? Eu não sei de nada.

- Mas você disse, no bar...

- Eu disse aquilo pra te comer, vadia! - gargalhou o homem, dando as costas a ela. – Ou você achou mesmo que eu sabia de alguma coisa?

Correndo para impedir que saísse, pois seus instintos diziam que ele sabia de algo, a policial o para, segurando seu ombro com força. A resposta fora um soco direto no queixo, que a jogou no chão, em uma poça de dejetos, totalmente atordoada.

 A resposta fora um soco direto no queixo, que a jogou no chão, em uma poça de dejetos, totalmente atordoada

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Crônicas de Rat's Bay - Jackie AeonOnde histórias criam vida. Descubra agora